Chega de operações policiais! Pelo fim da política racista e genocida de Cláudio Castro!

 Hoje, a cidade do Rio de Janeiro foi palco de novas ações militares da extrema direita que coloca a cidade em colapso.  Uma megaoperação policial promovida pelas Policias Civil e Militar de Cláudio Castro, governador do PL no estilo da “guerra as drogas” e sob o discurso de combater o Comando Vermelho. A operação ultra reacionária na região dos Complexos da Penha e do Alemão contabiliza 60 moradores mortos e centenas de feridos. Trata-se da maior chacina dos últimos tempos e não pode passar impunemente. O conflito, por responsabilidade do governador Cláudio Castro, se alastrou por diversas comunidades da cidade, bairros inteiros sofreram com barricadas, deixando a população sob o fogo cruzado em diversos pontos, principalmente nas regiões da Zona Norte e Oeste da cidade. Universidades, escolas e postos de saúde tiveram que suspender atividades, o comércio foi fechado em diversos pontos, trabalhadores não conseguiram chegar em casa. A Central do Brasil, de onde saem os trens, metrôs e ônibus para as regiões periféricas, estava lotada com a população tentando se espremer nos transportes públicos.

A chacina promovida hoje pelas polícias de Cláudio Castro é mais um episódio de uma política de guerra aos pobres que já dura décadas e que, além de não diminuir em nada os índices de violência na cidade, põe em risco a vida de milhares de habitantes, sobretudo das favelas cariocas, e extermina principalmente pessoas negras que habitam a periferia da cidade.

Essa ação visa amedrontar a população, que fica refém das operações e da política de medo imposta por Castro. Apesar das décadas de operações policiais e genocídio do povo preto e pobre nas periferias, o crime organizado continua atuando largamente no estado.  Por outro lado, é parte das ações da extrema direita em nível mundial, tendo Trump em sua linha de frente, junto com Milei em nosso continente. Com as ações de Claudio Castro a extrema direita pretende mostrar um “linha dura” visando se cacifar perante os setores mais reacionários da burguesia brasileira e fazer populismo para manter coeso o eleitorado reacionário.

Enquanto isso o prefeito Eduardo Paes, que compõe a Frente Ampla, parabeniza a operação de Cláudio Castro, não toma nenhuma atitude para proteger a população desamparada com o transporte público, não orienta como proceder com os estudantes das mais de 1500 unidades escolares, forjando uma falsa normalidade do funcionamento dos serviços públicos enquanto a cidade está um caos e segue na mesma linha de criminalização da pobreza, exemplo disso tem sido sua política de armar a Guarda Municipal do Rio de Janeiro que de forma contínua reprime os camelôs da cidade. Novamente a frente ampla mostra ser ineficiente contra a extrema direita. E mais uma vez concilia com o projeto sanguinário e repressivo deles.

 Fim da guerra ao povo negro e do extermínio da juventude nas favelas

Por décadas, a guerra às drogas no Rio de Janeiro tem servido como pretexto para aplicar uma política de genocídio e encarceramento em massa contra a população periférica, e em especial contra a juventude preta. O governador Cláudio Castro se esconde no discurso de combate “ao crime” e às “drogas”, uma grande falácia para instaurar o medo na população da favela, pois os maiores criminosos, os milicianos que controlam territórios, os grandes barões do tráfico de armas e drogas convivem muito bem nos governos e nos espaços de poder e financiam os projetos eleitorais dos maiores partidos do Rio de Janeiro e da atual república dos ricos. Não à toa que recentemente o deputado estadual Thiago Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, do MDB – deputado da base do governo Castro – foi preso por envolvimento com tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro e há suspeitas de ligação do deputado com o Comando Vermelho, confirmando que os bandidos de verdade estão no poder: no palácio laranjeiras, na ALERJ. E jamais podemos esquecer que o ex-chefe da Policia Civil do RJ é um dos arquitetos do assassinato de Marielli Franco.

  Não podemos aceitar que a “guerra às drogas” assassine crianças, jovens, mulheres e o povo preto das periferias. Não podemos aceitar a criminalização da pobreza e nem “operações” que invadem casas nos morros aterrorizando a população. Tudo isso foi aprofundado pela Lei de Drogas a nível federal sancionada nos anos 2006 em pleno governo petistas e referendado pelo STF em Fevereiro de 2025, quando reajustou a ADPF das favelas, que na prática, confere à própria polícia truculenta o papel de definir o tamanho da força empregada nas operações. Nós defendemos a legalização das drogas, e que o uso grave de substâncias psicotrópicas seja tratado como um problema de saúde pública. Pela revogação da Lei de Drogas e contra a ADPF das favelas.

 Por um calendário de mobilização!

Para pôr fim às operações policiais contra a população, por justiça contra a violência policial, pela punição dos civis e militares responsáveis pelas chacinas policiais! Por investigação independente dos assassinatos, pelo fim da política de extrema direita genocida, é urgente construirmos uma jornada de lutas contra a política de Cláudio Castro! Fim da PM, da Polícia Civil e pelo desmantelamento do aparato repressor! Que as direções das centrais sindicais, dos movimentos sociais e de favelas, do movimento negro, das associações de moradores, das entidades estudantis, das organizações de direitos humanos organizem uma jornada de lutas contra a política assassina de Castro!

Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2025.

CST, seção da UIT-QI

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