Congresso da Apeoesp reflete a burocratização e não aproxima a base da luta

Por Lorena Fernandes e Danilo Bianchi – Educação em Combate-SP

 

Nos dias 25, 26 e 27 de setembro ocorreu o XXVIII Congresso da Apeoesp. Em um dos momentos mais graves para a educação paulista, com o governo Tarcísio e o secretário Renato Feder atacando sem trégua os direitos dos professores, o Congresso deveria ter servido para organizar a luta e apontar um plano real de mobilização. Em vez disso, virou palco de manobras burocráticas para manter o sindicato paralisado e distante da base.

Enquanto a rede desmorona, a direção do sindicato não organiza a luta.

O governo estadual está impondo a Avaliação por Desempenho como critério para atribuição de aulas, ampliando a plataformização, fechando salas e o ensino noturno e mantendo mais da metade dos docentes como temporários, sem qualquer perspectiva de efetivação. Ao mesmo tempo, o governo Lula/Alckmin mantém o Arcabouço Fiscal que corta verbas da educação e não revogou o Novo Ensino Médio. Ou seja, os ataques vêm de todos os lados. Porém, a direção majoritária do sindicato, controlada há décadas pela Articulação Sindical (PT), não apresentou nenhum plano concreto de luta. Pior: o Congresso aprovou que as eleições sindicais ocorram apenas a cada quatro anos, reduzindo ainda mais as possibilidades de disputa e controle democrático da categoria. É a tentativa escancarada de blindar a burocracia e impedir o surgimento de uma alternativa construída pela base.

É necessário que a Apeoesp esteja sob o comando da base para enfrentar Tarcísio e Feder!

O coletivo Educação em Combate participou do Congresso levando propostas elementares de democracia sindical: assembleias em locais fechados para garantir que apenas professores votem e direito de inscrição para todos os/as professores/as. Essas propostas foram barradas pela direção, que tem medo da base organizada.

Mas seguimos na batalha! A luta para retomar o sindicato para as mãos dos trabalhadores da educação continua. Não podemos permitir que Tarcísio governe sem resistência enquanto Feder desmonta nossas escolas.

É hora de se organizar pela base!

Chamamos todos os/as professores/as – efetivos, temporários – a se somarem ao coletivo Educação em Combate. A filiação ao sindicato é um passo fundamental para construirmos uma oposição classista, independente, combativa e democrática. A educação pública só será defendida pela base mobilizada, com um sindicato a serviço das nossas pautas, sem atrelamento a nenhum governo. Faça parte do Educação em Combate!

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