Unir a esquerda radical | Combate Socialista nº 208
A pós três anos de mandato da frente ampla, as mudanças tão esperadas não ocorreram. Lula prometeu picanha e cerveja, mas está difícil comprar café e ovo. Aclasse trabalhadora que carrega o país nas costas sofre nos transportes superlotados e caros, os juros extorsivos no cheque especial, aluguéis altos e o desmonte da educação e saúde públicas. Agora temos de enfrentar a reforma administrativa que vai destruir os direitos dos servidores públicos.
Os empregos estão mais precarizados com a 6×1 nos trabalhos nos Apps. O genocídio contra o povo negro continua. Os povos indígenas seguem sofrendo e a juventude está sem perspectivas. As pautas centrais feministas e LGBTQIA+ estão bloqueadas. Os números de feminicídio são os mais altos e são os mais altos e nada se avançou sobre a legalização do aborto. A frente ampla não soluciona nossos problemas por ser uma aliança com os partidos patronais, com lideranças do centrão para governar com e para os empresários e as multinacionais.
Mas vocês são muito radicais…
Muitos trabalhadores e jovens continuam acreditando na frente ampla. Honestamente avaliam
que
estamos
sendo
muito
radicais.
Nós respeitamos
essa
opinião,
mas discordamos.
Nós
somos
socialistas
revolucionários
e
desde
muitos
anos questionamos
a
estratégia
de
Lula
e
do
PT.
Enquanto
seguimos
lutando
por
nossas
reivindicações,
queremos
seguir
conversando
e
explicando
nosso
ponto
de
vista.
O
fato
de
que
a
extrema
direita
golpista
tenha
um
projeto
ultrarreacionário
não
pode
nos
levar
a
passar
pano
para
os
erros
da
frente
ampla
de
Lula.
Lutar
unificados
nas
ruas
contra
a
extrema
direita,
sim.
Apagar
nossas
fronteiras
de
classe,
não.
Um problema
é
que
muitos
dos
partidos
que
sustentaram
o
governo
genocida
de
Bolsonaro
hoje
compõe
o
governo
Lula.
Outro
é
que
Lula
mantém
o
financiamento
de privatizações
de
governadores. Por outro lado, Lula não
convocou
nenhuma manifestação
pela
punição
dos
golpistas
do
8J
e
mantém
golpistas
como José
Múcio
no
Ministério
da
Defesa.
Não
houve
o
tão
esperado
“revogaço”
e
se
manteve
as
medidas
de
Temer
e
Bolsonaro
como
a
reforma
da previdência, trabalhista, privatização da
Eletrobrás,
NEM,
etc.
Lula
e
o
Ministro
petista
Haddad
fizeram
o arcabouço
fiscal
e
o
plano
safra
que
destina
toneladas de recursos públicos para os
banqueiros,
multinacionais,
sistema
financeiro
e
o
agronegócio
assassino
dos
povos
indígenas.
Então,
sim,
nossa
posição
é
da
esquerda
radical:
vamos
até
a
raiz
dos
problemas
e
queremos
resolver
as
demandas
da
classe
trabalhadora
e
dos setores populares. O que inclui ser
consequente na luta contra o imperialismo estadunidense,
coisa
que
Lula
não
faz.
A extrema direita imperialista é inimiga!
O
governo
da
frente
ampla
intensificou
as
”negociações”
com
a
Casa
Branca
sobre
o
tarifaço. Não é possível negociar com o
sanguinário Trump e o imperialismo
estadunidense. Eles querem ampliar a
exploração
sobre
nosso
país,
nossas
florestas
e
terras
raras,
e
aprofundar
a
dominação
contra
o
Brasil
e
nossa
economia,
tirando
o
couro
da
classe trabalhadora para favorecer suas
multinacionais.
Não
tem
“química”
positiva
com
uma
relação
tóxica
dessa.
A foto
de
Lula
com Trump e a comitiva do governo
Brasileiro
em
Washington
não
ajudam
na
luta
antiimperialista. Não tem diálogo com a
extrema
direita.
Ou
eles
nos
esmagam
ou
esmagamos
eles.
Assim,
o
único
caminho
é
a
luta nas ruas contra Trump, Bolsonaros,
Tarcísio
e
a
extrema
direita
capacho
dos
EUA.
Unidos e mobilizados somos mais fortes
É preciso organização e mobilização
unificada
da
classe
trabalhadora
e
dos
setores
populares.
Exigimos
da
CUT,
CTB,
UNE
e
MTST que
os
atos
do
dia
21/09
não
fiquem
só
na
lembrança:
é
necessário
uma
nova
jornada
de
mobilização
nacional,
com
as
pautas
do
plebiscito
das
Frentes
Povo
sem
medo
e
Brasil
Popular:
o
fim
da
escala
6×1,
a
taxação
dos
bilionários; com as reivindicações de
movimentos que constroem a cúpula dos
povos:
contra
a
exploração
de
petróleo
na
foz
do
Amazonas,
a demarcação
das
terras
dos
povos
indígenas,
a
reforma
agrária,
verbas para emergência climática. Incorporando
pautas
da
classe
trabalhadora
como
a
luta
contra
reforma
administrativa,
o
reajuste
dos salários,
a
redução
das
jornadas
de
trabalho,
a
luta
contra
as
privatizações.
Construir uma esquerda independente dos patrões
Paralelamente
precisamos
construir
uma
saída
política,
para
vocalizar
essas
lutas
pela
esquerda.
ACST defende
a
construção de
um
bloco
da
esquerda
independente
dos
patrões
e
que
não
integra
a
frente
ampla.
No
mesmo
sentido
se
posicionam
lideranças
independentes que defendem propostas
socialistas,
comunistas,
ambientalistas
e
feministas
como
Plínio
de
Arruda
Sampaio
Jr., Renato Cinco e Dirlene Marques.
Expressamos
essas
ideias
na
recente
live
Por
uma
Esquerda
Independente
(video
no
canal
Combate
Socialista).
Não
somos
os
únicos
e
por
isso
precisamos
avançar
em
uma
convergência
de
pensamentos
e
ações com
forças
como
UP,
PCBR,
PSTU,
MRTe
SoB,
além
de
organizações
e
lideranças regionais. Isso só será feito com g e n e r o si d a d e e p a c i ê n c i a , sem hegemonismos, autoproclamação ou
sectarismo.
O
caminho
por
agora
é
um
trabalho
conjunto
em
unidade
de
ação,
construindo uma frente, debatendo
fraternalmente as nossas diferenças.
Ninguém
por
si
só
tem
forças
suficientes
para
resolver
os
problemas
da
esquerda
brasileira. Por isso a unidade é uma
necessidade. Reafirmamos a nossa proposta de uma reunião de partidos,
organizações,
lideranças
sociais
que
não
integram a frente ampla de Lula, que
desejam combater nas ruas a extrema
direita
imperialista,
para
explorar
ações
em
conjunto. Um esquerda independente e radical que luta, pela revogação do
Arcabouço Fiscal e do Plano Safra do
governo Lula/Alckmin, pelo não
pagamento da dívida pública, pela
revogação
das
reformas
da
previdência, trabalhista e enfrente a reforma administrativa. Pela reestatização das empresas
privatizadas
e
pelo
aumento
dos
investimentos
sociais,
pela
estatização
dos
sistema financeiro e das empresas
multinacionais estadunidenses. Pela
aplicação
da
lei
de
reciprocidade,
defesa
das
terras
raras,
ruptura de
relações
com Israel, expropriação das empresas que
financiaram
o
8J.

