Nas ruas contra Netanyahu e Trump | Combate Socialista Nº 198

Na última semana, ocorreram manifestações em memória da Nakba, a catástrofe Palestina. O dia 15 de maio de 1948 marca a expulsão do povo palestino com a fundação do enclave colonial de Israel. Em meio ao atual genocídio em Gaza e na Cisjordânia ocupada, a mobilização precisa continuar.
“Solução final” nazi-sionista contra o povo Palestino
O Estado nazisionista de Israel anunciou uma nova ofensiva terrestre. Na última semana, ataques aéreos mataram 115 pessoas e milhares de palestinos são novamente forçados a abandonar seus lares. A “Operação Carruagens de Gideão”, de Benjamin Netanyahu, visa o controle total da Faixa de Gaza. Enquanto isso, negociações por um cessar-fogo ocorrem em Doha.
Segundo o Governo de Gaza a infraestrutura de saúde entrou em colapso. Há escassez de água, alimentos, energia e medicamentos. Mais de 61 mil palestinos já foram martirizados e 120 mil feridos. O holocausto é financiado pelos EUA e União Europeia.
Dezenas de milhares nas ruas pela Palestina
Em meio a catástrofe, a resistência continua. Segundo a Al Jazeera, “dezenas de milhares de pessoas se reuniram em todo o mundo em solidariedade aos palestinos”. Cerca de 500 mil pessoas tomaram as ruas de Londres em uma marcha histórica até a Downing Street, sede do escritório do primeiro-ministro britânico, nas proximidades do Parlamento. O protesto foi um dos maiores em apoio ao povo palestino desde 2024. A multidão se estendeu pelas emblemáticas pontes de Waterloo e Westminster, atravessando o rio Tâmisa em uma demonstração massiva de solidariedade.
Em Haia, na Holanda, 100 mil manifestantes tomaram as ruas para protestar contra a cumplicidade do governo local, que fornece peças para os caças F-35 de Israel. A mobilização ocorreu no momento em que a Corte Internacional de Justiça, analisa o processo movido pela África do Sul contra Israel. Foi a maior manifestação registrada no país em duas décadas. Vestidos de vermelho, os participantes formaram uma simbólica “linha vermelha”, em repúdio à conivência internacional. Houve também um grande protesto em Madri. Outras manifestações ocorreram em Estocolmo, Berlim, Hamburgo, Atenas, Amsterdã, Milão, Dublin, e cidades dos EUA, Canadá, Austrália e Oriente Médio. No Brasil, o maior ato ocorreu em SP, organizado pela Frente Palestina.
Enfrentar Trump e a extrema-direita
O governo da extrema-direita de Donald Trump busca impor uma nova ordem mundial a serviço das multinacionais. Seu projeto ataca a classe trabalhadora, as mulheres, os negros, os imigrantes, a população LGBTQIA+ e aprofunda a crise ambiental. Em visita aos Emirados Árabes, Trump declarou a intenção de “assumir o controle de Gaza”.
É preciso enfrentar essa “nova ordem mundial”. Nos Estados Unidos, manifestações ocorrem em mais de mil cidades, enfrentando os projetos de Trump e Elon Musk. Em Nova York, Washington, Boston e Chicago, os manifestantes gritam: “Trump, tire suas patas de nossos direitos”.
Na América Latina, é preciso ampliar a mobilização. No Panamá, cresce o movimento anti-imperialista. Temos de seguir esse exemplo.
Exigimos que Lula rompa com Netanyahu e Trump
Embora Lula tenha reconhecido publicamente o genocídio em Gaza, seu governo não adotou medidas concretas. Não rompeu relações com Israel.
Infelizmente, o governo Lula/Alckmin não oferece resistência aos EUA. Nada fez sobre as humilhantes deportações que os trabalhadores brasileiros sofreram.
A extrema-direita é um perigo real. Mas o governo Lula/Alckmin não revogou medidas como a reforma trabalhista e previdenciária. Mantém a jornada 6×1 e o plano safra. Além disso, com o Arcabouço Fiscal, cortando verbas da educação e impondo salário mínimo de fome, a frente ampla abre caminho para o fortalecimento do bolsonarismo.
Construir uma esquerda independente unitária
Ao lado da luta unificada, temos de construir uma esquerda independente da frente ampla de Lula/Alckmin. Para enfrentar a extrema-direita e lutar contra os ataques do arcabouço fiscal e plano safra de Lula. Defendemos uma reunião dos partidos que não integram o governo da frente ampla: UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e CST. Atualmente, nenhuma organização consegue por si só construir uma forte esquerda independente. Por isso, defendemos uma reunião para traçar ações unitárias.
A CST é uma organização socialista e revolucionária independente, seção da UIT-QI. Precisamos de sua participação para fortalecer esse projeto. Seja militante!