Lula, como é que é? Não adianta só falar, tem que romper!

Por Lorena Fernandes e Bárbara Sinedino – Coordenação Nacional da CST

Desde o início do holocausto contra o povo palestino, Lula fez declarações em que classificou o massacre como genocídio, reafirmou isso na Assembleia Geral da ONU e disse que o que acontece em Gaza é mais do que extermínio, é a negação do sonho de uma nação (palestina). O Brasil também aderiu à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de genocídio. Mas, apesar das palavras corretas, as relações com o Estado nazi-sionista seguem vigorando. Enquanto Israel segue sua política colonialista, nazi-sionista, o governo brasileiro da frente ampla mantém laços diplomáticos, comerciais, científicos, esportivos e militares com Israel, contrariando a voz das ruas e apelo do próprio povo palestino por ruptura imediata.

As mobilizações por boicote, sanções e rupturas a Israel se espalham pelo mundo. Na Espanha, o governo aprovou medidas, como embargo de armas, proibição de navios israelenses pararem em portos e bloqueio de voos militares, fruto da pressão das mobilizações. São ações que ajudam a isolar o regime assassino. No esporte, cresce a pressão para banir Israel das federações esportivas internacionais. Pep Guardiola cobrou da Fifa a expulsão de Israel.

Enquanto Lula condena o genocídio em palavras, o governo segue mantendo negócios com o opressor. Anunciou o fim da venda de armas a Israel, mas o Brasil continua comprando tecnologia militar israelense, testada sobre corpos palestinos antes de ser usada nas polícias que exterminam a juventude negra e periférica. Em 2024, as exportações de petróleo brasileiro para Israel aumentaram, abastecendo os tanques de guerra que massacram Gaza. Não há como combater o genocídio mantendo relações com o genocida.

O sionismo ainda encontra espaço dentro do próprio PT. Foi o caso do vergonhoso “Dia da Amizade Brasil–Israel”, apoiado por alguns parlamentares petistas. Mais recentemente, Jaques Wagner discursou no Senado dizendo que o Hamas deve ser exterminado, em vez de condenar os nazistas de Israel que praticam o holocausto. Essas posturas enfraquecem a solidariedade internacional pela libertação da Palestina.

Em 1985, no governo Sarney, em meio às mobilizações internacionais, o Brasil rompeu relações com o Estado racista e de apartheid da África do Sul: embaixadores foram expulsos e as relações comerciais e culturais cortadas. Hoje, diante do holocausto palestino, Lula pode e deve fazer o mesmo. A solidariedade não se faz apenas com discursos, mas com ruptura, boicote e sanções. A UFF, Unicamp e UFC romperam convênios com universidades israelenses, numa importante vitória da causa palestina. Seguiremos nas ruas até que o Brasil rompa todas as relações com o Estado nazi-sionista de Israel.

Política de Privacidade