É preciso construir um bloco da esquerda independente
Nos últimos dias ocorreram fortes manifestações repudiando o holocausto na Palestina e pela libertação da Flotilha Sumud. Entre os ativistas aprisionados encontravam-se Greta Thunberg, a deputada francesa Rima Hassan, a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau, o sul-africano Nkosi Mandela, Marina Mortágua, de Portugal, e o brasileiro Thiago Ávila. Ezequiel Peressini, dirigente da UIT-QI, também foi aprisionado pelos sionistas.
Milhares de pessoas estiveram nas ruas do mundo em apoio ao povo palestino e à Flotilha Sumud. Na Itália, ocorreram passeatas e bloqueios de vias. A CGIL (Confederazione Generale Italiana del Lavoro) convocou greve geral. A juventude ocupou universidades pelo fim dos acordos acadêmicos com Israel. A mobilização garantiu a libertação de 461 tripulantes da flotilha, dentre eles a delegação brasileira (ver páginas centrais).
Não adianta só falar, tem que romper!
A flotilha fortaleceu a luta em defesa do cessar-fogo, da retirada das tropas coloniais e em apoio à heroica resistência do povo palestino e de seus combatentes em Gaza.
As Ondas para Gaza envolvem manifestações esportivas, culturais e acadêmicas. No Brasil, a UFF, a Unicamp e a UFC romperam convênios acadêmicos e científicos com universidades israelenses. O governo Lula/Alckmin critica as ações ilegais de Israel, mas não rompeu relações. Discursos não solucionam o problema. Por isso, seguimos exigindo o fim de todas as relações com esse enclave nazista. É uma luta conectada à batalha contra a extrema direita imperialista liderada por Trump.
A luta contra a extrema direita e o imperialismo tem que continuar
As manifestações do dia 21 de setembro foram gigantescas e tiveram grande impacto. Em meio à pressão das ruas, foi derrubada a PEC da Bandidagem e aprovada a isenção do Imposto de Renda até 5 mil reais. E vimos novamente o sentimento anti-imperialista nas ruas.
Contraditoriamente, o governo Lula/Alckmin não convoca mobilizações nem enfrenta o tarifaço de Trump e da extrema direita imperialista. Faz discursos críticos aos EUA, mas não toma atitudes de enfrentamento. Mantém a linha infrutífera das “negociações”. O chanceler Mauro Vieira deve viajar a Washington, acompanhado de representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para “dialogar” com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. Essa linha não enfrenta o ataque da Casa Branca e mantém a submissão diante dos ataques e imposições estadunidenses. Não por acaso, Lula agora fala de “uma química” entre ele e o sanguinário Donald Trump.
É preciso enfrentar os EUA nas ruas, dando continuidade à luta do dia 21 de setembro.
Não aceitamos ajuste fiscal nem reforma administrativa
No plano interno, o arcabouço fiscal mantém cortes de verbas nas áreas sociais e medidas de ajuste. Agora, anuncia-se uma “nova reforma administrativa”. A austeridade e o desmonte dos serviços públicos são disfarçados de “modernização”.
A CUT e a CTB chamam uma marcha nacional para o dia 29/10, em Brasília. Exigimos que essa data seja construída através de assembleias de base, com manifestações nas principais cidades, contra a reforma administrativa. Temos de organizar a luta por mais verbas para os serviços públicos e não para o pagamento da dívida externa e interna.
Construir uma esquerda independente
A frente ampla de Lula/Alckmin, por suas alianças com patrões, multinacionais e setores ultrarreacionários como Múcio e o agronegócio, não responde às nossas necessidades.
Para manter de pé a luta nas ruas e enfrentar o imperialismo estadunidense, a extrema direita de Donald Trump e Bolsonaro, bem como barrar os ataques à classe trabalhadora, precisamos de uma esquerda independente. Por isso, é urgente construir um bloco da esquerda independente.
Essa esquerda deve se apoiar na luta e na ação direta para enfrentar o tarifaço, lutar contra a anistia dos golpistas, e impor medidas como o reajuste salarial, a redução da jornada de trabalho, a taxação dos super-ricos, a reestatização das estatais privatizadas, a revogação das contrarreformas, além da defesa das pautas das mulheres, juventudes, LGBTQIA+ e da população negra.
Defendemos a reorganização da esquerda radical e propomos uma reunião entre as direções da UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e outros setores independentes.
A CST defende a unidade dos revolucionários e revolucionárias. Participe de nossas reuniões, ajude a divulgar e financiar nosso jornal. Seja militante por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e por um Brasil socialista.
Taxação dos Bilionários, Fim da 6×1 e Contra a Reforma Administrativa
Por Danilo Bianchi e Edivaldo de Paula, Direção da CST
Nas últimas semanas, a mobilização conquistou a derrubada da PEC da Bandidagem e a aprovação da isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais. Mas uma nova ofensiva está em curso: a reforma administrativa, que aprofunda ataques ao funcionalismo, amplia a precarização e acelera privatizações.
A pressão das ruas é o caminho para enfrentar ataques. A paralisia da CUT e CTB favorece os ricos, que seguem atacando salários, empregos e serviços públicos. É urgente retomar as manifestações e preparar uma jornada unificada, partindo do dia 29 e das campanhas salariais dos Correios, petroleiros e bancários, para barrar os ataques.
A Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular já realizaram um plebiscito sobre taxar grandes fortunas e acabar com a escala 6×1. Agora é hora de dar um novo passo: transformar o debate em mobilização real.
A CST defende construir uma grande jornada nacional, com assembleias, paralisações e atos unificados, para enfrentar a reforma administrativa, defender os trabalhadores e fortalecer a luta popular contra a extrema-direita e os ataques do governo.
