Ocupar as ruas contra as chacinas! Justiça para vítimas do Alemão e da Penha!
1- A chacina do Alemão e da Penha, com mais de 117 assassinatos, é parte da política de Tarcísio, Claudio Castro e Bolsonaro, mantendo o genocídio dos tempos colônias e da ditadura militar. A extrema direita quer impor seu projeto pela via das balas, fuzis e botas policiais, repetindo Eldorado dos Carajás, Corumbiara, Vigário Geral, Candelária e mais recentemente Jacarezinho e Baixada Santista. É a “Lei e Ordem” das execuções sumárias com tiros na nuca, facadas nas costas e degola. Usam o falido discurso de “combate ao crime e as drogas” para amedrontar o povo trabalhador e a juventude negra, mostrar serviço para a burguesia e coesionar o eleitorado conservador.
2- A maior chacina da historia do pais desde a redemocratizaçãoocorreu no mesmo momento em que Trump agride a soberania brasileira e realiza ações militares contra a Venezuela e Colômbia com o argumento de “combate as drogas”, que nos repudiamos; na mesma hora em que Netanyahu rompe o cessar fogo em Gaza, contra a qual lutamos. As técnicas militares da PM são importadas do aparelho nazistas de Israel. Não há dialogo com essa extrema direita. Temos de enfrentá-los através da organização e luta unificada nas ruas.
3- O governo Lula, a frente ampla do PT, PCdoB, REDE e PSOL, não é eficaz contra a extrema direita. Faz discursos corretos, mas até agora não convocou nenhuma manifestação. Palavras não bastam. É preciso agir: colocar um fim nas operações policiais e revogar a lei de drogas. O prefeito Eduardo Paes respalda as operações e deseja que a “ordem” reine sobre o RJ. O governo petista de Jerônimo Rodrigues, na Bahia, tem uma das PMs mais assassinas do país. O governo Lula trata de “dialogar” com o genocida Claudio Castro, através do Ministro Ricardo Lewandowski. Uma linha absurda. Isso é fruto da politica de conciliação de classes da frente ampla de Lula e do PT com os patrões, a Faria Lima, setores reacionários como Mucio e pactos conservadores com governadores.
4- O governador Cláudio Castro se esconde no discurso de combate “ao crime” e às “drogas”, uma grande falácia para instaurar o medo na população da favela, pois os milicianos que controlam territórios, os grandes barões do tráfico de armas e drogas convivem muito bem nos governos e financiam os projetos eleitorais dos maiores partidos do RJ e da atual república dos ricos. Os que lucram com o negócio capitalista que abastece as fortunas dos bilionários cariocas e da Faria Lima. Não à toa que recentemente o deputado estadual Thiago Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, do MDB – deputado da base do governo Castro – foi preso por envolvimento com tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro e há suspeitas de ligação do deputado com o Comando Vermelho, confirmando que os bandidos de verdade estão no poder: no palácio laranjeiras, na ALERJ. E jamais podemos esquecer que o ex-chefe da Policia Civil do RJ é um dos arquitetos do assassinato de Marielli Franco. Por décadas, a guerra às drogas no Rio de Janeiro tem servido como pretexto para aplicar uma política de genocídio e encarceramento em massa contra a população periférica, e em especial contra a juventude preta. O discurso do governador tenta esconder que ele não consegue dar respostas aos problemas da população trabalhadora: o desemprego, falta de moradias, a crise na saúde pública, na segurança pública e na educação. Apenas com políticas sociais a situação da classe trabalhadora pode melhorar. O combate as milícias, aos megatraficantes de armas, os cartéis do tráfico devem ocorrer por meio do reforço a vigilância, ações de inteligência e melhor preparo para enfrentar e punir essas quadrilhas cujas ramificações estão dentro do palácio Laranjeiras, ALERJ, na prefeitura, na câmara de vereadores, nos tribunais, na PM e Policia Civil e no congresso nacional.
5- Não podemos aceitar que a “guerra às drogas” assassine crianças, jovens, mulheres e o povo preto. Nem aceitar “operações” que invadem casas nos morros aterrorizando a população. A estratégia proibicionista baseada na repressão não resolve nada e gera mais problemas: significa encarceramento e extermínio da juventude das favelas. Tudo isso foi aprofundado pela Lei de Drogas a nível federal sancionada em 2006 em governos petistas e referendado pelo STF em fevereiro de 2025, quando reajustou a ADPF das favelas, que na prática, confere à própria polícia o papel de definir o tamanho da força empregada nas operações. Nós defendemos a legalização das drogas, como ocorre com o álcool e o tabaco. Isso significa reconhecer o uso dessas substâncias, de forma medicinal ou recreativa, sem necessidade de repressão policial. Tratar a dependência das substâncias psicotrópicas como parte da saúde pública. Uma medida efetiva para acabar com o mercado paralelo que alimenta o lucro das empresas capitalistas do tráfico, cujo lucros bilionários financiam os políticos tradicionais.
5.1– Defendemos as políticas de Redução de Danos do SUS. Uma política que compreende o uso de drogas e seus efeitos a partir de uma lógica humanizada. Ao minimizar os danos relacionados ao uso de drogas, para aqueles que não querem ou não conseguem interromper o uso em um primeiro momento, a Redução de Danos estimula a autonomia e a inclusão social. Ao contrário da Redução de Danos, o modelo de abstinência e proibicionista envolve uma concepção moralista e de criminalização das drogas, que se desenvolve o genocídio da “guerra às drogas”. A guerra real é contra o povo negro que padece com chacinas como o do Alemão e Penha.
6- É preciso responder unificadamente nas ruas. A auto-organização que permitiu recuperar e identificar pessoas executadas na Serra da Misericórdia, expor violações dos direitos humanos tais como se fez em Vigário Geral, foi um primeiro passo importante. A indignação popular durante a retirada dos corpos na Penha e fazer ecoar o lendário Rap de Cidinho e Doca, foi outro passo positivo. A manifestação na Penha, com a faixa “Claudio Castro assassino terrorista” é outra indicação. A força operária, popular e democrática foi vista nas manifestações do dia 21 de setembro. A luta impôs o fim da PEC da bandidagem e garantiu a aprovação da isenção do imposto de renda até 5 mil reais. Ela foi fruto de uma unidade da CUT e CTB; MTST e UNE; PSOL, PT, PCdoB; e sobretudo do engajamento de artistas como Caetano, Gil, Chico, Djavan, Paulinho da Viola, Chico Cesar, Duda Beat, Daniela Mercury, Fernanda Takai, Nanda Costa, Djonga e DonL. É urgente retomar essa articulação para repudiar o genocídio do Alemão e Penha. Defendemos uma ampla unidade via a Coalização Negra por Direitos, MNU, UNEAFRO, Associações de moradores das favelas e movimentos de direitos humanos. Por isso integramos as ações no buraco do Lume hoje dia 29/10 e as reuniões para construir mobilizações no RJ e em nível nacional. Em SP nos somamos ao ato convocado unificadamente pelo movimento negro no dia 31/10, 18h, no MASP. Devemos repetir a unidade do 21 de setembro: jornada de lutas contra as chacinas policiais e o genocídio contra o povo negro!
7- A CST defende:
a) Fim da militarização e das operações policiais nas favelas! Punição dos responsáveis civis e militares! Fim da política genocida de Claudio Castro e demais governadores! Fora Cláudio Castro!
b) Por investigação independente dos assassinatos e das violações dos diretos humanos! Comissão de moradores, associações, movimentos negros, sindicatos e OAB.
c) Fim da PM, da Polícia Civil, PRF e pelo desmantelamento do aparato repressor!
d) Cadeia e confisco de bens de todos os envolvidos na intentona golpista de 8J! Punição da cúpula militar de 64 e 8J! Expropriação das empresas que financiaram o 8J.
e) Contra o proibicionismo e a repressão militar, pela legalização das drogas!
f) Exigimos do governo Lula:
– Medida provisória proibindo a militarização das favelas e todas as operações policiais nas periferias! Revogação da lei de drogas! Legalização das drogas!
– Ruptura de relações com os nazistas de Israel! Embargo militar a Israel já! Proibição de uso de técnicas e armas israelenses no território nacional!
– Aplicar a lei de reciprocidade contra os EUA e taxas suas multinacionais! Repudiar a agressão a soberania Venezuelana e Colombiana.
29/10/2025
Corrente Socialista de Trabalhadores e Trabalhadoras, seção no Brasil da UIT-QI
