LIVE reúne ativistas pela esquerda independente

Por Danilo Bianchi – Coordenação da CST

Na quarta-feira, 22 de outubro, aconteceu a LIVE “Por um Campo ou Bloco da Esquerda Independente”, convocada pela CST em parceria com importantes camaradas independentes engajados na construção de uma unidade da esquerda. Entre os convidados estiveram o ambientalista e ex-vereador do Rio de Janeiro Renato Cinco; Dirlene Marques, militante histórica feminista de Minas Gerais e membra do Comitê Mineiro de Solidariedade à Palestina; e Plínio de Arruda Sampaio Júnior, professor aposentado da Unicamp e editor do Contrapoder. Representando a CST, falaram a professora e dirigente da CST Bárbara Sinedino e o companheiro Babá, fundador da CUT, ex-vereador e deputado, e histórico radical expulso do PT. O evento foi conduzido por Lorena Fernandes, diretora da APEOESP Lapa e coordenação nacional da CST.

A transmissão, realizada pelo canal Combate Socialista, reuniu dezenas de ativistas simultaneamente, além de centenas de pessoas que acompanharam a live ao longo do evento ou posteriormente. A atividade demonstrou intensa vontade política e determinação em avançar na construção de uma alternativa de esquerda independente — ponto destacado por todos os convidados e convidadas.

Durante a live, a mediadora Lorena Fernandes também destacou iniciativas do Jornal Combate Socialista e lembrou o Piquete Nacional, que ocorreria no dia seguinte. Ela apresentou ainda a nova edição da revista Correspondência Internacional, com capa dedicada à luta palestina, recentemente traduzida e disponibilizada no Brasil. Além disso, Lorena fez convites para as duas próximas plenárias abertas e onlines promovidas pela CST: no dia 30/10, quinta-feira, em comemoração ao aniversário da Revolução Russa; e no dia 06/11, uma plenária com a presença de Ezequiel Peressini, integrante da delegação da Flotilha Sumud, reforçando a importância da solidariedade internacional e do debate político contínuo.

Em sua intervenção, Dirlene Marques ressaltou a importância da iniciativa e desse primeiro passo em direção à unidade entre os setores da esquerda dispostos a essa construção. Reconheceu que, embora a tarefa não seja fácil, ela é necessária e vale a pena. O companheiro Renato Cinco reforçou essa ideia, destacando a impossibilidade de disputar criticamente o governo Lula ou integrar a ala esquerda da Frente Ampla, política que não trará avanços, considerando os inúmeros exemplos de traições e governança a serviço da burguesia. Segundo ele, isso é especialmente evidente na política ambiental do governo, marcada por retrocessos significativos.

O companheiro Babá narrou episódios da histórica luta pela construção de uma alternativa de esquerda independente no Brasil, da qual ele é exemplo vivo. Ressaltou que a necessidade dessa alternativa permanece mais atual do que nunca e fez um chamado para que organizações como PSTU, PCBR, UP, MRT, SoB, além de ativistas e lideranças, se unam e agendem uma primeira reunião.

A professora Bárbara Sinedino destacou a importância de continuar fortalecendo e apoiando a luta do povo palestino contra o Estado de Israel, lembrando que, mesmo diante de um cessar-fogo, os ataques e a matança seguem. Ela reforçou que a construção de uma ferramenta democrática e de esquerda — um bloco ou campo que reúna aqueles que não compõem o governo Lula — é uma tarefa estratégica do nosso tempo, parte de uma batalha maior para que governem aqueles que nunca governaram, a classe trabalhadora, e para a construção de um Brasil socialista.

Em sua fala, Plínio Jr. analisou que a entrada oficial de Guilherme Boulos como ministro do governo Lula — anunciada no mesmo dia da live — simboliza a falência do projeto independente e socialista que marcou o PSOL em sua origem, representando mais um passo na integração do partido ao campo da ordem capitalista. Ressaltou que, diante da barbárie imposta pelo capitalismo, o momento exige justamente o contrário: uma resposta socialista, classista e independente. Plínio alertou ainda que a ilusão de apoiar o governo Lula como forma de combater a extrema-direita acaba, na prática, por fortalecê-la. Por fim, enfatizou que essa batalha deve ser construída sem sectarismo, de baixo para cima, a partir das bases e das lutas concretas da classe trabalhadora.

Durante a live, diversos ativistas participaram ativamente, enviando mensagens e perguntas pelo chat, que foram lidas pela mediadora e consideradas pelos convidados nas intervenções finais. O evento foi um grande sucesso, representando mais um passo importante na construção da unidade da esquerda independente. Além do chamado para uma reunião entre organizações e ativistas alinhados a essa perspectiva, a CST defende a continuidade de novas iniciativas, lives, debates e atividades que fortaleçam essa proposta. Assim, segue a batalha pela construção de um campo ou bloco da esquerda independente no Brasil.

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