Panamá: Mobilização maciça em defesa da soberania e contra as medidas de austeridade de Mulino

Por Propuesta Socialista, seção da ITU-CI no Panamá

Na quinta-feira, dia 24 de abril, foi realizado um grande dia de mobilização no Panamá. Na capital do país, houve uma marcha maciça liderada pelos professores que estão em greve há vários dias. O dia foi caracterizado por grande combatividade. Diversas organizações sindicais, populares, juvenis e indígenas se uniram com suas faixas e consignas em uma atividade que se expressou em marchas massivas em Bocas del Toro, Colón, Veraguas, entre outros lugares. É importante ressaltar que estudantes do ensino médio se juntaram à luta em muitos lugares.

As mobilizações contaram com a presença de milhares de participantes, apesar da repressão que o governo Mulino havia desencadeado nos dias anteriores contra outras ações de luta que ocorreram. O governo vem intensificando a repressão contra aqueles que se mobilizam, principalmente no que diz respeito à liberdade de associação, e vale a pena observar que o Ministério do Trabalho é praticamente militarizado. Os inspetores do trabalho são policiais aposentados. As contas dos sindicatos e das federações sindicais foram congeladas. Ele não aceita pedidos de registro de novos sindicatos. O Ministro da Educação chegou a anunciar que os professores e docentes que aderirem à greve dos professores terão um dia de desconto e até os ameaçou com demissão. Ontem, sexta-feira, Diógenes Sánchez, líder dos professores em greve, foi preso.

Esse dia de mobilização foi acordado em uma reunião de líderes sindicais e organizações estudantis e populares, convocada pela Alianza Pueblo Unido (Aliança do Povo Unido), realizada em 12 de abril na Cidade do Panamá.

As diferentes mobilizações e passeatas tiveram como objetivo defender a soberania nacional diante das declarações de Trump e de outros porta-vozes do imperialismo norte-americano, que estão tentando assumir o controle do Canal, bem como contra a presença de tropas do exército norte-americano no país. As ações de protesto também foram contra a desapropriação de pensões por meio da lei 462; em rejeição à tentativa de despejar os habitantes das comunidades localizadas ao redor do Rio Indio, bem como contra a tentativa do governo Mulino de reabrir a mina de cobre por decreto, apesar do fato de que já existe uma decisão de 2023 da Suprema Corte de Justiça, que a fechou por razões ilegais e ambientais.

Na reunião de 12 de abril, os trabalhadores da Suntracs (construção), bem como os das empresas de banana em Chiriquí e Bocas del Toro, concordaram em aderir à greve geral convocada pelos professores, que já está em seu terceiro dia, começando na segunda-feira, 28 de abril. Eles anunciaram mobilizações em conjunto com outros sindicatos. Uma marcha estudantil em defesa da Universidade do Panamá, cujas terras serão vendidas pelo governo, também está planejada para esse dia.

Na próxima semana, espera-se que as mobilizações continuem em todo o país, e da Propuesta Socialista, a seção panamenha da Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional, continuaremos a participar ativamente de todas as ações que forem convocadas.

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