Agir contra Trump, os EUA e a Faria Lima! | Combate Socialista Nº 202

Os EUA, liderados pela extrema direita de Trump, suas Big Techs, bilionários, a Febraban e a Faria Lima querem arrancar nosso couro e agravar a catástrofe climática. Também exigem que o Brasil siga cúmplice do genocídio contra o povo palestino.

Bolsonaro e seu filho Eduardo, ligados a Trump, foram protagonistas do golpe de 8J e seguem atacando nossa soberania. Não podem ficar impunes!

É preciso ocupar as ruas com os métodos da classe trabalhadora, em ampla unidade: em defesa de nossos direitos e soberania, pela prisão dos Bolsonaro, contra o PL da devastação, o tarifaço e o saque imperialista. É a hora da verdade!

O Tio Sam quer roubar até o nosso tamborim

Donald Trump e a Casa Branca saqueiam o Brasil. O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros é mais uma forma de aprofundar a dominação de nossa economia e explorar os trabalhadores. Não satisfeitos, querem nossas “terras raras”, minerais estratégicos para turbinas eólicas, celulares, carros elétricos e equipamentos militares.

Como se não bastasse, os EUA “investigam” o PIX e até a 25 de Março, alegando prejuízo às empresas gringas. Era só o que faltava! O que mais vão querer? “Regular” as festas juninas e patentear o tamborim? Aqui não!

Não somos quintal de ninguém!

O Brasil é vítima do imperialismo estadunidense. A classe trabalhadora é quem paga a conta. Os EUA saqueiam nossas riquezas, exploram nossa mão de obra e enviam os lucros de suas multinacionais para fora. Impõem um comércio desigual em dólar e ainda lucram trilhões com nossa dívida interna e externa.

Romper com a dominação imperialista é o caminho. Sem as trocas desiguais, o café e outros produtos seriam mais baratos. Poderíamos reativar setores estatais da indústria nacional. Expulsando as multinacionais, fortaleceríamos a Petrobras, a Embraer e outras empresas. Só a classe trabalhadora e os setores populares podem construir esse projeto.

PL da devastação a serviço dos gringos

Nesse cenário, o projeto de destruição ambiental avança com o famigerado PL da devastação, que promove o saque das riquezas naturais, destrói nossos biomas. Entrega nossas terras para o agronegócio predatório e permite o autolicenciamento das multinacionais. É um verdadeiro retrocesso, um ataque aos direitos dos povos originários e das comunidades tradicionais. Quem está feliz é Donald Trump e seus aliados golpistas no Brasil. Por isso, devemos fortalecer a mobilização nas ruas contra esse PL, pelo fim do plano safra e diante da emergência climática.

A frente ampla de Lula não toma medidas efetivas

O governo Lula/Alckmin faz discursos contra os EUA, mas não adota ações concretas contra o imperialismo, Trump e suas multinacionais. Também não enfrenta os bilionários e a Faria Lima. O presidente Lula não é parlamentar para só fazer discurso. Lula governa o país e é responsável pelo que ocorre. Sua política de pactos e conciliação de classes não favorece a classe trabalhadora, não defende a soberania nacional e não enfrenta o nazi-sionismo. Lula não se opõe com firmeza ao PL da devastação, não vetou o acordo de “amizade Brasil-Israel” e nem aplicou a lei de reciprocidade para taxar os EUA em 50%. Mantém o arcabouço fiscal para a Faria Lima, o plano safra para o agronegócio e os acordos com Arthur Lira e o centrão.

A burguesia brasileira é parasita

O governo Lula/Alckmin reuniu mais de 100 representantes do agronegócio, da indústria e das Big Techs e, como esperado, nada resultou. A aposta em negociações com a extrema direita de Trump fracassou. Enquanto reclamam, os empresários lucram com a subserviência do Brasil. A única “proposta” da burguesia é pedir a Trump o adiamento do tarifaço. Ao mesmo tempo, querem que dinheiro público cubra seus lucros afetados. Mas o dinheiro é da classe trabalhadora, que não pode pagar pela crise causada pelos EUA nem pela covardia dessa burguesia, sócia menor do imperialismo.

Manter atos de rua

É preciso seguir os atos como o do dia 10 na avenida paulista, o ato do último congresso da UNE. Exigimos da CUT, CTB, UNE e MTST nova jornada. É preciso seguir o exemplo das ações do Sindicato dos Metalúrgicos de São Jose dos Campos em frente a Embraer e assembleias nas fábricas da General Motors, Gerdau e Ericsson. Os dirigentes do Sindicato, filiado a CSP-CONLUTAS, propõem que “as centrais sindicais convoquem imediatamente um dia nacional de luta e de paralisação em defesa da soberania nacional e contra a ameaça de Donald Trump” (ver www.sindmetalsjc.org.br).

Construir uma esquerda independente

saída está na mobilização e na construção de uma alternativa unitária da esquerda independente, que enfrente o desmonte dos serviços públicos, a retirada de direitos, a entrega do patrimônio estatal e a submissão ao imperialismo.

O futuro do Brasil será decidido pela capacidade do povo trabalhador de romper com as amarras do capital. O momento exige unidade na luta, independência política e combate firme contra a exploração. Propomos uma reunião dos partidos e organizações que não integram o governo Lula/Alckmin: UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e demais forças que não participam da frente ampla.

  • Defendemos o fim do arcabouço fiscal, do Plano Safra;
  • Reajuste de salários e benefícios, redução das tarifas e preço dos alimentos;
  • Taxação de bilionários e multinacionais, não pagamento da dívida e estatização do sistema financeiro;
  • Arquivamento da reforma administrativa, revogação das reformas trabalhista, previdenciária, do NEM e da privatização da BR Distribuidora e da Eletrobras, revogação do marco temporal;
  • Demissão de Múcio da Defesa, Fávaro da Agricultura e todos os ministros do Centrão; prisão pra Bolsonaro e expropriação das empresas financiadoras do 8J.
Um programa com medidas urgentes em defesa da classe trabalhadora e dos setores populares, para romper com o império, conquistar um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista.