Greves e marchas massivas em Israel exigem o fim da guerra em Gaza

Por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI
Centenas de milhares de manifestantes e as greves de domingo, 17 (um dia útil em Israel), exigiram um acordo de cessar-fogo, o fim da guerra e a libertação dos reféns israelenses detidos em Gaza.
O Fórum de Familiares de Reféns e Pessoas Desaparecidas, junto com a oposição política ao governo de Netanyahu, convocou uma greve geral para 17 de agosto. Isso evidencia a crise e a divisão existentes dentro do sionismo e de amplos setores do povo israelense, tendo em vista que estamos nos aproximando de dois anos da invasão de Gaza e que eles não conseguiram derrotar o Hamas nem recuperar os reféns. A greve e os protestos foram significativos, embora a central sindical israelense não os tenha apoiado.
Em Israel, as principais rodovias foram bloqueadas, incluindo a que liga Tel Aviv a Jerusalém. Mais de 200.000 pessoas, segundo estimativas da polícia, e 400.000, segundo os veículos de comunicação, se reuniram em Tel Aviv no início do grande protesto no sábado, 16 de agosto. No domingo, com bloqueios de estradas, diversos setores do país entraram em greve.
As marchas e greves tiveram como alvo principalmente Netanyahu e foram apoiadas por uma parcela significativa da população israelense, incluindo grupos políticos sionistas, que se opõem ao governo e buscam retomar o projeto de “dois estados” e deixar Gaza. Também exigiram a convocação de eleições.
A demanda central das mobilizações, greves e bloqueios de estradas é a exigência de negociações para pôr fim à guerra em Gaza e garantir a libertação dos “reféns” (que somam apenas vinte prisioneiros israelenses em Gaza).
Porém, manifestantes também foram às ruas em Israel para protestar contra a fome em Gaza, causada pelo bloqueio militar ordenado por Netanyahu.
Os protestos ocorreram enquanto o governo israelense ocupa a Cidade de Gaza e os campos de refugiados vizinhos, com o objetivo declarado de derrotar o Hamas, algo que até agora não conseguiu alcançar em vinte meses de invasão genocida.
Condenação mundial a Israel
Até mesmo governos imperialistas europeus – como França, Grã-Bretanha e Alemanha, que sempre armaram Israel – agora estão denunciando o que está acontecendo com o povo de Gaza. Até anunciaram que não enviarão mais armas para o Estado sionista. Isso graças à ampla condenação popular ao genocídio em Gaza, com grandes passeatas nos países europeus, no Japão e até mesmo nos Estados Unidos.
Houve também um congresso judaico internacional anti-sionista em Viena, com representantes de todo o mundo anunciando seu apoio à resistência do povo palestino, propondo o fim do Estado genocida de Israel e a sua substituição por um Estado único, com a coexistência entre palestinos e judeus.
Além das passeatas, em vários países europeus, principalmente na Grécia, navios portanto armas com destino a Israel foram embargados pelos trabalhadores portuários.
Basta de genocídio em Gaza!
Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), fazemos parte da mobilização mundial e defendemos a maior unidade possível nas ações para derrotar o genocídio perpetrado por Israel. Exigimos a abertura imediata das fronteiras e a entrada em massa de alimentos, água, medicamentos e profissionais de saúde. Exigimos que todos os governos do mundo rompam imediatamente as relações econômicas, políticas e diplomáticas com o Estado genocida e, acima de tudo, que os Estados Unidos e os países europeus parem de enviar armas a Israel. Dizemos: fora Israel da Palestina! Não ao genocídio! A Palestina vencerá, do rio ao mar! Por uma Palestina única, laica, democrática e não racista!