A juventude contra a catástrofe ambiental

Por Andressa Rocha, Vamos à Luta
Às vésperas da COP30, denunciamos que no Brasil e no mundo, a preservação do meio ambiente é moeda de troca para o lucro capitalista. As tragédias de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) não foram acidentes — foram crimes de um sistema que destrói os recursos naturais em prol do lucro. E quem paga a conta são trabalhadores, jovens, comunidades periféricas e povos indígenas, que herdam um território contaminado e um futuro ameaçado.
Brumadinho é um trágico exemplo do quão predatório é o capitalismo. Segundo o projeto “Saúde Brumadinho”, da Fiocruz Minas, 33,7 % dos adultos da região apresentam altos níveis de arsênio na urina e mais de 50 % das crianças analisadas apresentaram ao menos um metal tóxico acima dos limites aceitáveis. Em adolescentes, asma e bronquite atingem até 23,8 % em comunidades como Parque da Cachoeira (Fiocruz, 2022). A saúde mental também foi destruída pela lama. Segundo estudos da UFMG, 29,3 % dos atingidos apresentam sintomas de depressão, 22,9 % têm transtorno de estresse pós-traumático e 18,9 % sofrem de ansiedade crônica (UFMG, 2022).
Em Mariana, o cenário é o mesmo. Em comunidades como Barra Longa, após o rompimento da barragem da Samarco, multiplicaram-se casos de doenças de pele, respiratórias, parasitoses e depressão, com prevalência cinco vezes maior que os índices da OMS, segundo levantamentos da Fiocruz e de organizações de saúde locais.
Esses dados escancaram o verdadeiro preço da “mineração sustentável”: contaminação, adoecimento e morte. Enquanto isso, o PL da Devastação avança no Congresso, com apoio de ruralistas e da base do governo Lula, para legalizar o crime ambiental e desmontar os órgãos de fiscalização. Não existe planeta B! É preciso seguir mobilizando e exigindo que o governo Lula vete o PL da devastação, em defesa do Cerrado, da Amazônia, da Terra e da nossa existência enquanto humanidade.