1º de maio : A batalha pela independência de classe e o fracasso dos atos governistas

Por Adriano Dias – Direção Nacional da CST e Executiva Estadual da CSP-Conlutas-RJ e Diego Vitello – Direção Nacional da CST e Executiva Nacional da CSP-Conlutas

No dia do trabalhador, diferentes propostas políticas se confrontaram e se dividiram em atos distintos. A batalha dada pela CST e pela Combate Sindical foi pela construção de atos classistas, independentes de governos e patrões. A CSP-Conlutas, na maioria dos estados, também confluiu para essa proposta. As centrais sindicais majoritárias (CUT, CTB, Força) fizeram atos totalmente “chapa branca”, de apoio ao governo da frente ampla encabeçada por Lula.

Fomos ao 1º de maio para apoiar a greve da educação federal

Há mais de 50 dias a greve nas universidades e institutos federais tem sido um marco no enfrentamento à política de Arcabouço Fiscal do governo Lula/Alckmin. Nos atos e panfletagens que marcaram as atividades independentes neste 1º de maio, a CST, com seu jornal, faixas e falas nos carros som, foi linha de frente na solidariedade a essa importante greve. Em Belém, os grevistas fizeram o seu ato, no qual estivemos. No Rio, os grevistas do Pedro II e SINTUFF e a CSP-Conlutas fizeram um ato classista e independente dos governos e patrões. Infelizmente, dividindo os grevistas, a UP e o ANDES no Rio de Janeiro marcharam para o ato das burocracias sindicais (CUT,CTB, UGT) que apoiam Eduardo Paes (PSD).

Além do apoio à greve, nos solidarizamos com os estudantes dos EUA que ocupam universidades em apoio à luta palestina, com os trabalhadores argentinos que preparam uma nova greve geral contra Milei, e exigimos do governo Lula que atenda imediatamente as pautas dos grevistas das universidades.

O erro da política da CSP-Conlutas em Belo Horizonte e Brasília

A nossa central, pela política equivocada dos companheiros do PSTU, foi levada para os atos governistas nessas duas importantes cidades. Após votarmos na Secretaria Executiva Nacional da central que faríamos atos independentes por todo o país, infelizmente os companheiros mudaram sua política e, sem maiores justificativas, unificaram em dois atos com a burocracia sindical. Primeiramente se tratou de um erro político na atual conjuntura estar em atos de 1º de maio com os que apoiam e têm muitos cargos nesse governo de conciliação de classes. Também foi um erro metodológico, pois os companheiros do PSTU não debateram em nenhuma instância nacional da central a “necessidade” de compor os atos “chapa branca” das centrais majoritárias em BH e Brasília.

Ato “chapa branca” das maiores centrais fracassa no Itaquerão

Com um público esperado de mais de 50 mil pessoas e a presença de Lula confirmada, o ato em Itaquera não reuniu nem 2 mil pessoas. Um fracasso reconhecido primeiramente pelo próprio presidente Lula. Ao virar as costas para várias demandas da classe trabalhadora, podemos dizer que as centrais sindicais e o presidente Lula “colheram o que plantaram”. Não foi um ato para defender um aumento digno do salário mínimo (os R$1412,00 de Lula condenam milhões à pobreza). Muito menos para defender a revogação de reformas que destruíram diversos direitos, como a trabalhista e da previdência. Ou então para falar do fim da escala 6×1, que coloca em condições de semiescravidão milhões de trabalhadores. Nada disso o governo quer fazer. O seu ato festivo, como se a situação do país estivesse uma maravilha, teve o resultado que mereceu.

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