A delegação brasileira na Flotilha Sumud: exemplo de internacionalismo e solidariedade

Por Lorena Fernandes e Bárbara Sinedino – Coordenação Nacional da CST

A Flotilha Sumud navegou levando não apenas ajuda humanitária, mas também o grito de milhares que se recusam a assistirem calados ao holocausto contra o povo palestino. Entre seus tripulantes havia uma importante delegação brasileira, mostrando o peso da solidariedade ao povo palestino que existe entre trabalhadores, jovens e ativistas do Brasil.

Foram 13 brasileiros e brasileiras que embarcaram rumo à Faixa de Gaza, rompendo simbolicamente o bloqueio sionista, levando esperança e ajudando a impulsionar as massas pelo mundo. Gente, como nós, que se dedicam às lutas sociais, sindicais e populares.

Entre eles, Thiago Ávila, um jovem militante das causas ambientais, dos povos indígenas e da resistência palestina, cuja trajetória inspira uma nova geração a lutar para transformar o mundo. Mohamad El Kadri, filho de libaneses, coordenador da Frente Palestina de São Paulo e presidente do Fórum Latino-Palestino, é uma das vozes mais firmes e coerentes pela libertação da Palestina, um verdadeiro lutador internacionalista.

A vereadora Mariana Conti (PSOL–Campinas) e a deputada federal Luizianne Lins (PT–CE) também integraram a missão. Ariadne Telles, advogada e ativista da causa indígena, somou-se à flotilha levando a luta dos povos originários e dos que lutam contra todas as formas de colonização.

Bruno Gilga, trabalhador da USP e militante do MRT, integrou a coordenação brasileira da Flotilha Sumud. Ao lado de Magno Carvalho, dirigente sindical do Sintusp, da CSP-CONLUTAS e histórico lutador das causas da classe trabalhadora.

Com eles também estavam Lucas Farias Gusmão, João Aguiar, Gabrielle Tolotti, Lisiane Proença, Victor Nascimento Peixoto, Nico Calabrese, Miguel Viveiros de Castro e Hassan Massoud, todos movidos pela convicção de que a luta do povo palestino é parte inseparável da luta contra o imperialismo e o capitalismo em todo o mundo.

O Brasil em solidariedade à Palestina

Enquanto a Flotilha era interceptada e seus tripulantes mantidos presos pelo exército sionista, nas ruas do Brasil a solidariedade ao povo palestino esteve presente. Em São Paulo, houve um ato emocionante e massivo, com vozes exigindo a libertação dos ativistas e o fim do bloqueio de Gaza.

A coragem dos tripulantes ajudou a impulsionar as lutas. A Flotilha Sumud mostrou que a solidariedade não se resume a palavras. É ação concreta, é se dispor a passar por riscos que o povo palestino passa em um grau muito superior há mais de 77 anos.

A interceptação da Flotilha Sumud e o sequestro dos tripulantes ajudaram a relembrar uma das faces mais cruéis da ocupação nazi-sionista: mais de 11 mil palestinos estão aprisionados nas masmorras israelenses. Entre eles, cerca de 400 crianças. Esses presos são submetidos a torturas e abusos dos mais bárbaros. São prisioneiros políticos, uma forma que Israel busca para quebrar a moral da resistência palestina. Mas a realidade mostra o oposto: a determinação do povo palestino não se esgota e a resistência é apoiada massivamente pelo mundo. A luta pela libertação dos presos palestinos é parte da luta pela Palestina livre.

A Flotilha Sumud é um ato de resistência. Cada militante preso, cada navio bloqueado, reforça a urgência de impor a derrota ao nazi-sionismo.

Seguiremos nas ruas, levantando essa bandeira: Palestina livre, rio ao mar!

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