TODO APOIO À GREVE DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PARÁ
Por: João Santiago, CST Pará.
Quando fechamos esta edição a greve dos operários e operárias da construção civil de Belém, Ananindeua e Marituba chegava ao 6º dia. É uma greve histórica porque se dá às vésperas da COP-30. Justamente por conta disso é que o Sindicato da Construção Civil, dirigido pela CSP-Conlutas, convocou as assembleias e deflagrou a greve. O governo federal injetou quase 5 bilhões de reais para os patrões da construção civil realizarem as obras da COP-30 (macrodrenagem nos canais, pavimentação, e também no Parque da Cidade, onde vai funcionar toda a infraestrutura da COP-30).
Uma Greve massiva e participativa
A Greve começou bem forte no primeiro dia, 16/09, com uma concentração massiva de cerca de 2.000 trabalhadores e trabalhadoras que saíram em passeata da sede do Sindicato até à Avenida Júlio César, onde estão as obras da sede da COP, num percurso de quase 10 km, em um sol escaldante. Com o objetivo de parar os canteiros de obras na sede da COP-30 houve um princípio de enfrentamento entre os grevistas e o aparato da Polícia Militar e de Choque do governo do Estado, que estava com mais de 30 carros estacionados na frente da obra. O Sindicato interveio e foi acordado com a polícia que o Sindicato poderia entrar na obra para falar com os operários. Mais uma vez a prova de que o governo do MDB (aliado de Lula) está do lado dos patrões.
No terceiro dia da greve, 18/09, a categoria saiu em nova passeata, desta vez rumo à Assembleia Legislativa do Estado, para que os deputados pressionem o governador Helder Barbalho (MDB) para intermediar com os patrões as reivindicações da categoria. Segundo o Sindicato, cerca de 70% da categoria está paralisada na grande Belém.
As reivindicações da Greve
Dentre as principais reivindicações da greve está o aumento de 9,5% nos salários. A raiva da categoria veio à tona porque os patrões só queriam dar a inflação e R$ 5,00 de aumento real nos salários, quando estes estão recebendo bilhões para as obras da COP. Como dizia a faixa do Sindicato: ”Agora é a vez do peão na COP-30” ou “queremos um salário padrão COP”. Além disso, os trabalhadores repudiaram a esmola de R$ 10,00 de aumento na cesta básica. Também exigem a Classificação das mulheres, que sempre ficam com os cargos mais baixos na categoria, além do pagamento todo dia 30 do mês.
Nós, da CST-UIT/Combate, estivemos presente dando todo o nosso apoio à greve da Construção Civil na Grande Belém e conclamamos todos os sindicatos e movimento sociais a virem dar o apoio enquanto a greve perdurar.