Exigimos Emergência Climática!

A catástrofe ambiental e climática capitalista deu mais um forte sinal de sua extensão neste fim de ano no Brasil: terríveis ondas de calor nacionalizada, com temperaturas extremas, e a tempestade que assola Santa Catarina neste momento.

Vários estados e cidades têm sido atingidos pelas altas temperaturas. Em São Paulo foi registrada a maior temperatura para dezembro desde o ano de 1961, marcando 37,2 ºC. Em outros locais não foi diferente: Belo Horizonte marcou também a mais alta temperatura do ano, assim como diversos municípios no Rio de Janeiro. E a onda de calor é sempre pior nas favelas e periferias, mostrando que os impactos da catástrofe climática e ambiental são diferenciados, prejudicando muito a classe trabalhadora e os setores populares.

Mais eventos extremos
Em meio a esse cenário, também são apontadas possibilidades de mais tempestades, causando enchentes, alagamentos e destruição. Em São Paulo, dias atrás, vivenciou-se essa situação, agravada pelo estrago da privatização da companhia de energia elétrica, que causou um apagão de vários dias. Agora, no momento em que escrevemos este texto, a catástrofe se abate sobre o estado de Santa Catarina, com tempestades que causaram fortes alagamentos em Florianópolis e Joinville e falta de energia elétrica.

Tudo isso é agravado pelas privatizações das empresa estatais de agua, saneamento e energia elétrica, feitas por sucessivos governadores e prefeitos. Sem falar no projeto ultrarreacionário da extrema direita que é negacionista e culpabiliza a população trabalhadora pelos eventos extremos propondo “economizar agua” como faz Tarcísio de Freitas em São Paulo.

Exigimos medidas de Lula contra a catástrofe ambiental
Tudo isso é parte da grave crise climática mundial e, em especial no Brasil, existe, desde o governo Bolsonaro, uma política de favorecimento ao agronegócio, às multinacionais e de não demarcação dos territórios indígenas.
Lula faz discurso em relação ao meio ambiente; no entanto, a política de seu governo não toma medidas efetivas. E o pior é que, em seu governo, o Plano Safra garantiu mais de 500 bilhões para o agronegócio. O governo que, há menos de um mês, estava tentando passar a imagem de defensor do meio ambiente concluiu a farsa da COP em Belém privatizando rios em terras indígenas e anunciou, pouco tempo antes da realização do evento, a exploração de petróleo na Foz do Amazonas; ou seja, sua política fortalece a grave crise climática. Exigimos medidas concretas contra a catástrofe ambiental: é fundamental que se decrete Emergência Climática para aplicar medidas urgentes contra a destruição ambiental.

Medidas urgentes
Batalhamos para que a CUT, CTB, UNE, MTST e MST convoquem uma plenária de organização das lutas populares que paute o tema ambiental e convoque protestos nas ruas. Exigimos que se destinem recursos imediatamente para solucionar as demandas urgentes do nosso povo, que sofre com as altas temperaturas e enchentes. As tarifas dos serviços de luz e energia devem ser reduzidas, com isenção para as comunidades em situação de emergência. As frotas de transporte público e as linhas que atendem às comunidades devem ser fortalecidas, com transportes refrigerados, evitando que andem lotados. Os locais de trabalho, estudo e moradia também necessitam de refrigeração do ambiente e água gelada para hidratação. É urgente decretar o abono das faltas dos trabalhadores e trabalhadoras (sem descontos salariais) e estagiários em dias críticos, com forte calor ou tempestades. As pessoas em situação de rua precisam de moradia popular e trabalho, além de receber água gelada e ter acesso a banheiros públicos.

Decretar Emergência Climática já!
É necessário mobilizar para exigir do governo Lula/Alckmin, governadores e prefeitos um plano emergencial de contenção da destruição ambiental capitalista, com investimento massivo em prevenção. Os governos devem ter planejamento, com auxílio de especialistas e dos movimentos sindical e popular, para tomar as providências sociais e técnicas no tempo adequado.

Defendemos:
– Fim da mineração a céu aberto, defesa dos povos originários, comunidades ribeirinhas e pequenos camponeses. Não ao licenciamento da exploração do petróleo na Foz do Amazonas; por uma Petrobrás 100% estatal; não ao agro e hidronegócio; priorização do transporte público e coletivo; por um plano de transição energética. reestatização das empresas de agua, saneamento e energia eletrica.
– Fim do desmatamento na Amazônia e nos demais biomas do Brasil. Demarcação das terras indígenas e assistência social e técnica governamental para melhorar a qualidade de vida desses povos. Titulação para as populações tradicionais. Expropriação das multinacionais poluidoras. Fim do garimpo.
– Reurbanização das cidades, com áreas verdes e parques no centro e nos bairros. Estatização do transporte, com investimento maciço em ferrovias e hidrovias estatais sem prejudicar os biomas e populações.
– Plano de obras públicas ambientais a serviço da proteção do povo e do meio ambiente, gerando empregos e reduzindo as catástrofes. Concurso público e mais verbas para INCRA, IBAMA, FUNAI, ICMBio, universidades, órgãos estaduais e municipais do meio ambiente.
– Os imóveis vazios que servem para a especulação imobiliária devem ser expropriados e destinados à população pobre que necessita, principalmente aos habitantes de comunidades que estão sendo afetadas pelas catástrofes.
– Reforma agrária sob controle dos trabalhadores sem-terra!
– Não pagamento da dívida aos banqueiros, taxação dos bilionários e das multinacionais para garantir recursos para implementar medidas da emergência climática

 

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