Mais verbas para as universidades! Exigimos que a UNE convoque um calendário de lutas!

Por Jeane Carla- Vamos à Luta SP e Rebeca Montanha- FATEC e Vamos à Luta SP

Não é de hoje que a realidade das universidades está em frangalhos. A UFRJ, UFMG, UFF, UFU e as universidades estaduais, como USP, UNESP e FATEC passam por problemas de falta de verbas para permanência estudantil, reformas dos blocos, bandejão de qualidade e questões de segurança nos campi.

Retornamos agora do Congresso da UNE (CONUNE), onde milhares de estudantes de todos os estados do país refletiram sobre esses problemas e como solucioná-los. Nós, da juventude Vamos à Luta, estivemos presentes no Congresso e batalhamos para reverter a situação precária das universidades. Por isso, defendemos que do CONUNE deveria sair uma convocação de um calendário de lutas em cada universidade para exigir do governo Lula verbas para as universidades e o fim do arcabouço fiscal. Somente com toda a juventude nas ruas conseguiremos exigir o fim do arcabouço fiscal, que foi elaborado pelo governo Lula e segue sendo mantido por ele, e que hoje é responsável pela crise orçamentária das universidades.

O arcabouço fiscal é o responsável pelo nosso orçamento das universidades estar menor do que nos anos do governo Temer e Bolsonaro antes da pandemia. Isso significa que o compromisso do governo Lula, expresso no arcabouço fiscal, não é com os estudantes e com a educação pública, uma vez que tal medida econômica do governo federal representa a destinação do dinheiro público para a mão dos banqueiros, patrões e latifundiários do agronegócio e, para isso, corta verba das áreas sociais. O arcabouço fiscal também serve de pretexto para os governadores de extrema direita dos estados, como Tarcísio e Zema, cortarem verbas das universidades estaduais.

Infelizmente a direção majoritária da UNE- UJS (PCdoB), juventudes do PT, Levante Popular da Juventude- e seus aliados da Juventude Sem Medo- Afronte, Manifesta, Rua e Travessia (todos do PSOL), não combatem o arcabouço fiscal até o fim, visto que não possuem independência do governo Lula e, por isso, defendem somente a retirada da educação do arcabouço fiscal. Nós discordamos plenamente da posição da direção majoritária da UNE e branaatalhamos cotidianamente pela construção de uma nova direção para entidade, que seja independente de qualquer governo, combativa e que organize as lutas dos estudantes pela base em cada universidade.

Não à toa, a UNE não está convocando nacionalmente o dia 11 de agosto, dia histórico de luta dos estudantes pelas suas reivindicações, dado que a direção da entidade não quer enfrentar os cortes nas universidades e a situação de precarização delas, como também não quer exigir o fim do arcabouço fiscal para garantir a recomposição orçamentária das universidades. Tudo isso, para não entrar em conflito com o governo federal e blindá-lo de qualquer tipo de crítica. Para não convocar o dia 11 de agosto a UNE está convocando o dia 14 de agosto “Estudantes em defesa da educação e da soberania” com um eixo vago e sem mencionar a luta contra o arcabouço fiscal, a recomposição orçamentária e o combate efetivo da extrema-direita de Trump e Bolsonaro.

Diante desse cenário, os setores da oposição unificada da UNE- Correnteza (UP), Juntos (PSOL), PCBR, PCB, A rua é nóis (PSOL), Vamos à Luta- estão organizando atos de rua no dia 11 de agosto. Se a majoritária da UNE não quer organizar a luta dos estudantes, nós fazemos. Nesse sentido, fazemos um chamado para que os companheiros do Rebeldia (PSTU) e da Faísca Revolucionária (MRT) estejam presentes no ato do dia 11 de agosto para somar forças. No ato, vamos exigir do governo Lula o fim do arcabouço fiscal, do pagamento da dívida pública, o veta tudo do PL da devastação, o fim das privatizações das escolas de SP e Minas, além de recomposição orçamentária já das universidade e o enfrentamento contundente à extrema direita de Trump e prisão para Bolsonaro e todos os golpistas. Da nossa parte, seguiremos exigindo da direção majoritária da UNE um calendário de lutas unificado e nacionalizado pelas reivindicações estudantes, assim como batalhando pela unidade da oposição unificada para construirmos uma nova direção para a UNE, independente de governos, combativa e democrática.