Já passou da hora: Romper relações com Israel! | Combate Socialista Nº 200

Chegamos ao fim do semestre com mais seis meses de massacre contra o povo palestino. Enquanto Israel e EUA intensificam as agressões, cresce a mobilização em solidariedade. É urgente reforçar a exigência de rompimento das relações com Israel.

Israel é nazista

O enclave colonial de Israel foi implantado pelo imperialismo no Oriente Médio em 1948. O termo árabe “Nakba” (catástrofe) expressa a tragédia do povo palestino. Israel é uma ditadura de caráter fascista, baseada no apartheid e na opressão racista. O sionismo aplica métodos de guerra civil para esmagar um povo: o palestino. Seu conteúdo é nazista. Sionismo é nazismo. Não por acaso, muitos judeus antissionistas ocupam as ruas e denunciam: “Não em nosso nome.”

A mobilização mundial continua

A mobilização mundial segue ativa. Em junho, ações em apoio à Flotilha da Liberdade romperam simbolicamente o bloqueio e denunciaram o genocídio em Gaza. No dia 15, a Marcha para Gaza reuniu delegações internacionais no Cairo, mas foi reprimida pelo governo egípcio. Uma nova demonstração do papel reacionário da burguesia árabe. No Brasil, ocorreu a maior manifestação em solidariedade ao povo palestino: cerca de 30 mil pessoas tomaram as ruas de São Paulo.

Romper com Israel: O mínimo que se necessita!

O governo Lula/Alckmin faz discursos corretos contra o massacre em Gaza. Lula chegou a usar uma kufiya em visita à França. Já passou da hora de transformar palavras e gestos em ação. Com seu peso internacional, Lula poderia contribuir de forma efetiva com a luta do povo palestino. No entanto, nenhuma medida concreta foi tomada.

Lula não vetou o dia da Amizade Brasil-Israel

O mais grave é que Lula se omitiu diante da lei que institui o dia 12 de abril como “Dia da Amizade Brasil-Israel”. O projeto foi aprovado por unanimidade no Senado, com votos do PT, PDT, PSB e REDE. Lula poderia tê-lo vetado, mas se omitiu, permitindo que o presidente da Câmara promulgasse a lei. Essa omissão é um erro grave que fortalece a extrema direita. Significou cumplicidade na aprovação desse projeto nefasto.

Seguir a campanha pela ruptura de relações

O nazisionismo é genocida e não vai recuar. Precisa ser isolado internacionalmente, como foi o regime de apartheid na África do Sul. A campanha BDS Brasil, com apoio de artistas como Chico Buarque, Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Wagner Moura e Emicida, exige que Lula rompa relações com Israel. Essa ampla unidade se refletiu na passeata dos 30 mil em SP. Dentro dessa campanha, divulgamos nossas propostas contra Trump, contra a anexação do canal do Panamá e pelo direito de defesa do Irã.

UNE, MST, CUT e CTB:  retomar a luta internacionalista

A luta contra o nazisionismo é uma das grandes batalhas do nosso tempo. O Brasil tem uma longa tradição de mobilizações internacionalistas: da UNE contra o nazifascismo nos anos 1940, ao CGT nos anos 1960 contra a dominação dos EUA; da CUT na luta contra o FMI nos anos 1980, ao MST no plebiscito da dívida e contra a ALCA nos anos 2000. É hora de retomar esse caminho. Propomos a realização de uma plenária das Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular para organizar uma jornada de lutas contra o nazisionismo, a extrema direita de Trump e em defesa das pautas da classe trabalhadora.

A CST, seção da UIT-QI, segue junto da resistência palestina e defende a destruição do enclave de Israel. Por uma Palestina laica, democrática e não racista.

Construir uma esquerda independente unitária

O governo Lula/Alckmin, em aliança com os partidos patronais e setores ultrarreacionários, continua implementando o arcabouço fiscal (cortes orçamentários, longas jornadas de trabalho, baixos salários, privatizações) e o plano Safra que beneficia o agronegócio. Algo que dá fôlego para a extrema direita. É necessário organizar a luta unificada contra estes ataques e avançar na construção de uma esquerda independente. Defendemos uma reunião dos partidos que não integram o governo da frente ampla: UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e CST, para traçar ações unitárias.

A CST é uma organização socialista e revolucionária independente. Precisamos de sua participação para fortalecer esse projeto. Seja militante!