Milhões nas ruas no dia internacional da mulher trabalhadora!
Em um novo dia internacional da mulher trabalhadora, se realizou a quarta greve mundial de mulheres. O movimento de mulheres nesta quarta onda feminista impulsionou há 4 anos o “8M Greve Internacional de Mulheres”, para mostrar que é parte fundamental deste sistema de produção capitalista e patriarcal onde não são somente exploradas, mas também oprimidas, e que, sem elas, o munda deixa de se mover.
No mundo inteiro, em alguns países no dia 8 e outros no dia 9, houve greves em locais de trabalho, estudo e nos lares, para se somar às massivas mobilizações que ocuparam as ruas das cidades.
Na América Latina, o ponto mais alto da mobilização foi demonstrado no chile, onde as ruas vêm sendo tomadas desde de outubro de 2019 contra o governo Piñera. As chilenas tomaram novamente a “Praça da Dignidade”, com cerca de meio milhão de mulheres em Santiago e mais de 3 milhões em todo o país, com a mensagem clara contra o governo Piñera, contra a violência machista, contra os feminicídios e estupros e pelo aborto legal. No mesmo sentido foram as mobilizações no México contra a violência de gênero e os feminicídios. No Brasil a mobilização contra Bolsonaro e suas posições misóginas e de ódio contra a oposição, resgatando o tom do icônico #EleNão do início de seu mandato.
Na Argentina se realizou um “pañuelazo” em frente à catedral, em protesto pelo aborto legal e contra o pagamento da dívida externa, com mobilizações em diferentes cidades do país e também com uma grande mobilização no dia 9. Também se mobilizaram no Equador, com a presenças das mulheres dos povos originários, na Venezuela, El Salvador, entre outros. Na Espanha, apesar dos alertas pelo Coronavírus, milhares se mobilizaram em diferentes cidades. A principal pauta foi contra o código penal que mede os crimes contra a mulher com parâmetros irrisórios, exigindo que o critério seja o consentimento. Protestarem contra a cultura do estupro e para que pare a perseguição e a violência contra as imigrantes na Grécia e Turquia.
Em outros países, onde a luta feminista tem uma forte oposição conservadora apoiada na religião, houveram enfrentamentos e repressão nas mobilizações. No Irã, centenas de mulheres se mobilizaram contra a violência e a opressão aos gritos de “meu corpo, minha decisão” enquanto, ao redor, 2000 crentes se opunham gritando “O corpo é de Alá, a decisão é de Alá”. Na Turquia, onde deputadas turcas foram presas pelo governo de Erdogan por cantar uma versão de “Um estuprador em seu caminho” do grupo chileno Las Tesis, a mobilização foi fortemente reprimida.
Nós da Unidade Internacional de Trabalhadoras e trabalhadores – Quarta Internacional, construímos essa nova greve internacional de mulheres, contra a violência machista, os estupros e os feminicídios, contra a desigualdade salarial e os planos de ajuste para pagar as dívidas públicas.