Batalhar para construir uma esquerda independente | Combate Socialista Nº 196

Estamos no terceiro ano do mandato de Lula/Alckmin. O PT, PCdoB e PSOL falam com euforia do crescimento do PIB, da diminuição da desocupação e outros dados. Mas a vida da classe trabalhadora não está essa maravilha, não.

O Brasil real é carestia e longas jornadas

O que sentimos é aumento do preço dos alimentos, arrocho salarial, longas jornadas e superlotação no transporte. Alguns produtos estão acima da inflação oficial: café +50%, ovo +19%, tomate: +12,5%. Existem 40 milhões de trabalhadores na informalidade e 12 milhões desempregados ou desalentados.

Lula faz bravatas sobre quem “aumentou o preço do café” como se estivesse na oposição. Mas ele governa e é responsável pelo que ocorre aqui. Exigimos de Lula o reajuste de salário, fim da 6×1, redução do preço dos alimentos.

Lula não cumpriu promessas de campanha

Muitas promessas de campanha de Lula/Alckmin não foram cumpridas:  o revogaço não veio, mantiveram-se a Reforma da Previdência, a Trabalhista, a escala 6×1, o NEM, a privatização da Eletrobras e da BR distribuidora. Por isso, as novas vagas de trabalho são precárias e a renda no comércio e alimentação está estagnada.

Até aqui o “sem anistia” não se cumpriu. O golpistas Múcio continua no Ministério da Defesa e a cúpula militar está se safando. Mantém-se pactos com o centrão de Lira e verbas federais do BNDES ajudam as privatizações de Tarcísio em SP.

A política econômica do governo Lula/Alckmin é para banqueiros

A política econômica de Lula/Alckmin é um problema. O arcabouço fiscal é teto de gastos, semelhante ao de Temer. Ele impede investimentos em saúde, educação, moradia. Por isso, os servidores e estatais tiveram congelamento salarial em 2024 e o salário mínimo permanece baixo. Tudo para manter o pagamento dos juros da dívida interna e externa. Em 2024, o pagamento de juros consumiu R$ 950 bilhões. Para piorar, a taxa Selic que remunera os banqueiros, subiu para 14,25% – a maior taxa em 20 anos. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida a “cada 1% de aumento na Selic, o gasto com a dívida pública cresce R$ 55 bilhões”.

Manter o combate contra a extrema direita

Os atos do dia 30/03 contra a extrema direita, pedindo a prisão de Bolsonaro foram positivos. A extrema direita deve ser esmagada nas ruas. Por isso exigimos das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular uma nova jornada de lutas. Criticamos os dirigentes da CUT, CTB, sindicatos como Sinpeem, Apeoesp e Ferroviários por deixar passar o ajuste de Tarcísio e Nunes sem lutas. Isso fortalece a extrema direita.

Seguir o exemplo do breque dos apps

O breque do apps foi uma forte greve dos entregadores. São um exemplo a ser seguido. Os entregadores são uma peça chave da economia, sendo explorados por multinacionais. A greve ocorreu depois que a mesa tripartite do governo Lula não deu certo.  Os entregadores recuperam um velho método dos piquetes para garantir a greve, fechando locais do McDonalds e do iFood. A CUT, CTB e Força boicotaram o breque.

Na mesma semana ocorreu a greve nacional petroleira, paralisando a produção nas refinarias de todo o país.  No dia 28, os servidores da FASUBRA realizaram uma paralisação nacional. Exigimos que o governo Lula atenda aos entregadores, os petroleiros e os servidores. E exigimos que a CUT, Força e CTB unifiquem as lutas.

A CST defende a unidade da esquerda independente

Ao lado da luta unificada, temos de construir uma esquerda independente da frente ampla de Lula/Alckmin e que seja consequente contra a extrema direita. A frente ampla de Lula não oferece uma saída para a classe trabalhadora. Precisamos de uma verdadeira esquerda que luta pelo reajuste de salário, redução da jornada de trabalho, redução do preço dos alimentos e sem anistia.  Defendemos uma reunião das direções dos partidos que não integram o governo Lula: UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e CST. Atualmente, nenhuma dessas organizações consegue, por si só, construir uma forte esquerda independente. Por isso defendemos uma reunião conjunta. Propomos iniciar agrupando as forças que se unificaram na última campanha eleitoral: PSTU, MRT, SoB e CST. A CST defende um governo da classe trabalhadora e um Brasil socialista.

Exigimos do governo Lula/Alckmin:

– Reajuste de salário e redução do preço dos alimentos! Duplicação do salário mínimo! Reajuste semestral dos salários de acordo com a inflação! Fim da escala 6×1, por 36h semanais já! Pelo pagamento do piso nacional da educação!

– Redução dos Juros, taxação dos bilionários e das multinacionais! Não pagamento da dívida! Revogar o arcabouço fiscal e o plano safra do governo Lula/Alckmin.

– Contra as privatizações e planos PPPs. Reestatização dos serviços privatizados sob controle da classe trabalhadora! Incorporação de todos temporários e terceirizados!

– Em defesa dos direitos das mulheres e LGBTs! Aborto legal seguro e gratuito!

– Fim das operações policiais nas favelas e periferias! Pela punição de todos os responsáveis, militares e civis!

– Revogação do marco temporal! Demarcação já! Emergência Climática já! Expropriação e punição das empresas poluidoras!

– Sem anistia! Prisão e confisco de bens de Bolsonaro e todos golpistas do 8J e de 64! Expropriar as empresas que financiaram a intentona do 8J! Punição de toda cúpula militar golpista! Demissão de Múcio!

– Ruptura de relações com Israel! Fim dos bombardeios em Gaza! Liberdade imediata para Mahmoud Khalil! Expulsão do embaixador dos Estados Unidos!

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