Extrema direita intensifica ataques ao Vão da História e Geografia da USP

Por Rhayssa, estudante de História e do Vamos à Luta e Jeane Carla, Vamos à Luta SP
No último ano, o Vão — espaço central de convivência e luta do prédio de História e Geografia da Universidade de São Paulo (USP) — tornou-se alvo de uma escalada de violência promovida pela extrema direita. Foram oito ataques registrados contra estudantes, trabalhadores e atividades políticas.
O que começou com a destruição de crafts e materiais de mobilização rapidamente se transformou em agressões físicas e tentativas de intimidação. Estudantes relatam importunações constantes, invasões aos fins de semana e a interrupção de eventos esportivos organizados pelo movimento estudantil. Mais recentemente, os ataques atingiram um novo patamar de brutalidade: professores foram agredidos com socos e estudantes chegaram a ser mordidos durante confrontos.
Essas ações não são casos isolados, mas parte de uma estratégia clara: produzir vídeos provocativos, desrespeitar nossos espaços e tentar desmoralizar o movimento estudantil perante a sociedade. Com celulares em mãos e apoiados por redes bolsonaristas, os grupos de extrema direita buscam criar conteúdo que criminalize a luta organizada da juventude. O Vão da História e Geografia, no entanto, não é apenas um espaço físico. É um símbolo da resistência estudantil, onde gerações construíram debates políticos, organizaram greves, assembleias e manifestações que marcaram a história recente do país. O ataque a esse espaço é, portanto, um ataque direto ao direito de organização da juventude e à tradição de luta que a USP representa.
Diante dessa escalada de violência, é urgente fortalecer a auto-organização estudantil e exigir das entidades, como a UNE, um plano nacional de mobilização contra a extrema direita. Mais do que denunciar, é preciso construir a unidade entre estudantes, trabalhadores e movimentos sociais, para que a resposta esteja à altura da ofensiva reacionária. Se os inimigos da educação pública querem nos intimidar, a tarefa que se coloca é justamente o contrário: ampliar nossas forças, defender nossos espaços e reafirmar que o Vão e a universidade pertencem àqueles que estudam, trabalham e lutam por transformação social.
Nesse sentido, o Vamos à Luta participou da reunião realiza pela diretoria da FFLCH, em unidade com estudantes, professores e funcionários da universidade, para traçar lutas de enfrentamento à extrema direita. Por isso, convocamos todos os estudantes a estar no ato do dia 02 de outubro, tirado da reunião da diretoria da FFLCH, para defender o vão, o movimento estudantil e lutar contra a extrema direita.