Unificar as greves e lutas e construir uma esquerda independente | Combate Socialista Nº 199

Editorial
Estamos caminhando para o fim de mais um semestre. As festas juninas estão por aí e podem nos garantir certo alívio, mas a verdade é que a vida não está nada fácil. Longas jornadas de trabalho não deixam tempo para mais nada; o salário arrochado desaparece nos boletos; os transportes, superlotados, com gente andando feito sardinha enlatada. Os novos empregos são precários, em jornadas 6×1. Esse é o Brasil real, diferente do discurso de Lula lá do Palácio do Planalto.
Nos últimos dias, acompanhamos as dramáticas denúncias sobre professoras e professores que faleceram dentro das escolas, estafados de tanto trabalhar e pela opressão a que estão submetidos. Temos de dar um basta nisso!
Os bilionários e multinacionais são parasitas
Essa situação é absurda. A classe trabalhadora tudo produz. Nenhum arranha-céu da Avenida Paulista ficaria de pé sem nosso trabalho. O problema é que tudo é apropriado pelos bilionários. Dados do IBGE indicam que o 1% mais rico detém quase 50% da renda nacional. Esses parasitas sustentaram o governo dos gorilas bolsonaristas.
O problema é que o governo Lula/Alckmin governa para esses “almofadinhas”. Um desses ricos é o banqueiro Gabriel Galípolo. Ele foi presidente do Banco Fator, integrou o Ministério da Fazenda, e depois foi promovido para a presidência do Banco Central. Foi esse time, contando com a ministra Simone Tebet (do MDB de Temer) e a ex-presidenta da UNE, Carina Vitral (PCdoB), que formulou o arcabouço fiscal. Essa política é o novo nome da velha política de “teto de gastos” de Temer.
Tira a tesoura da mão!
O efeito do arcabouço fiscal de Lula/Alckmin é nefasto. Preserva os interesses dos empresários, agronegócio e banqueiros, e corta bilhões nas áreas sociais. A frente ampla não governa para a classe trabalhadora. O Decreto 12.477, de 30/05, impôs a contenção de R$ 31,3 bilhões no Orçamento. Isso afetou verbas da saúde, da Farmácia Popular, do Bolsa Família e do auxílio-gás. O único ministério que se esquivou desses novos cortes foi o da Educação. Não por acaso: foi quem mais reagiu, com forte pressão do conjunto da comunidade universitária e atos da UNE no dia 29 de maio.
A boiada não passará!
O governo da frente ampla também é uma aliança com o agronegócio. O ministro ruralista Carlos Fávaro (PSD) foi um dos defensores do PL da devastação. Trata-se do maior ataque ambiental em 40 anos.
A catástrofe socioambiental já é grande. O desmatamento na Amazônia alcançou 960 km², aumento de 92% em relação ao ano passado. Cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável. Apenas 52,2% do esgoto no país é tratado. E tudo vai piorar para favorecer empresas como JBS, Marfrig, Cargill, Bunge, Ambev ou BRF.
Unificar as lutas e greves
Recentemente, o movimento estudantil esteve nas ruas. Os atos ambientais foram nacionalizados. Lutamos por sua continuidade, com jornadas unificadas.
Educadores do DF, BH e Salvador estão em greve. Saudamos essas greves, que devem ser cercadas de solidariedade. O último Conselho da APEOESP aprovou propor à CNTE uma jornada de mobilização para unificar essas lutas.
Há outras greves em curso, mas ainda sem coordenação ou unidade nacional. Por isso, exigimos da CUT e CTB a unificação das lutas, greves e campanhas salariais.
Contra a extrema direita e o holocausto em Gaza, estaremos nas ruas no dia 15, na manifestação de unidade pela Palestina em SP.
Construir uma esquerda independente
O governo Lula/Alckmin prometeu mudanças, mas segue protegendo os lucros dos capitalistas. E a extrema direita busca canalizar a frustração popular. Bolsonaro, Mourão, Tarcísio e Nunes querem fortalecer projetos autoritários. Infelizmente, o governo Lula destina verbas federais para projetos de privatização em SP. Por isso, é urgente construir uma alternativa independente da frente ampla e que seja radical no combate à extrema direita. Propomos uma reunião entre as direções do PSTU, MRT, SoB e demais forças que não compõem a frente ampla.
Participe das reuniões da CST, organização socialista e revolucionária independente. Nas ruas, exigimos do governo Lula/Alckmin:
-Verbas para serviços públicos, não para banqueiros e o agro! Fim do arcabouço fiscal! Revogação dos cortes nas áreas sociais!
-Barrar o PL da devastação! Fim do Plano Safra! Verbas para emergência climática!
-Todo apoio às greves do DF, BH e Salvador! Exigimos da CUT, UNE, MTST e CNTE a unificação das lutas! Jornada nacional de lutas com panfletagens, assembleias, paralisações e atos unificados!
– Prisão e confisco de bens de Bolsonaro e todos os golpistas do 8J!
AÇÃO ENTRE AMIGOS! AJUDE A CHEGAR AOS 80%!
Mariza Santos – Coord. Nacional da CST
A campanha financeira da CST está quase na reta final. Agradecemos o apoio de todos que colaboraram, mas ainda falta. No momento, precisamos chegar aos 80% da meta nacional. Por isso, convidamos os que ainda podem ajudar a nos dar esta força.
A nossa Ação Entre Amigos ocorre através de uma rifa no valor de R$ 10,00. Você concorre a dois prêmios: o primeiro de R$ 1.000,00 e o segundo de R$ 500,00, a serem sorteados no dia 27/07, via o site Sorteador.
Defendemos a independência de classe. O nosso financiamento vem da própria militância e amigos, e da venda dos nossos materiais (livros e revistas). Isso nos ajuda a produzir panfletos, faixas e o que for preciso para nossa intervenção nas lutas.
Essa independência nos deixa livres para combater os patrões e os governos.
Contribua com a nossa campanha. Ajude a fortalecer a esquerda socialista revolucionária independente!