Palestina: apoiar a marcha global para Gaza/ Rafah do dia 15 de junho

Por Imprensa UIT-QI

 

Após a vergonhosa detenção por Israel da Flotilha da Liberdade, liderada por Greta Thunberg, que tinha o justo objetivo de romper o cerco do sionismo assassino, uma caravana de veículos partiu da Tunísia com destino a Rafah, na fronteira com o Egito, para denunciar o bloqueio israelense a Gaza.

A caravana “Perseverança” partiu da Tunísia para exigir o fim do bloqueio israelense a Gaza, em coordenação com comboios internacionais de mais de 30 países. A meta é chegar no domingo, 15 de junho. A etapa final passa por território egípcio, cujo governo ainda não autorizou a caravana. A UIT-QI está apoiando tal iniciativa de solidariedade ao povo palestino. Defendemos a construção de ações unitárias em todo o mundo em apoio à marcha, exigindo que o governo egípcio autorize a passagem da caravana.

Reproduzimos abaixo a nota de Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI, denunciando a fome e o genocídio impostos por Israel e em apoio à marcha global a Gaza, de 15 de junho.

Marchas internacionais de 15 de junho: basta de fome e genocídio em Gaza

Por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI.

Há três meses, o governo genocida israelense, com o apoio de Donald Trump, rompeu o breve cessar-fogo em Gaza. Além de seguir assassinando milhares de pessoas, continua restringindo a entrada de alimentos, água, remédios, combustível e eletricidade. Depois de causar fome entre a população de Gaza, diante da enorme condenação global, permitiu a entrada de alguns alimentos e água, mas em quantidade muito inferior à necessária.

Em Gaza, após quase 60.000 pessoas terem sido assassinadas pelos invasores israelenses nos últimos vinte meses, o perigo de uma fome generalizada está aumentando. Segundo a ONU, 14.000 bebês podem morrer de fome e meio milhão de pessoas (25% da população) correm o risco de morrer de inanição. O objetivo é expulsar o povo palestino de Gaza, instalar colonos sionistas e transformar a Faixa de Gaza num “destino turístico”, como Trump anunciou.

Mobilização mundial e repercussões

Protestos condenando essa catástrofe humanitária estão ocorrendo em todo o mundo. Em 31 de maio, centenas de torcedores do Paris Saint-Germain marcaram presença em Munique, antes e durante a final da Liga dos Campeões da UEFA, agitando bandeiras palestinas para demonstrar sua solidariedade.

Em maio, durante o 77º aniversário da Nakba, milhares se mobilizaram em todo o mundo contra seus governos e em apoio ao povo palestino, exigindo o fim do envio de armas para Israel. Em 10 de maio, mais de 80.000 pessoas foram às ruas em Madri; 100.000 marcharam na Holanda, em 18 de maio; e quase meio milhão se mobilizou em Londres, em 17 de maio.

A forte pressão do movimento de massas levou governos capitalistas da Europa e de outras regiões a criticarem Israel. Em uma declaração conjunta, de 19 de maio, França, Canadá e Reino Unido rejeitaram a nova ofensiva militar sionista, pediram um cessar-fogo e, hipocritamente – após seu apoio a Israel, inclusive com armas –, afirmaram que “o nível de sofrimento humano em Gaza é intolerável” e que “se Israel não interromper a ofensiva militar, tomaremos medidas concretas adicionais em resposta”. Outros dezoito países exigiram a retomada imediata da entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Enquanto isso, os protestos continuam em Israel, agora diários, exigindo o fim da guerra e o retorno dos reféns. Líderes políticos proeminentes da oposição, embora sionistas e antipalestinos, agora fazem críticas ao governo. O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert disse numa entrevista: “O que Israel está fazendo atualmente em Gaza é muito próximo de um crime de guerra.”

Aprofundar a mobilização internacional em apoio à resistência

Nós, da UIT-QI, apoiamos um cessar-fogo imediato e a retirada de todas as tropas israelenses de Gaza, Cisjordânia, Síria e Líbano. Rejeitamos a limpeza étnica promovida por Trump e Benjamin Netanyahu, bem como o bombardeio estadunidense e israelense ao Iêmen. Repudiamos o plano de militarizar e privatizar a entrega de ajuda humanitária. Defendemos uma Palestina única, laica, democrática e não racista. Palestina livre, do rio ao mar!

Para derrotar a tentativa de limpeza étnica e ocupação de Gaza, precisamos continuar a nos mobilizar em todo o mundo em apoio ao povo palestino e à resistência. A “Marcha a Gaza”, promovida por organizações de mais de 20 países, está marcada para 15 de junho. Será uma marcha até a fronteira entre o Egito e Gaza, em Rafah, para exigir o rompimento do cerco e a abertura da passagem, permitindo a livre entrada de ajuda humanitária e de todas as manifestações de apoio ao povo palestino.

A UIT-QI se une ao apelo por essa mobilização e defende a realização de ações conjuntas em apoio ao povo palestino em todo o mundo no mesmo dia e de 12 a 15 de junho. Nesse sentido, apoiamos a abertura imediata das passagens de fronteira para garantir a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e água, e o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica. Como parte dessa solidariedade internacional, vale destacar que a Flotilha da Liberdade, liderada por Greta Thunberg, partiu do porto de Catânia (Itália) rumo a Gaza, transportando ajuda humanitária e exigindo que Israel abra caminho para esse fim.

Exigimos que o governo egípcio, que até agora nada disse – mesmo com a enorme solidariedade popular com a Palestina no país –, autorize a marcha do Egito para Gaza. Exigimos que todos os governos do mundo, especialmente os governos árabes e do Oriente Médio, rompam relações políticas, diplomáticas, comerciais, culturais e acadêmicas com Israel. E, no caso dos governos árabes, que apoiem a resistência palestina em Gaza e na Cisjordânia com armas e recursos.

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