TODO APOIO AO BREQUE DOS APPS: SOMOS TODOS(AS) ENTREGADORES E ENTREGADORAS

Em todo o país os(as) entregadores(as) de aplicativos iniciaram hoje uma paralisação (o breque) de suas atividades que durará até o dia de amanhã.

Os Trabalhadores e trabalhadores dos apps reivindicam:

  • Reajuste da taxa mínima: de R$ 6,50 para R$ 10,00 por entrega.
  • Aumento do valor por quilômetro: de R$ 1,50 para R$ 2,50, garantindo que o custo do deslocamento seja coberto de forma justa.
  • Limitação das rotas de bicicleta: máximo de 3 km por pedido, respeitando os limites físicos dos ciclistas.
  • Pagamento de taxa integral por entrega: exigimos que cada entrega seja paga integralmente, sem cortes arbitrários quando há múltiplos pedidos no mesmo trajeto.

Nos estados e capitais mais importantes, como São Paulo e Rio de Janeiro, tem acontecido motociatas, piquetes de conscientização, trancaço de ruas em frente às Mc Donalds, como no Recife, concentrações em frente de lojas como na Havan de Belém. O alvo principal dos trabalhadores em SP é a Ifood, que tem sua sede em Osasco. Depois da motociata que saiu do Pacaembu e invadiu a Avenida Paulista, os trabalhadores e trabalhadoras foram para a frente da sede da empresa, onde esperam por uma negociação.

É o grito de guerra desta jovem classe trabalhadora surgida na era digital que se mobiliza contra o grande capital, contra as multinacionais como a holandesa Prosus, que controla a Ifood (o principal alvo no país), Rappi, Loggi, Uber Flash, assim como fizeram em julho de 2020, em plena pandemia da Covid-19, quando foram superexplorados(as) pelos aplicativos, com muitas entregas e pouca remuneração.

Como escreveram os trabalhadores no site do brequenacional : “Essas pautas são essenciais para garantir que os entregadores não continuem sendo explorados pelas plataformas. Sem reajustes justos, seguimos rodando sem ganhos compatíveis com o custo de vida, arcando sozinhos com a gasolina, manutenção da moto ou bicicleta, e enfrentando riscos diários sem qualquer respaldo das empresas. A paralisação nacional é uma resposta coletiva dos trabalhadores ao modelo de precarização imposto pelos aplicativos. Nosso trampo vale mais!”

Só para se ter uma ideia desta superexploração e precarização a que são submetidos trabalhadores e trabalhadoras de aplicativos, a IFOOD teve uma receita de 7,1 bilhões de reais em 2023, às custas das 80 milhões de entregas mensais que são feitas pelos entregadores e entregadores de apps, entretanto paga uma taxa irrisória por entrega de míseros R$ 6,50, além de submeter os entregadores de Bike a um regime de total servidão, pois os mesmos são obrigados a rodar até 6km para fazer entregas. É contra essa “modernidade” da era digital, do controle despótico sobre o trabalho com os seus algoritmos e comandos que essa nova classe trabalhadora se levanta.

É por isso que declaramos nosso total apoio a esta luta, a este Breque dos apps, é uma luta de toda a classe trabalhadora que luta contra a exploração dos patrões e do capital. Na Inglaterra e na Espanha, os trabalhadores de aplicativos já conquistaram direitos mínimo como regulamentação do setor, onde as empresas do ramo foram consideradas empregadoras pela legislação, garantindo todos os direitos, inclusive o direito básico de fazer greve.

Infelizmente aqui no Brasil, o governo Lula, que prometeu garantir a regulamentação dos aplicativos e enquadrar as empresas, acabou se submetendo ao poderio das mesmas, colocando no projeto de Lei 12/2024, a caracterização de “autônomo” para os motoristas de Uber e 99 que rodam sobre quatro rodas; os líderes dos entregadores acabaram se retirando da Comissão Tripartite por não concordarem com as migalhas que o governo e as empresas queriam oferecer para a categoria.

Nos somamos ao pedido dos entregadores: pedimos à população que não façam pedidos de alimentação nessas grandes empresas exploradoras nestes dois dias de Breque nacional (31/03 e 01/04/2025).

Exigimos da CUT, CTB, UNE, MTST, movimentos sociais, sindicatos e organizações de esquerda uma jornada de lutas em solidariedade a esse movimento de uma jovem classe trabalhadora que luta contra a superexploração do trabalho.

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