Se aprofunda a crise social no governo Lula/Alckmin

Por Lorena Fernandes e Danilo Bianchi, Coordenação da CST

A situação do povo trabalhador brasileiro está extremamente difícil, com jornadas de trabalho exaustivas, como a escala 6×1, salários baixos que mal cobrem o básico no mês e preços de produtos e tarifas cada vez mais altos estão agravando uma realidade de carestia no Brasil.

Após mais de dois anos de governo da frente ampla de Lula/Alckmin, que foi eleito com o discurso de que o brasileiro voltaria a comer picanha, a realidade é que, hoje em dia, até comer ovo está difícil. Essa insatisfação tem se manifestado em lutas, como nas recentes greves dos petroleiros e pela
combativa categoria dos entregadores de aplicativos, que realizaram um forte breque dos apps.

Isso porque o governo da frente ampla de Lula/Alckmin opta por jogar a conta da crise nas costas da classe trabalhadora, por meio da política do Arcabouço Fiscal, que limita os gastos com as áreas sociais. Além disso, esse governo não revogou as reformas implementadas durante os mandatos de Temer e Bolsonaro, como a Reforma Trabalhista, da Previdência e o Novo Ensino Médio. Enquanto o povo trabalhador se esforça para fazer seu salário durar até o fim do mês, Lula destina 400 bilhões para o agronegócio e segue pagando a fraudulenta Dívida Pública.

A isenção do I.R. para quem ganha até 5 mil, prometida pelo governo, ainda não foi implementada. Exigimos sua imediata realização por meio de uma Medida Provisória Emergencial. Enquanto isso, outra promessa do governo, a de taxar as grandes fortunas, poderia aliviar o peso da crise sobre os
trabalhadores e transferir a carga para os verdadeiros responsáveis: os capitalistas. No entanto, a proposta do ministro Haddad é surpreendentemente ainda mais limitada do que a formulada pelo nefasto ex-ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes.

Sem anistia para golpista

A grande manifestação em São Paulo no dia 30/03 demonstra que a classe trabalhadora, a juventude, as mulheres e as dissidências não estão dispostas a perdoar Bolsonaro nem qualquer outro golpista. Apesar de ter sido mal convocado e de não contar com o apoio de peso dos sindicatos e das centrais,
o ato na capital paulista se mostrou bastante expressivo, superando em número de participantes o evento bolsonarista realizado anteriormente. É nas ruas que exigiremos que Bolsonaro e os demais golpistas não fiquem impunes. Além disso, a manifestação refletiu o descontentamento com as condições de vida e a superexploração da nossa classe, agravada pela jornada 6×1. Por essa razão, é fundamental que os atos incorporem as pautas em defesa da classe trabalhadora.

Seguir a mobilização e unificar as lutas!

O ato do dia 30/03 demonstrou a grande disposição da nossa classe para lutar tanto pela punição dos golpistas quanto pelas pautas econômicas que nos afligem. As grandes entidades, como CUT, CTB, UNE, UBES, MTST, PT e PSOL, têm a obrigação de convocar uma plenária nacional para impulsionar
uma jornada de lutas em todo o país, exigindo a punição de Bolsonaro e de todos os golpistas, o fim da escala 6×1 e medidas de combate à carestia, como o aumento emergencial dos salários. Essa mobilização deve incorporar as reivindicações das categorias, incluindo a luta dos motoboys de aplicativos por aumento, além de defender a revogação das reformas, combater as privatizações e rejeitar o arcabouço fiscal.

Os setores da frente ampla freiam as lutas contra a extrema direita e em defesa da classe trabalhadora

Em São Paulo, por exemplo, estado que é governado pela extrema direita, o governador Tarcísio e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, compartilham o mesmo projeto: desmontar todo o serviço público para entregá-lo de mãos beijadas à privatização. Os trabalhadores não querem aceitar essa ofensiva,
mas as direções dos sindicatos têm vacilado ao não unificarem a luta contra Tarcísio e Nunes. Isso ficou evidente na manobra da direção do Sinpeem durante a assembleia, em que a maioria dos professores votou pela greve, mas a direção não respeitou a vontade da categoria. O mesmo acontece na rede estadual de educação, onde a direção da Apeoesp não mobiliza para concretizar uma greve de verdade contra os ataques à educação. Mais recentemente, a mesma postura se repetiu entre os ferroviários: diante da iminente privatização das linhas 11, 12 e 13 da CPTM, a direção do sindicato
não mobilizou a base para construir a luta necessária para barrar a privatização.

A cada vacilo dessas direções sindicais, o projeto da extrema direita de Tarcísio e Nunes avança mais um passo. Por isso, nós, da Combate Sindical, exigimos que essas direções convoquem imediatamente uma plenária com todos os sindicatos para organizar uma jornada de lutas, definindo datas de mobilização em comum, fortalecendo assim nossa resistência.
Se você concorda com essa ideia e quer travar essa batalha conosco no seu local de trabalho, venha conhecer a Combate Sindical!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *