#MeToo: Justiça de Nova York anula decisão contra o estuprador Weinstein

O Tribunal de Apelações de Nova Iorque anulou na quinta-feira, 25 de abril, uma das condenações por abuso sexual do produtor de cinema Harvey Weinstein. A decisão anulada foi a que o condenou a 23 anos de prisão em março de 2020. De qualquer forma, o magnata continuará preso, cumprindo pena de 16 anos por outro estupro.

O argumento que o Tribunal acatou para anular a decisão foi de que houve erros no procedimento judicial de 2020, uma formalidade que a defesa de Weinstein utilizou no seu recurso e que foi aceita por quatro dos sete juízes para anular a decisão e iniciar um novo julgamento.

Vale lembrar que a pena de 23 anos por abuso sexual e estupro foi resultado de um julgamento histórico, há muito aguardado pelo movimento feminista. Ele foi julgado por acusações apresentadas por duas vítimas, mas mais de 90 mulheres o denunciaram publicamente em 2017, no que foi conhecido como movimento #MeToo. Foi um fenômeno que começou nos Estados Unidos, mas transcendeu fronteiras, tornando-se uma verdadeira rebelião contra a violência sexual.

Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), repudiamos a anulação dessa decisão histórica, que colocou o violador Weinstein atrás das grades, e denunciamos a justiça patriarcal, que procura garantir a impunidade. A luta contra a violência sexual é um dos marcos mais notáveis da quarta onda feminista, que há anos varre o mundo e tem protagonizado grandes mobilizações contra o sistema patriarcal, que oprime mulheres e dissidências. A partir do nosso feminismo socialista, fazemos parte dessas mobilizações e trabalhamos para que a luta anti-patriarcal se una à luta anticapitalista, na batalha por uma sociedade sem opressão nem exploração.

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)
27 de abril de 2024

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