Soberania e Indenpendência!
Por Andressa Rocha e Edivaldo de Paula – Coordenação da CST
As terras raras são nossas! Contra o entreguismo!
Nas últimas semanas, os desdobramentos no cenário político sobre o meio ambiente são preocupantes. Após mobilizações e reivindicações dos movimentos sociais para que Lula vetasse integralmente o PL da devastação, que acabou sendo aprovado, tivemos um imenso retrocesso em relação ao licenciamento ambiental.
Não bastasse a degradação provocada pelas mineradoras, pelo garimpo ilegal e pelas madeireiras, agora estamos sob a ameaça do entreguismo das terras raras ao imperialismo estadunidense.
As terras raras formam um conjunto de elementos estratégicos: 17 metais como neodímio, cério, praseodímio, entre outros. Não são raros na crosta terrestre, mas difíceis de extrair em concentração economicamente viável. Seu alto valor está no uso essencial em tecnologias modernas: de baterias a turbinas eólicas, de semicondutores a armamentos sofisticados.
Trump já havia demonstrado interesse nessas riquezas, e os EUA investem bilhões para garantir monopólio mineral e reduzir sua dependência da China, reafirmando que o “campo da guerra mineral” é central para sua segurança nacional.
Não podemos nos esquecer dos recentes crimes socioambientais ocorridos em Minas. A Vale e suas subsidiárias ceifaram mais de 400 vidas, deixaram desaparecidos e destruíram rios e ecossistemas, causando enorme dano também ao país.
Por isso, defendemos o fim da mineração a céu aberto e a reestatização da Vale sob o controle dos trabalhadores.
Por Rosi Messias – Coordenação da CST
7 de Setembro: Em busca da verdadeira independência nacional
O 7 de setembro de 1822 não marcou a verdadeira independência do Brasil. Na prática, trocamos a dominação portuguesa pela subordinação ao imperialismo britânico e, mais tarde, após a Segunda Guerra Mundial, ao domínio dos Estados Unidos. A burguesia brasileira sempre se curvou a esses interesses, mantendo o país como mero exportador de matéria-prima.
Prova disso é a ausência de um enfrentamento real ao tarifaço de Donald Trump e as negociações do governo Lula-Alckmin sobre as terras raras, minerais estratégicos para a tecnologia moderna. Outro fator central de subordinação é a dívida pública, que em 2024 consumiu 43% dos gastos federais — cerca de R$ 2 trilhões — em juros e amortizações.
Enquanto Lula e parte da esquerda reformista celebram acordos econômicos com a China, nós da CST alertamos: uma nova dependência, agora em relação ao imperialismo chinês, não é solução para garantir nossa soberania.
Para conquistar a verdadeira independência e assegurar nossos direitos, a classe trabalhadora precisa entrar em cena. É essencial que a esquerda independente defenda a formação de um governo da classe trabalhadora, sem influência dos patrões, que rompa definitivamente com o imperialismo.
Nosso objetivo é a construção de um Brasil socialista, que lute pela unidade latino-americana e avance para uma Federação de Repúblicas Socialistas da América Latina.