Após o 7 de dezembro organizar no país uma jornada de lutas contra o feminicídio.
Após o 7 de dezembro organizar no país uma jornada de lutas contra o feminicídio
No dia 7 de dezembro milhares de mulheres protagonizaram manifestações em todo o país contra os feminicidios. Os atos foram um grito contra o aumento dos feminicídios e a barbárie de como foram realizados, desnudando uma situação de violência crescente na qual as mulheres estão submetidas.
O Feminicídio no Brasil
O Brasil está imerso em uma onda devastadora de feminicídios, que são a expressão brutal da opressão patriarcal e da crise capitalista e de ideologias misoginia e reacionais. O brutal assassinato de duas trabalhadoras do CEFET no Rio de Janeiro, Allane Pedrotti Matos e Layse Pinheiro, executadas dentro da instituição de ensino por João Antônio; o caso da Tainara Souza em SP atropelada e arrastada por 1km pelo ex-marido; o caso em Recife onde o marido ateou fogo na casa matando a esposa e 4 filhos e o assassinatos de uma jovem trans de 18 anos morta por motorista de aplicativo , que foi a delegacia confessar o crime e saiu impunemente são a expressão da barbárie na qual somos submetidas todos os dias.
No Brasil 4 mulheres são mortas por dia por serem mulheres. Em 2024 foram 1.492 casos de feminicídios, um triste recorde nos casos.
O assédio virtual cresceu 5.000% em uma década. Os casos de estupros
As verbas para proteção das mulheres só diminuem
O governo Bolsonaro foi o que mais cortou investimento do Ministério das Mulheres, cerca de 90% das verbas destinadas ao enfrentamento à violência contra a mulher. Durante o governo Lula vimos uma recomposição das verbas para o Ministério das Mulheres, no entanto está muito aquém do necessário para a garantia de políticas públicas. Em 2025 o valor previsto para o ministério chegou há quase R$ 326 milhões mas somente R$ 273 milhões foram empenhados. E em relação a programas específicos de combate a violência de gênero, apesar de todo discurso do Lula o governo utilizou somente 15% do valor destinado ao Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios (PNPF), o plano teve R$ 1,4 bilhão que foram alocados de 2024 e 2025.
Raízes Políticas e Ideológicas da Violência
Essa escalada da violência de gênero está profundamente conectada ao fortalecimento do movimento conservador, impulsionado por setores fundamentalistas e pela extrema-direita, que no caso do Brasil expresso no bolsonarismo e no crescimento das igrejas pentecostais., que difundem uma cultura de submissão feminina e autoridade masculina, reforçando a família patriarcal tradicional e atacam avanços em educação sexual, igualdade de gênero e autonomia feminina, legitimando o controle e a violência.
Rejeitamos a Patologização dos feminicídios, não aceitamos a tentativa de transformar feminicidas em pessoas em “surtos psiquiátricos” ou “casos isolados”. A patologização é uma estratégia ideológica para despolitizar o crime e ocultar suas raízes sociais, assim como no passado sem utilizava a “legitima defesa da honra”. Ao mesmo tempo essa tese eximi o Estado de responsabilidade, justificando a escalada de violência como uma questão individual e não social. O feminicídio é resultado de um sistema milenar de opressão e de dominação e de uma ordem social que trata mulheres como propriedade.
Paralelamente, o crescimento nas redes sociais de movimentos misógino, vendidos como “ajudar” o homem, como os redpill, que atua como a expressão digital dessa ideologia misógina, recrutando jovens, disseminando ódio às mulheres e disfarçando o feminicídio como uma suposta “reação” contra mulheres que rompem com a lógica patriarcal.
Por uma jornada de lutas no país
Nos últimos anos em todo o mundo as mulheres vêm se levantando contra o machismo e o patriarcado e lutando por seus direitos e vem o tendo conquistas como a legalização do aborto na Argentina e as mobilizações por Nenhuma a Menos na Espanha. Os processos de lutas das mulheres são fruto da quarta onda feminista que no Brasil vem se expressando 2015 pelo Fora Cunha, 2018 com o ele, 2024 contra o PL da gravidez infantil e agora contra os feminiicidios. E agora após as manifestações do 7 de dezembro é preciso a continuidade de nossa luta. Nós mulheres da CST defendemos uma jornada de lutas contra o feminicídio e todo tipo de violência contra as mulheres. Nesse sentido defendemos que o Levante Mulheres Vivas encabeça esse chamado também Exigimos das organizações feministas e das FNPLA, centrais sindicais, como CUT e CTB, a UNE e UBES, a CNTE, os sindicatos que organizem uma jornada de luta, que de continuidade as jornadas do dia 7 e 14 de dezembro.
Também exigimos do governo Lula, que corretamente chamou a responsabilidade dos homens sobre a violência contra as mulheres, que criminalize a misoginia e que aumente as verbas públicas para garantir políticas públicas de proteção às mulheres.
Defendemos:
- Lutar pela criminalização da misoginia! Prisão para femincídas, estupradores e abusadores!
- Prisão para os líderes do Redpill e que esse movimento se torne ilegal!
- Fim do Arcabouço Fiscal: Não pagar a dívida pública aos banqueiros e que esse dinheiro seja destinado para investir massivamente em políticas de proteção e defesa das mulheres.
- Investimento em Proteção: Garantir delegacias 24h, Casas de acolhimento e abrigos, equipes especializadas, monitoramento de agressores e o cumprimento rigoroso de medidas protetivas.
- Segurança real nos Locais de Trabalho e Estudo: Implementar protocolos de prevenção, acolhimento e proteção em todas as instituições.
- Assegurar creches públicas, emprego formal, salário igual para homens e mulheres e moradias dignas para romper os ciclos de dependência.
- Educação feminista: Implementar ações contínuas contra a misoginia, o conservadorismo e a ideologia redpill, com formação crítica sobre gênero e combate ao patriarcado e contra a misoginia.
- Por uma jornada de luta contra o feminicídio
