Eleições na Bolívia: o povo trabalhador não tem candidato!

Eleições entre candidatos da oligarquia e do imperialismo em meio à pandemia e ao desastre econômico! O povo trabalhador não tem candidato! Por um governo das organizações de base do povo trabalhador através de assembleias populares!

A campanha eleitoral começou com base no acordo e lei promulgada que estipula que as eleições serão realizadas no dia 6 de setembro, em meio ao desespero do povo por causa da pandemia e do desastre econômico nacional e mundial para os trabalhadores e pobres na tentativa dos capitalistas salvarem seus lucros.

O colapso dos hospitais, quando os casos confirmados da COVID-19 estão chegando a 40.000 e todos conhecemos pessoas doentes e infelizmente também mortas, que não são ou foram um “caso confirmado”, porque temem, com razão, ir a hospitais colapsados. Enquanto isso, médicos e profissionais de saúde estão cuidando da pandemia, quase “nus”, como denunciou o SIRMES de La Paz, sem equipamentos de proteção adequados, faltam unidades de terapia intensiva e dezenas de milhares de itens de saúde para poder atender a este desastre.

E soma-se a isso o crescente desastre econômico, com dezenas de milhares de demissões, e uma grande parte da população que ficou sem renda. O governo Añez diz que “criará empregos”, mas seu plano de “reativação” está dirigido apenas aos grandes capitalistas e ao agronegócio, que não criarão novos empregos e, em vez disso, estão demitindo trabalhadores.

O MAS, com os seus dois terços no Parlamento, não aprovou uma única lei a favor da saúde pública ou da economia popular.

O povo trabalhador não tem candidato

Neste contexto catastrófico, nenhum dos candidatos oferece uma saída para salvar o país e o povo trabalhador, nem a saúde, nem a economia popular ou a educação pública. Nenhum deles está preocupado com a morte de homens e mulheres do povo. Eles só as usam como argumento eleitoral. Añez quer mais mortes para culpar o MAS e tentar prolongar seu mandato, e o MAS quer mais mortes para culpar Añez e ganhar votos.
Eles se limitam a culpar uns aos outros pelo desastre para a disputa eleitoral. Mas o plano de todos é continuar a governar com oligarcas e imperialistas, com o agronegócio transgênico e as transnacionais administrando a economia para salvar seus lucros à custa da fome, da saúde e da vida do povo.
Mesa foi vice-presidente de Goni, depois colaborou com o MAS e sempre defendeu e continua a defender a economia dos oligarcas do agronegócio e das transnacionais. Camacho foi parceiro deste governo e representa diretamente o agronegócio oligárquico de Santa Cruz.
Arce Catacora foi um alto funcionário do Banco Central com Goni, então Ministro da Economia do MAS, e suas grandes conquistas em favor dos patrões levaram ao desastre da Chiquitanía em benefício do agronegócio. É por isso a quantia de 50.000 dólares que os oligarcas deram a Evo, e esta é apenas uma pequena parte conhecida dos subornos que compensam a entrega de recursos naturais! Não admira que uma grande parte dos eleitores camponeses e trabalhadores da base do MAS desconfiem deste homem imposto pela indicação de Evo Morales contra as suas próprias organizações de base!

Por um governo das organizações de base do povo trabalhador através de assembleias populares

A COB nas mãos de um executivo masista, prorrogado por 2 anos por Añez, só está em campanha eleitoral pelo MAS, sem se preocupar com suas bases, as milhares de demissões e o desastre da pandemia. É por isso que esses dirigentes devem ser expulsos e um Congresso da COB deve ser convocado.

Agora, diante da crise aguda da pandemia e da fome, é a partir das bases que devemos nos organizar para botar para fora os políticos da oligarquia e do imperialismo que sempre nos governaram, e para que governemos o país com representantes eleitos de nossas organizações populares do povo trabalhador, nas Assembleias Populares nacionais, departamentais, regionais e municipais. Esses representantes devem ter mandatos revogáveis, sem salários ou privilégios especiais.

Por Conselhos setoriais com poder de decisão, compostos por representantes eleitos das organizações de base. Com mandatos revogáveis, sem salários ou privilégios especiais,

Conselhos com poder dos trabalhadores da saúde para defender a vida, a saúde do povo, os seus direitos e as suas próprias vidas.

Conselhos com poder dos trabalhadores das fábricas para defender seus salários e trabalho, assumindo as fábricas que fecham, controlando todas as fábricas e para expandir a industrialização e o trabalho.

Conselhos com poder da Revolução Agrária dos camponeses, camponesas e povos indígenas para que as terras cultiváveis do país sejam controladas pelo povo para a produção de alimentos saudáveis e para dar aos camponeses e povos indígenas uma vida digna para alimentar o povo.

Conselho de Educação com os professores e professoras e com pais e mães do povo para reorganizar a educação sobre novas bases, defendendo a escola democrática, popular, gratuita, com conteúdos que respondam às necessidades do povo.

Conselhos com maioria estudantil das universidades públicas, juntamente com professores que estejam a favor do povo, para uma ciência e tecnologia a serviço da economia, da revolução agrária e da saúde popular.

Conselhos populares e de trabalhadores para uma verdadeira nacionalização e industrialização do gás, expulsando as companhias petrolíferas transnacionais.

O POVO TRABALHADOR NÃO TEM CANDIDATO!

POR UM GOVERNO DAS ORGANIZAÇÕES DE BASE DO POVO TRABALHADOR ATRAVÉS DE ASSEMBLEIAS POPULARES

Assinam:

Partido dos Trabalhadores da Bolívia (PT)

Alternativa Revolucionária do Povo Trabalhador (ARPT) – construindo o PT

Projeto Ecossocialista (PES) – construindo o PT

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