Nas ruas contra o tarifaço, os golpistas e a Faria Lima
No 7 de setembro, data que simboliza a independência formal do Brasil, estivemos nas ruas contra o tarifaço imposto pelos EUA, em defesa da soberania nacional e contra a anistia aos golpistas de 8 de janeiro. Reafirmamos que a verdadeira independência só pode vir da mobilização da classe trabalhadora e dos setores populares.
Unidade na luta!
Os atos convocados pelo Grito dos Excluídos, Fórum das Centrais Sindicais, Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular defenderam a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1, a taxação dos super-ricos e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais. Além disso, expressaram a unidade contra os governadores ultrarreacionários, como Tarcísio de Freitas, linha de frente da anistia aos golpistas.
A CST defende a continuidade da mobilização unificada. Um plano de lutas que inclua os atos do dia 13/09, em solidariedade à Flotilha Sumud que tenta furar o bloqueio a Gaza (ver páginas centrais), e o dia 28/09, quando o movimento feminista volta às ruas pela legalização do aborto (ver pág. 5).
Lula fala bastante, mas não faz nada
O presidente Lula discursou sobre independência, mas até agora não tomou medidas concretas contra o tarifaço dos EUA. Seu discurso não se traduz em enfrentamento real à submissão do país ao imperialismo. Não aplicou a lei de reciprocidade. Essa lei, aprovada pelo Congresso Nacional, é um instrumento de defesa nacional contra o tarifaço da Casa Branca. Se eles taxam nossos produtos em 50%, nós temos o direito de taxar os produtos estadunidenses igualmente. Exigimos de Lula a taxação das multinacionais e uma MP (Medida Provisória) que proíba demissões ou redução salarial.
A extrema-direita nas ruas
Do outro lado, os atos da extrema-direita revelaram o caráter entreguista, golpista e de capachos de Donald Trump: bandeiras dos EUA hasteadas no 7 de setembro em pleno feriado nacional da nossa independência; discursos de Tarcísio de Freitas em sintonia com a agenda de Washington e a permanente tentativa de normalizar o golpismo, pressionando por anistia aos que tentaram implantar uma ditadura policial-militar no país. É preciso seguir nas ruas para garantir que o julgamento de Bolsonaro não termine em pizza, repudiar o projeto de Tarcísio de Freitas que prevê anistia aos líderes da intentona de 8J, e lutar para que os políticos, empresários e a cúpula das Forças Armadas, da PRF e da PM que organizaram o 8J sejam punidos.
Todo apoio à Flotilha Samud!
Enquanto as bandeiras de Israel eram içadas na Paulista pelo bolsonarismo, o genocida Netanyahu continua assassinando o povo palestino. No entanto, há uma forte resposta aos ataques de Israel: a Flotilha Samud, representando 44 países e acompanhada por massivas mobilizações em todo o mundo, segue rumo a Gaza.
No Brasil, preparam-se atos em apoio a essa ação, seguindo uma agenda mundial. Nós chamamos a unificar forças e construir um forte ato no dia 13 de setembro, apoiando desde já a flotilha e exigindo que o governo Lula rompa com os nazistas de Israel.
Taxar os bilionários da Faria Lima
Os bilionários do país são subservientes aos ditames dos EUA e não querem enfrentar a dominação imperialista. Eles são sócios menores das grandes potências capitalistas que exploram nosso país. Na última semana vimos que uma parte de suas fortunas está ligada ao crime organizado: sonegam impostos, vendem combustível adulterado e lavam dinheiro. Recentes investigações revelaram, em montantes bilionários, a ligação do PCC com a Faria Lima. Uma expressão do sistema capitalista que envolve banqueiros, fundos de investimento e empresas que se entrelaçam sob a lógica do lucro e da corrupção. Por isso, é preciso continuar lutando para taxar os bilionários.
Construir uma esquerda independente
A independência que queremos não virá da conciliação de classes de Lula. Ela será conquistada através da luta operária e popular, contra o imperialismo, os ricos que são parceiros dos gringos, os golpistas e todos os que nos exploram e oprimem.
O governo Lula/Alckmin segue aplicando medidas como o Arcabouço Fiscal e o Plano Safra, que favorecem banqueiros, multinacionais e o agronegócio. O PT, o PCdoB e até o PSOL, integrado ao governo, não representam uma alternativa. Ao contrário, acabam desarmando a luta popular em nome da conciliação. Por isso, é urgente construir um campo ou bloco da esquerda independente.
Essa esquerda deve se apoiar na ação direta, nas greves e nos piquetes, para enfrentar o tarifaço, lutar contra a anistia dos golpistas, derrotar a extrema-direita e impor medidas como o reajuste salarial, a redução da jornada de trabalho, a taxação dos super-ricos, a reestatização das estatais privatizadas, além da defesa das mulheres e das juventudes.
A CST defende a reorganização da esquerda radical, dialogando e propondo unidade entre a UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e outros setores independentes. Assim poderemos erguer um polo combativo das esquerdas socialistas e comunistas. Nossa ação neste momento está voltada para dar passos firmes e unitários que permitam construir um campo ou bloco da esquerda independente.
A CST defende a unidade dos revolucionários e revolucionárias. Lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e por um Brasil socialista.