Após os atos de 14 de Dezembro: Unificar as lutas numa nova jornada nacional de mobilização!
Sem Anistia, contra os Feminicídios, revogação do marco temporal, fim da repressão aos Petroleiros/as e apoio às reivindicações dos Correios!
O gosto amargo da manobra vergonhosa que o Congresso Nacional encenou para aprovar o PL da Dosimetria, com uma operação conduzida na madrugada, sob censura, para livrar os golpistas do 8 de Janeiro, não ficou restrito às redes sociais. A indignação transbordou para as ruas. No último domingo, atos ocorreram em todas as capitais e em diversas cidades do país, reunindo milhares de pessoas. As imagens aéreas de São Paulo e Rio de Janeiro revelam a dimensão dessa resposta popular ao jogo sujo de setores reacionários e corruptos que tentam reescrever a intentona golpista de 8 de janeiro e oferecer uma anistia disfarçada aos seus responsáveis da extrema direita.
Em uma semana o país assistiu duas jornadas nacionais massivas. A poderosa jornada feminista — que tomou as ruas contra os feminicídios, denunciando a misoginia, os redpills, exigindo punições mais severas e investimento real no combate à violência de gênero — demonstrando uma disposição viva de luta das mulheres. Agora, os atos por Sem Anistia reforçam que esse sentimento não é pontual, mas parte de um processo que vem ganhando fôlego. Do mesmo modo, o recuo momentâneo do chamado PL da Bandidagem e a hesitação de Hugo Motta em colocar em votação a cassação do deputado de esquerda Glauber Braga expressam o impacto da pressão popular.
A classe trabalhadora também realiza ações, embora ainda sem unificação e sem coordenação das lutas de cada categoria. Petroleiros e petroleiras realizam uma greve nacional duramente reprimida nesta manhã de 15/12. Os trabalhadores/as dos Correios realizam uma rodada nacional de assembleias. Esses processos reforçam a urgência para que as centrais sindicais (CUT, CTB, UGT, Força Sindical) construam uma grande jornada de lutas unificada, articulando as pautas da classe trabalhadora com as reivindicações das mulheres contra os feminicídios, dos povos indígenas contra o Marco Temporal e das lutas ambientais contra a privatização dos rios e a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e o combate à extrema direita com a bandeira do Sem Anistia.
Ao mesmo tempo, é importante que as ruas se levantem contra as agressões imperialistas de Donald Trump à Venezuela, parte de uma ofensiva para tentar dominar ainda mais a américa latina. Uma ingerência imperialista que conta com silêncio ou hesitação de diversos governos da região. Por isso exigimos posicionamento categórico do governo Lula frente ao avanço imperialista, repudiando Trump e a Casa Branca.
É nas ruas que a extrema direita pode, de fato, ser derrotada e é assim que se fortalecem as greves, como a de petroleiros/as e as lutas das mulheres, dos povos indígenas e de toda a classe trabalhadora. A energia que tomou o país nos últimos dias coloca que é necessário construir uma grande jornada de lutas pelo país e para contar com uma ampla unidade de ação, com os artistas e personalidades ajudando a massificar os protestos.
A CST, seção da UIT-QI, propõe que as Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular construam uma ampla jornada de lutas, capaz de unificar e impulsionar esses movimentos que já estão em marcha, e repudiar a repressão à justa e legítima greve petroleira.
