Corrente sindical “A Luchar”: grande plenária do sindicalismo combativo

No sábado, 5 de julho, foi realizada no Clube Comunicaciones, em Buenos Aires, a segunda plenária nacional da corrente “A Luchar”, pela unidade do sindicalismo combativo e democrático.

Centenas de companheiros e companheiras da Cidade de Buenos Aires e das províncias de Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba, La Rioja, Santiago del Estero, Jujuy, San Juan, Chubut, Misiones, Tierra del Fuego, Neuquén, Santa Cruz e Río Negro estiveram presentes para debater, compartilhar experiências e votar resoluções comuns. Dirigentes sindicais, comissões internas e delegações – junto com ativistas de grupos antiburocráticos, tanto da CGT quanto da CTA – deram um importante passo na luta pela construção de uma nova direção combativa e democrática para a classe trabalhadora.

Uma grande delegação da Lista Bordó del Sarmiento, liderada por Rubén “Pollo” Sobrero, esteve presente. Eles estão se preparando para disputar as próximas eleições de 30 de setembro. Também estiveram presentes delegados e ativistas de Docentes en Marcha (Docentes em Marcha), vários deles dirigentes de sindicatos resgatados das mãos da burocracia, como Mariana Scayola (secretária-geral da Ademys), Angélica Lagunas (secretária-geral da ATEN Capital), Federico Wagner (secretário sindical da UEPC Capital) e Adriana Astolfo (secretária-adjunta da Adosac), entre outros.

Também estiveram presentes trabalhadoras e trabalhadores da saúde dos hospitais Garrahan, Bonaparte e Posadas, além de delegações do restante do país. Participaram representantes de algumas das lutas mais importantes das últimas semanas, como a dos metalúrgicos de Río Grande (Tierra del Fuego) e de empresas como Mondelez, Georgalos, Morvillo e Juan F. Secco. Priscilla Vásquez, dirigente do Fundo de Seguridade Social do Panamá e do nosso partido irmão, a Propuesta Socialista – UIT-QI, enviou uma saudação.

Além disso, participaram delegações da UTA (como a Bordó da linha 460), trabalhadores têxteis, metalúrgicos, funcionários do ATE (Ministério da Economia, INDEC, Desenvolvimento Social de Córdoba, Fábricas Militares de Córdoba), trabalhadores universitários de todo o país e membros de outros sindicatos. Delegações do INTA, do INTI, trabalhadores municipais de Vicente López e das Aerolíneas Argentinas também participaram.

Unir as lutas

“Nos reunimos para convocar a mais ampla unidade para derrotar o plano motosserra de Javier Milei, dos governadores e do FMI. Denunciamos o pacto da CGT com o governo e exigimos uma greve de 36 horas. E nos manifestamos a favor do fortalecimento do sindicalismo combativo e democrático, com uma coordenação permanente, que sirva como ponto de referência para a construção de uma nova direção para o movimento operário, contra a burocracia sindical”, declarou Rubén “Pollo” Sobrero, secretário-geral da Unión Ferroviaria Seccional Oeste, ao dar as boas-vindas a todos os lutadores presentes. E acrescentou: “Em todo o lugar em que a burocracia sindical abandonar as lutas e as companheiras e os companheiros, esses espaços serão ocupados pelo sindicalismo combativo.”

Angélica Lagunas, secretária-geral da ATEN Capital, discursou e compartilhou a experiência da luta titânica travada para recuperar o sindicato em nível provincial. Ela enfatizou a importância de estar na plenária, e o esforço realizado para isso, compartilhando experiências: “Dizem que não podemos lutar; respondemos que não podemos esperar mais, diante das medidas de ajuste, para dizer ‘basta!’”. Também participaram os/as professores/as Adriana Astolfo, secretária-adjunta da Adosac (Santa Cruz), e Federico Wagner, secretário sindical da UEPC Capital (Córdoba), ambos de sindicatos resgatados das mãos da burocracia, que fizeram saudações.

Profissionais da saúde, especialmente dos hospitais Garrahan, Bonaparte e Posadas, subiram ao palco. Diego Saavedra, delegado da ATE-Garrahan, explicou a luta em curso e pediu a todos que se juntassem à grande marcha planejada para 17 de julho.

A Unión de Trabajadores Jubilados en Lucha [União de Trabalhadores Aposentados em Luta] também esteve presente. Sua principal representante, Ana Valverde, falou sobre as ações que realizam todas as quartas-feiras e condenou a repressão sistemática promovida pela Ministra da Segurança, Patricia Bullrich: “Não sairemos das ruas”, declarou, sob aplausos dos presentes.

Vale destacar que a plenária contou com a presença dos deputados nacionais da Izquierda Socialista e da Frente de Izquierda Unidad, Juan Carlos Giordano e Mercedes de Mendieta; da deputada portenha Mercedes Trimarchi; e das vereadoras Olga Ortigoza, de La Matanza, e Romina Ruocco, de Merlo. Diversos dirigentes saudaram o evento, incluindo Pablo Almeida, delegado-geral da Diretoria Interna da ATE – Ministério da Economia, e Pilar Barbas, dirigente da Juventud de Izquierda Socialista [Juventude da Esquerda Socialista]. Matias Ávila, secretário administrativo da ATE Río Tercero, também esteve presente.

Por sua vez, Mónica Schlotthauer, delegada ferroviária e ex-deputada nacional, enfatizou: “Todas as lutas são longas e árduas, mas apontam para o coração do plano econômico do governo: um plano de pilhagem e submissão ao FMI e aos bancos internacionais, que pretendem confiscar todo o orçamento público e liquidar nossos direitos duramente conquistados. Precisamos recuperar o patrimônio nacional, parar de pagar a dívida externa e investir esses recursos em salários, aposentadorias, empregos, saúde, educação e moradia; em outro plano econômico operário e popular.”

Juan Carlos Giordano, atual deputado nacional pela Izquierda Socialista – FIT Unidad, afirmou: “O governo conseguiu avançar graças ao pacto com a CGT e os políticos patronais no Congresso, incluindo os peronistas, que votaram a favor das leis e do DNU para contrair a nova dívida. Todos votaram! Exceto a Frente de Izquierda.”

“Além disso, devemos lutar pela independência política da classe trabalhadora. Já temos essa ferramenta: a Frente de Izquierda Unidad. O peronismo não é solução. Para derrotar a extrema-direita de Milei, precisamos fortalecer a Frente de Izquierda. Lutamos por um governo dos/as trabalhadores/as. Devemos superar o peronismo pela esquerda e convocar todos/as os/as trabalhadores/as a se juntarem à FIT Unidad”, concluiu.

Mariana Scayola, secretária-geral da Ademys, foi a responsável por encerrar o evento e convocar a concretização das tarefas e resoluções mais importantes: “Apoiaremos todas as lutas em curso, para que triunfem. Pela unidade do sindicalismo combativo. Podemos deter o ajuste e abrir caminho para uma nova direção para a classe trabalhadora. Devemos ir a todos os cantos do país para fortalecer a nossa corrente sindical. Estamos trabalhando pela coordenação permanente do sindicalismo combativo: uma ferramenta contra as traições da direção burocrática da CGT. O ajuste pode ser derrotado. Há dinheiro, e queremos que ele seja aplicado na saúde, nas escolas, nos salários. Viva a corrente “A Luchar” e viva o sindicalismo combativo!”

Durante o evento, os participantes se dividiram em grupos de discussão, que debateram a resolução geral e cada um dos pontos específicos. A resolução foi votada por unanimidade, levantando as mãos, ao final da plenária. Todos os participantes da segunda plenária nacional de “A Luchar” saíram fortalecidos para continuar a luta. Sem dúvida, a plenária representou um passo importante no caminho da construção de uma nova direção combativa e democrática, contra a burocracia sindical, os patrões e o plano motosserra de Milei, dos governadores e do FMI.