Repudiamos as declarações do comandante do exército e de oficiais da reserva

Em defesa das liberdades democráticas, ditadura nunca mais!
 
Repudiamos as declarações do Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, e de oficiais da reserva sobre a situação política do país. Na condição do cargo em que ocupa, o general Villas Boas aludiu a uma eventual interferência militar no campo político conforme às vontades de um setor da sociedade, denominado por ele como “cidadãos de bem”, tipicamente abastados, conservadores e seletivos na suposta indignação contra a corrupção. Já o general de Exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa defendeu golpe militar caso o poder judiciário permita a Lula ser candidato.
  
Estes senhores promoveram ocupações militares no Haiti, nas favelas cariocas, durante os governos Lula e Dilma inclusive, e agora uma intervenção federal no Rio de Janeiro, sob as ordens dos corruptos Temer e Pezão. Estas ações, que atendem a sanha reacionária dos ditos “cidadãos de bem”, oprimem, agridem e apontam fuzis para a classe trabalhadora, o povo pobre, a população negra, os moradores das favelas e de comunidades pobres.
Para tentar se livrar da crise em que se meteram com a fracassada intervenção federal no Rio, estes oficiais pronunciam discursos demagógicos e hipócritas contra a impunidade e a corrupção. Contudo, não tem moral para tanto, já que inúmeros atos de corrupção e crimes contra os direitos humanos foram praticados no sanguinário regime militar, que perdurou por duas décadas, seguindo impunes até hoje. O esquema de pagamentos de propinas por empreiteiras, revelado recentemente, se consolidou justamente durante a ditadura militar.
Na luta contra o grande acordo nacional que salva os corruptos (Temer, Aécio, Juca, Gerdau, Picciani, Maluf e Lula), “com o STF, com tudo”, só podemos contar com a força organizada da classe trabalhadora, da juventude e dos setores populares. Repudiamos as declarações do comandante do exército e dos oficiais da reserva, sem que isso signifique nenhuma defesa de Lula. O comando do Exército não tem o direito e nem condições morais para mediar ou interferir nas decisões políticas ou do poder judiciário do país.
Queremos o fim da intervenção militar, punição aos abusos cometidos pelo exército no Haiti e nas favelas e a revisão da lei da anistia para colocar na prisão os torturadores do regime militar.

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