Basta de Arcabouço Fiscal e Plano Safra do governo Lula/Alckmin! Lutas pelo fim da 6×1 e a carestia de vida!!

Por Bárbara Sinedino e Lorena Fernandes – Coordenação Nacional da CST

Combater os planos da Faria Lima, Centrão e Febraban contra a classe trabalhadora!

Passados mais de dois anos do governo da Frente Ampla liderada por Lula e Alckmin, a situação da classe trabalhadora e do povo pobre no Brasil não melhorou. As jornadas exaustivas de trabalho, como a escala 6×1, os salários baixos e os serviços públicos precarizados continuam sendo a realidade de milhões de trabalhadores.

Isso acontece porque a principal política desse governo é o Arcabouço Fiscal, elaborado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O objetivo do governo é estancar as verbas públicas para as áreas sociais para garantir o pagamento da fraudulenta Dívida Pública. Ou seja, o dinheiro público do país vai parar nos bolsos dos banqueiros, em detrimento das necessidades básicas da população.

Arcabouço fiscal significa corte de verbas

O arcabouço fiscal de Lula/Alckmin é apresentado como uma alternativa “responsável” ao teto de gastos e é colocada sob o pretexto de controlar as contas públicas. Na verdade, o que se impõe é um regime de corte permanente nos investimentos sociais. O BPC, voltado aos idosos e pessoas com deficiência em vulnerabilidade, sofreu restrições, impactando diretamente os mais pobres. Ao mesmo tempo, os salários dos servidores públicos seguem congelados, com perdas acumuladas pela inflação. Os serviços públicos, como saúde, educação e saneamento, continuam sucateados. É preciso denunciar o Arcabouço Fiscal de Lula e Alckmin e lutar por sua revogação.

O governo Lula/Alckmin aliou-se ao Congresso para aplicar seu projeto econômico, destinou 400 bilhões para o agronegócio através do plano Safra e em nome da conciliação com os parasitas do Centrão, aumentou a liberação de emendas parlamentares de R$ 897 milhões para o valor descomunal de R$ 1,7 bilhão em 24 horas. Enquanto a maioria da população trabalhadora segue recebendo salários baixos corroídos por uma inflação que não permite que nossos salários cheguem ao final do mês e nosso endividamento só aumenta.

O Centrão come nas mãos do governo da Frente Ampla!
O governo da Frente Ampla, encabeçado por Lula e Alckmin, não apenas preservou, como fortaleceu a influência do Centrão e de tudo o que ele representa: o agronegócio predador, os grandes empresários da indústria e os interesses do capital financeiro. Esses setores se articulam para aprofundar ainda mais a política de ajuste fiscal. O Centrão, que hoje domina o Congresso, atua como porta-voz direto da Faria Lima, da Febraban e quer cortar ainda mais recursos da saúde e da educação, congelar o salário mínimo, entre outros ataques. Essa ofensiva brutal contra os direitos da classe trabalhadora é feita sob o guarda-chuva do Arcabouço Fiscal, que o próprio governo Lula implementa.

Lula e o Congresso aplicam juntos o projeto da Faria Lima, corroendo parte importante do orçamento e aplicando um duro ajuste sobre a classe trabalhadora. Às vésperas de ano eleitoral, o descontentamento social e a queda de popularidade de Lula preocupam o governo, que mantém a política de austeridade mas tenta diminuir o ritmo do seu próprio ajuste,    buscando recuperar aprovação popular.

Essa diferença de ritmos para aplicar o ajuste tem gerado atritos entre o governo, a burguesia e o Congresso Nacional. Lula aumentou a verba das emendas para o Centrão aprovar seus projetos e ainda assim não obteve sucesso.

O PT faz propaganda pela redução de impostos para os mais pobres e taxação dos mais ricos,   mas não toma medidas concretas para implementar essa ação.

Construir uma forte jornada de lutas nas ruas!

Exigimos que a CUT, UNE, MST, MTST, FBP, FPSM e todos os movimentos sociais do país organizem um calendário de lutas pelo fim da escala 6×1, pela taxação das grandes fortunas, fim do orçamento secreto, reajuste de salários, redução da jornada, arquivar a PEC da reforma administrativa, fim do arcabouço fiscal e do novo plano safra do governo Lula/Alckmin, Fora Múcio, Fávaro e demais Ministros do Centrão! Não ao pagamento da Dívida e estatização dos bancos e do sistema financeiro. Precisamos impor um programa que se enfrente com os interesses dos ricaços, do agronegócio e do imperialismo e que sirva aos trabalhadores, ao povo pobre, às mulheres e LGBTQIA+, ao meio ambiente e aos povos indígenas, rumo a um Brasil socialista, governado pela classe trabalhadora.

Fora Ministros Reacionários do Centrão!
No grupo de Ministros que compõem o Governo de Lula/Alckmin, existe uma parte importante que é explicitamente ligada ao Centrão e até mesmo ao Bolsonarismo: Silvio Costa Filho (Republicanos); José Múcio (Golpista de 8J); André Fufuca (PP); General Amaro (ex-chefe de Exército de Bolsonaro); Frederico Siqueira, Celso Sabino e Waldez Góes (União Brasil), sem falar no ruralista, inimigo dos povos indígenas, Carlos Fávaro.
Não é possível implementar uma política de apoio às pautas da classe trabalhadora como o fim da escala 6×1; taxação dos bilionários e revogação das Reformas da Previdência,  trabalhista, do Plano Safra e do Arcabouço Fiscal governando com o Centrão e o Bolsonarismo. Os protestos de rua que aconteceram no dia 10/07 precisam seguir e incorporar esta pauta, com a exigência de demissão imediata de todos os ministros Bolsonaristas e do Centrão que hoje governam o país.

Por Danilo Bianchi – Coordenação Nacional da CST

Fim da escala 6×1: Reduzir a Jornada é Enfrentar o Saque Imperialista!

Enquanto o governo imperialista de Trump impõe tarifas abusivas de 50% sobre produtos brasileiros, interferindo na soberania nacional e apoiando abertamente golpistas como Bolsonaro, a classe trabalhadora segue brutalmente explorada. Esse tarifaço é mais um capítulo do saque sistemático que os EUA promovem sobre o Brasil — com apoio da burguesia nacional, que atua como sócia menor nesse projeto de dominação e mantém o país subordinado aos interesses estrangeiros.

Essa dependência imposta pelo imperialismo tem efeitos diretos sobre a vida do povo: jornadas exaustivas, salários miseráveis e ausência de direitos. A escala 6×1, amplamente praticada em setores como comércio e serviços, impede o descanso, destrói o convívio familiar e adoece física e mentalmente a classe trabalhadora. Enquanto isso, multinacionais (inclusive as estadunidenses) lucram bilhões ao superexplorar a nossa classe e seguem remetendo seus ganhos ao exterior.

Por isso, a luta pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução salarial, é também uma pauta de soberania popular. Em pleno século XXI, é inaceitável que trabalhadores sigam submetidos a uma lógica de semi-escravidão, enquanto o governo Lula/Alckmin negocia com empresários e se recusa a romper com a política econômica ditada por banqueiros, big techs, FMI, Banco Mundial e outras potências imperialistas.

Para mudar essa realidade, é urgente fortalecer a luta nas ruas. A mobilização contra a escala 6×1 deve fazer parte de uma ampla jornada nacional de lutas, com protestos, paralisações e greves — como o ato do dia 10 de julho contra o Centrão, que precisa ter continuidade. CUT, CTB, UNE, MTST e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo têm a responsabilidade de impulsionar essas lutas, exigindo também que o governo Lula adote medidas concretas pelo fim imediato da escala 6×1.

Nesse sentido, o Plebiscito Popular — que trata de temas centrais como a jornada de trabalho e a taxação dos super-ricos — só será vitorioso se estiver articulado à mobilização direta e à organização popular. Um plebiscito desconectado da luta real corre o risco de se tornar apenas simbólico. É preciso massificar as campanhas nas ruas, nos locais de trabalho e estudo, e transformar esse processo em motor de greves, pressão social e conquistas concretas.

Chega de submissão! Pelo fim da escala 6×1, redução da jornada e enfrentamento ao imperialismo. É nas ruas, com luta e organização, que poderemos defender os interesses da classe trabalhadora.

Por Andressa Rocha – CST BH

Lula prometeu picanha, mas até o ovo tá difícil!

O terceiro ano do governo Lula/Alckmin expõe contradições e gera insatisfação no povo, que sente cada vez mais o aumento da carestia. Da campanha eleitoral ainda ecoa a promessa de que “o povo vai voltar a comer picanha e tomar cervejinha”. A realidade que toma conta da mesa de cada trabalhador, porém, é que o salário mal dá para o ovo!

Dados do IBGE de 2025 apontam que houve um aumento de 25% na carne bovina, 9,2% no frango e, pasmem, 16,7% no ovo!

As contradições não se limitam à inflação e ao aumento do preço de alimentos básicos. Outras promessas seguem sendo descumpridas, a exemplo da isenção do imposto de renda para os trabalhadores que recebem até R$ 5.000,00.

E é nesse cenário que o sistema tributário faz com que os pobres paguem, proporcionalmente, três vezes mais impostos que os super-ricos — é o que mostra um estudo da Oxfam Brasil. A política do governo Lula só beneficia os patrões e super-ricos!

Nós, da CST, acreditamos que devemos apontar as contradições e exigir o que é nosso. No cenário da crise ambiental, Alckmin, em entrevista à CNN, disse que o governo está “combatendo as mudanças climáticas”. Tal declaração foi feita em 2023, e desde então o que observamos são mudanças cada vez mais graves.

E a conta, novamente, não fecha! Enquanto a degradação ambiental aumenta, ano após ano, destinam-se cada vez mais verbas para o agronegócio. Neste ano, são R$ 500 bilhões destinados a esse setor por meio do Plano Safra. Enquanto isso, para o povo pobre, o que há é aumento no preço dos alimentos. Todo esse dinheiro vai para um setor que concentra terras, lucros e influência — mas não alimentos acessíveis no prato da população.

As promessas não cumpridas, as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores e os cortes em áreas sociais, como a educação, se refletem na insatisfação popular. A última pesquisa Atlas aponta desaprovação de 51,8%.

Por isso, fazemos a reivindicação do fim do Arcabouço Fiscal e do Plano Safra. Exigimos dinheiro para o povo, e não para o agronegócio, banqueiros e multimilionários. Queremos o fim da escala 6×1, condições dignas de trabalho e um salário mínimo que permita a cada trabalhador garantir não só o ovo, mas também a carne!