Israel assassina seis jornalistas, enquanto cresce a condenação global ao genocídio

Por Imprensa UIT-QI
Depois das grandes manifestações de sábado, 9 de agosto, e da Jornada Mundial de Solidariedade com a Palestina, Israel bombardeou uma tenda de imprensa, matando o principal correspondente da Al-Jazeera, Anas al-Sharif, e três de seus colegas, além de outros dois jornalistas. A tenda de imprensa, devidamente identificada, estava localizada em frente ao portão principal do Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, e os jornalistas foram mortos com os coletes de identificação. Uma mensagem previamente gravada por Anas al-Sharif confirmou o assassinato: “Se estas palavras chegarem até vocês, Israel conseguiu me matar.” Na segunda-feira, uma manifestação acompanhou os corpos dos jornalistas até o Cemitério Sheikh Radwan, em Gaza.
O assassinato dos jornalistas não foi um erro de cálculo. Faz parte da política israelense de silenciar jornalistas, que democraticamente relatam ao mundo as atrocidades cometidas durante o genocídio. Desde o início dos ataques sionistas, em 7 de agosto, mais de 270 jornalistas foram mortos, um número superior ao de profissionais de imprensa mortos nas duas Guerras Mundiais. Israel justificou a ação criminosa alegando que Anas al-Sharif era um oficial militar do Hamas. Esses falsos argumentos também foram usados contra outros jornalistas, que frequentemente foram ameaçados e assediados por Israel para forçá-los a deixar o país e a interromper as reportagens.
A Jornada Mundial por Gaza de 9 de agosto
No dia 9 de agosto, grandes mobilizações em apoio à Palestina ocorreram em todo o mundo. Em protestos anteriores, mais de 300.000 pessoas se mobilizaram na Austrália e centenas de milhares no Japão. O genocídio praticado por Netanyahu, o uso da fome como arma de guerra, o assassinato de mais de 61.000 pessoas e as novas ameaças do governante israelense de ocupar toda a Faixa de Gaza despertaram o repúdio global contra as ações de Israel.
Israel está sendo repudiada massivamente por trabalhadores, jovens e milhões de ativistas, que estão começando a se organizar para ampliar a mobilização, as ações de boicote e a pressão para que os governos deixem de apoiar Israel. As ações de 9 de agosto, convocadas pelo Movimento Global por Gaza, foram acolhidas por todo o ativismo mundial e marcaram um salto na mobilização, abrindo um novo período na luta contra o genocídio e aprofundando o isolamento de Israel.
Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), fazemos parte da mobilização mundial e apoiamos a maior unidade de ação possível para derrotar o genocídio perpetrado por Israel. Saudamos as mobilizações em todo o mundo e nos solidarizamos com as novas ações, como as flotilhas, que buscam romper o bloqueio criminoso e amenizar fome. Exigimos a abertura imediata das fronteiras e a entrada em massa de alimentos, água, medicamentos e profissionais de saúde. Exigimos que todos os governos do mundo rompam imediatamente as relações econômicas, políticas e diplomáticas com o genocida Estado israelense. Condenamos o assassinato de Anas al-Sharif e de mais de 270 jornalistas, e nos unimos ao apelo global para que Israel garanta a livre cobertura de imprensa. Dizemos: fora Israel da Palestina! Não ao genocídio! Abram as fronteiras! Alimentos, água e medicamentos para a população de Gaza! A Palestina vencerá, do rio ao mar! Por uma Palestina única, laica, democrática e não racista!