Verba para trabalhadores sim, para empreiteiras, não! | Combate Socialista No.185
E agora, Lula?
O governo Lula/Alckmin completou 1 ano e meio, mas, infelizmente, não há um plano federal de emergência climática e ambiental e nem medidas efetivas para aumento dos salários. Após 90 dias de greve, a proposta para a educação federal é o congelamento salarial neste ano (ver página 9).
Enquanto isso, os problemas ambientais tomaram outra dimensão depois da catástrofe capitalista no RS (ver páginas centrais). No supermercado, os preços do arroz, feijão, batata ou cenoura sobem mais do que a inflação oficial, roubando nosso salário. O endividamento com o banco sobe enquanto a geladeira fica vazia.
E aí, Lula? Como é que a gente fica? Quer que a gente aperte o cinto? Não podemos aceitar.
Lula lidera um governo capitalista
Havia a expectativa de que com Lula as coisas iriam mudar. Mas vejamos as atitudes dele. Ao invés de cancelar a dívida do governo estadual do RS – para mais investimentos contra a catástrofe – ou atender aos grevistas, o governo Lula reforça a austeridade. E o pior é que em algumas áreas querem aprofundar o ajuste fiscal. O Ministro Haddad quer acabar com o piso constitucional de saúde e educação – a verba obrigatória que tem que chegar no posto de saúde e nas escolas – para destinar mais bilhões para a dívida externa e interna com os banqueiros. Haddad, do PT, afirmou também que “talvez seja necessária uma nova reforma da previdência” para dificultar a nossa aposentadoria e favorecer fundos de pensão privados. Parece coisa do Paulo Guedes, ex-ministro do Bolsonaro.
O pacto de governabilidade é conservador
O governo destina zero aos servidores, mas para o agronegócio, multinacionais, banqueiros e milicos golpistas o governo Lula/Alckmin destina trilhões. A Bovespa e a Rede Globo adoram. Além disso, selou pacto conservador com ultrarreacionários do União Brasil, PSD, Republicanos, MDB e PP, que integram o governo com Ministros. Isso abre espaço para a demagogia ultrarreacionária da extrema direita golpista.
Não podemos nos aliar com os patrões
Muitos de nossos colegas da educação federal, hoje em greve, falam que se sentem “frustrados”. Outros dizem que foram “traídos” em suas expectativas. Em Brasília – após mais uma das mesas de enrolação que nada resolvem – o grito dos grevistas foi “a greve continua, Lula a culpa é sua”. Muitos leitores podem achar que esses colegas da educação federal são radicais demais. Porém, ninguém pode negar que as atitudes do governo Lula/Alckmin dão base real para esse sentimento de grevistas com os quais nos encontramos. Na nossa opinião, eles estão certos.
Há uma política de traição de classe, de pacto com nossos inimigos da Faria Lima, que ataca a educação federal. Acreditamos que a saída é pela esquerda. Construir uma alternativa independente do governo Lula/Alckmin, sem alianças com patrões e ultrarreacionários. Sabemos que muitos de nossos leitores não possuem essa mesma visão, mas pedimos que a gente siga conversando. Não somos donos da verdade e esse diálogo pode continuar. Enquanto conversamos, podemos defender medidas urgentes para nossa classe.
Medidas urgentes para a classe trabalhadora e setores populares
1. Exigir do governo Lula o fim do Arcabouço Fiscal e a manutenção dos pisos constitucionais de saúde e educação; taxação de bilionários e das multinacionais; não pagar a dívida aos banqueiros para investir em saúde, emprego e moradia e no combate à catástrofe climática.
2. Por reajuste imediato dos salários! Pelo reajuste dos SPFs em 2024! Pagamento do piso nacional da educação e da enfermagem! Redução da jornada sem redução de salários! Fim da escala 6×1! Redução dos preços das passagens, luz/água/internet, aluguel, combustíveis e alimentos! Estatizar as empresas privatizadas, sob controle da classe trabalhadora! Transporte estatal de qualidade e gratuito! Fim da LRF para investir no social!
3. Emergência climática e ambiental, já! Expropriar as multinacionais poluidoras e responsáveis pelos desastres! Auxílio emergencial, estabilidade no emprego e desapropriação de imóveis para desabrigados! Fim do Plano Safra, destinando as verbas para a agricultura familiar e os povos indígenas! Demarcação das terras indígenas, já! Pela reforma agrária controlada pelos trabalhadores!
Pré-candidaturas Socialistas e Revolucionárias
As pré-candidatas Socialistas e Revolucionárias da CST continuam na batalha em defesa da independência política da classe trabalhadora e da juventude. Bárbara Sinedino (Rio), Lorena Fernandes (São Paulo), Andressa Rocha (BH) e Jeane Carla (Uberlândia) realizam reuniões com grevistas da educação federal, apoiando essa greve, com educadores e secundaristas. Nossa plataforma não tem vínculo com a patronal, com governos capitalistas e nem com pelegos que vendem nossos direitos. Defendemos um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil socialista. Por isso, elas explicam os motivos de não apoiarmos Boulos, Edmilson, Tarcísio Motta, o PSOL, PT, PCdoB e PSB (ver páginas 8 e 9). Bárbara Sinedino, Lorena Fernandes, Andressa Rocha e Jeane Carla exigem que CUT, CTB, UNE e UBES organizem uma plenária das lutas populares para organizar nossas reivindicações. Apoiar educadores contra a privatização de escolas que ocorre no Paraná. Contra os ataques de Tarcísio, Zema, Helder e Castro.
Queremos apresentar essa pré-campanha para mais pessoas. Pedimos que você leia nosso manifesto pré-eleitoral, participe de nossas reuniões, ajude em nossa divulgação e some seu apoio. Você pode ver os vídeos mais recentes de nossas pré-candidatas em nossa página na internet.