COLÔMBIA | 25-M: Todos à paralisação Contra o governo ilegítimo de Duque-Uribe e seu antipopular pacote de ajuste econômico

COLETIVOS UNIDOS

17 de março de 2020

A publicação da transcrição dos áudios que envolvem diretamente o presidente Duque e o senador Álvaro Uribe Vélez no emaranhado de compra de votos na Costa Atlântica, durante o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais realizadas em 2018, corroboram de modo claro e contundente os vínculos que esses dois personagens, o Centro Democrático, a cúpula das forças armadas, os fazendeiros parasitas, empresários e a mídia, mantêm com o narcotráfico, os paramilitares e os clãs de famílias oligárquica, para desviar a sangue e fogo a vontade popular e dominar ao seu gosto os destinos da nação.

Ao selo distintivo que identificava o governo Duque-Uribe como corrupto, violador dos direitos humanos, privatizador, inimigo do meio ambiente, assassino de lideranças sociais e promotor de um brutal pacote de ajuste econômico antipopular que somente favorece os grandes empresários nacionais, internacional e do setor financeiro, será necessário acrescentar o de ilegítimo, enquanto garantiu o seu triunfo através do terror e da compra de votos em várias regiões do país.

É por tudo o que foi exposto acima que este governo de ilegítimos e criminosos goza do repúdio de mais de 70% da população, uma rejeição mais profunda e aguda entre os jovens, que estiveram na vanguarda na batalha por alcançar um novo modelo econômico, político e social. Essas são as razões que levaram a centenas de milhares de colombianos a sair em massa às ruas do 21 de novembro do ano passado para denunciar, confrontar e até arriscar nossas próprias vidas para impedir que as reformas tributárias, trabalhistas e previdenciária, promovidas pelo governo sejam efetivadas. Esta batalha continuou durante este 2020 e novamente terá outro teste de fogo em 25 de março, quando milhares e milhares de pessoas formos às ruas para continuar confrontando o governo e todos aqueles que o apoiam velada ou descaradamente. Este 25 de março, devemos sair às ruas com a perspectiva de continuar criando as condições para desenvolver uma ação de longo alcance, uma greve nacional por tempo indefinido, que seja capaz de derrotar o pacote e nos livrar desse governo ilegítimo e criminal.

Que a crise econômica e a emergência sanitária gerada pelo Coronavírus sejam pagas pelos empresários, o setor financeiro, os fundos de privados de pensão e as empresas químico-farmacêuticas

A crise econômica a nossa volta, na qual se visora uma queda substancial na produção e nas exportações, a depreciação do peso em relação ao dólar, o encarecimento da dívida externa e a conseguinte deterioração da capacidade de compra dos salários; unido à declaração de emergência em saúde devido ao contágio do Covid-19 entre a população, querem ser usadas pelo governo como desculpa para continuar restringindo o direito de protestar e, acima de tudo, para tentar acobertar sua ineptidão, os sucessivos e graves escândalos, e para ocultar a crise política interna que o está corroendo.

Diante dessa realidade, não resta dúvida de que os únicos responsáveis por esse presente e futuro dramático são o governo de Duque-Uribe e os grandes empresários. A crise econômica não se deve ao Covid-19, isso é falso. A crise é resultado da privatização de empresas nacionais; a falta de incentivo e apoio à indústria nacional e à produção agrícola; de acordos internacionais prejudiciais, como os TLC; do crescente endividamento externo; da corrupção transbordante, da entrega de amplos territórios a multinacionais para a exploração voraz de terras que degradam o meio ambiente; da desapropriação de quase 10 milhões de hectares para os camponeses, apenas durante os governos Pastrana e Uribe, e o deslocamento de cerca de 8 milhões de colombianos para grandes cidades (o segundo maior deslocamento do mundo depois da Síria) e de muitas outras medidas a mais que afetam os pobres e beneficiam os mais poderosos.

O mesmo pode ser dito diante da crise causada pela expansão no território nacional da pandemia de Covid-19. As medidas anunciadas são insuficientes e irresponsáveis, enquanto que a população vulnerável é deixada abandonada à sua própria sorte, sem ter acesso direto ao atendimento na saúde. Todas as medidas têm como objetivo substituir o atendimento direto por meio de consultas telefônicas e para que sejam os afetados que voluntariamente busquem o auto isolamento e se cuidem, deixando claro que o Estado não está em condições, nem quer se responsabilizar pela saúde dos colombianos. Isso porque a Lei 100, cujo promotor foi Álvaro Uribe Velez, transformou a saúde em um negócio lucrativo que acabou com o sistema de seguridade social existente.

Isto é deste modo porque a Lei 100, cujo promotor foi Álvaro Uribe Velez, transformou a saúde em um negócio lucrativo que acabou com o sistema de seguridade social existente; e as EPS foram as principais ferramentas para privatizar o sistema, saquear o erário pública e roubar as contribuições de milhões de colombianos.

Por outro lado, o Banco da República oferece milhões de dólares a preços estáveis aos empreendedores para protegê-los dos efeitos da desvalorização do peso. Da mesma forma, os créditos brandos são concedidos aos ricos, sem interessar que os pobres e os trabalhadores são abandonados, tenhamos que fazer mágicas para sobreviver com um salário mínimo miserável.

Se o governo e os empresários são responsáveis, é justo exigir que sejam eles os que cubram o custo da crise. O setor financeiro obteve lucros da ordem de 35 bilhões de pesos; os fundos de pensão privada atingiram lucros em 2019 próximos aos 40 bilhões. Não nem preciso falar dos lucros obtidos pelas empresas químico-farmacêuticas que operam no país. Eles são responsáveis por fornecer o dinheiro necessário para mitigar a crise, além de impedir a maior deterioração da saúde da população e do sistema público de saúde.

A isto deve ser acrescentado a exigência ao governo de restituir o sistema nacional de saúde prévio à implementação da Lei 100, a estatização das EPS e a centralização em um único Fundo Estatal de Pensões que garanta saúde para o povo e retiros do trabalho dignos para aposentados e pensionistas.

Nenhuma trégua para este governo. Vamos todos parar em 25 de março para derrotar o pacote

Estando ciente das limitações normais e cuidados que devem ser atendidos para enfrentar a propagação da pandemia, trabalhadores, jovens, mulheres, comunidades indígenas, étnicas e sexuais, camponeses, estudantes e setores populares devemos redobrar o compromisso de aprofundar a luta para derrotar o governo ilegítimo e assassino, bem como seu pacote fundo-monetarista. Com maior intensidade também deve ser feita a exigência, às lideranças do Comitê Nacional pelo Desemprego, que por agora não se destacam na linha de frente na preparação e execução das ações de luta exigidas pela população.

Devemos nos opor e denunciar seus porta-vozes que em 13 de março mudaram a jornada de greve e mobilização de 25 de março, modificando-o por uma convocatória de panelaços para esse mesmo dia. Essa postura conciliatória faz um favor ao governo e permite que siga implementando o pacotaço fundo-monetarista e continue sua política repressiva contra os protestos, assassinando centenas de líderes sociais e ex combatentes.

Nenhuma trégua, nem passividade ao governo e suas medidas. O governo tem conseguido aprovar parte do pacotaço e se ampara na crise econômica e da saúde para aguçar a implementação do ajuste antipopular e a entrega de nossos recursos naturais. Por isso, lutemos por construir um consequente Bloco de Organizações e Ativistas para a Greve Nacional Indefinida, que é a única maneira de derrotar o pacotaço e tirar de nossas costas o governo. Estamos arriscando nossas vidas e o futuro e não podemos permitir a reconciliação com os inimigos do povo.

Vamos então realizar as assembleias de base, de acordo com os comitês de greve, as coordenadoras de solidariedade, as comissões de trabalho para promover a greve e todas as outras ações que nos permitam realizar uma ação de combate em 25 de março, na perspectiva da Greve Nacional por tempo Indefinido. Convidemos massivamente para o protesto e definamos os locais de concentração e mobilização para o próximo dia 25 de março.

Com essa visão, convidamos trabalhadores, jovens, mulheres e combatentes a discutir os passos necessários para avançar na construção de uma ferramenta política de luta, unitária, autônoma e consequente, que supere a atual direção conciliadora que controla o Comitê Nacional de Greve. Aqueles que nos agrupamos em Coletivos Unidos estamos comprometidos com essa tarefa, enquanto propomos aos ativistas e lutadores que coincidimos em impulsionar a Greve Nacional Indefinida para derrotar o governo e seu plano de ajuste, a que tomemos medidas concretas para coordenar e potencializar nossas lutas, unindo os revolucionários!, tarefa que se torna de vital importância na atual etapa da luta de classes na Colômbia.

Venha companheira, venha companheiro, convidamos vocês a se juntar ao nosso Coletivo para avançar na discussão política e programática, nas lutas do povo trabalhador colombiano, e para que contribuamos junto a outros coletivos e ativistas, para nos unirmos em uma única organização para todos os revolucionários.

Todos à Greve em 25 de março!

Paralisação da produção, o comércio e o transporte!

Contra Duque e o pacotaço do FMI, Banco Mundial e OCDE!

Contra as reformas tributárias, previdenciárias e trabalhistas!

Pelo desmonte do Esmad!

Basta de assassinatos de líderes sociais!

Salário igual à cesta familiar!

Para derrotar o Coronavirus é preciso derrogar a Lei 100 e nacionalização das EPS

Duque e seus ministros banda de criminosos. Que governem os trabalhadores e o o povo!

 

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