POR UMA JORNADA DE LUTAS DA EDUCAÇÃO NO RIO

Por Bárbara Sinedino – Educação em Combate RJ
No dia 28/03, data nacional de luta em memória do assassinato do Estudante Édson Luís, morto pela ditadura militar em 1968, o FEDEP (Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública do RJ) organizou um grande protesto unificado de toda a educação no estado. O ato foi encorpado com a presença
do Comitê de luta em defesa da Palestina, que aderiu à agenda e unificou, marchando em conjunto.
A rede municipal e a rede estadual de educação realizaram assembleias em fevereiro e aprovaram paralisar por 24h no dia. As pautas são muitas: a recomposição salarial que não acontece há anos no município e no estado, a revogação da reforma administrativa de Eduardo Paes aprovada em
dezembro/2024, o cumprimento do piso do magistério e a melhoria nas condições de trabalho.
A marcha foi grande e a unidade dos e das trabalhadoras da educação básica com as universidades e com o movimento estudantil precisa continuar, pois demonstrou que existe espaço para ocupar as ruas por nossas pautas.
Infelizmente, a maioria da direção do SEPE não mobilizou o protesto e a greve à altura do que poderia e a categoria que segue massacrada nas escolas perdeu uma oportunidade de se apresentar ainda com mais força nas ruas e enfrentar Castro e Paes.
A educação vem lutando desde o início do ano nos estados e municípios, houve paralisações em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo. É necessário nos inspirar no exemplo do estado do Pará, que com unidade entre professoras/es e a comunidade escolar, através de greve e ocupação da
secretaria de educação revogaram a reforma administrativa no estado. A categoria está demostrando disposição, mas infelizmente a CNTE (Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação) não organizou uma luta unificada. Nós, do Combate e da CST, denunciamos esta política imobilista, e exigimos da CNTE que organize e convoque uma jornada nacional de luta unificada com mobilização e atos de rua.
É preciso uma nova direção para o SEPE-RJ
Hoje a maioria da direção do SEPE-RJ é composta por setores que são parte do governo de frente ampla do Lula/Alckmin e participam dos gabinetes de parlamentares que votaram em Caiado para a presidência da Câmara de Vereadores do Rio e em Rodrigo Bacellar para a ALERJ, algozes da
educação.
Isso explica por que não tem se empenhado em mobilizar a categoria pela base para enfrentar o arcabouço fiscal que cortou 1,3 bilhão de reais da educação.
Em Junho de 2025 vão acontecer novas eleições para o SEPE-RJ e nós, da CST, junto ao coletivo Educação em Combate, estamos empenhadas/os em construir pela base uma chapa de oposição, por uma nova direção para o SEPE-RJ que tenha independência de classe frente a todos os governos, ao
parlamento e que esteja junta à base da categoria, se inspirando no exemplo do Pará e mobilize a categoria a partir das escolas para construir a luta por salário e melhores condições de trabalho.
Acompanhe nas redes sociais da educação em combate o nosso manifesto por uma nova direção para o SEPE-RJ
Precisamos de uma jornada de lutas!
A luta do dia 28/03 foi importante e precisa continuar. No mesmo final de semana aconteceu o 30/03, dia nacional de luta “Sem Anistia”, que no Rio de Janeiro foi subaproveitado e transformado em panfletagens, com o protesto acontecendo apenas na terça-feira 01/04 às 15h, dia e horário desfavorável para participação da maioria das pessoas que trabalham.
Nós, da CST e da Educação em Combate, opinamos que é importante a unidade da classe trabalhadora e por isso os atos da Educação devem ser construídos em conjunto com a luta pelo fim da escala 6×1, com a pauta “Sem Anistia, Prisão para Bolsonaro”, somar o apoio e solidariedade internacional com a Palestina, para enfrentar o Arcabouço Fiscal e exigir a revogação do Plano Safra, para que os 400 bilhões que o governo Lula investiu no agronegócio sejam revertidos para a educação e demais áreas sociais e assim garantir o cumprimento do piso em todos os estados e municípios, revogar o Novo Ensino Médio e as reformas administrativas e garantir reajuste salarial e
melhores condições de trabalho nas escola e em todo o serviço público.