Em Belém, vamos com Edmilson 50 contra os candidatos de Bolsonaro, Helder e Zenaldo

Em Belém do Pará, o PSOL arrancou nas pesquisas com seu melhor desempenho dentre as capitais do país e é onde tem maiores chances de vencer as eleições, com Edmilson Rodrigues para prefeitura. O amplo rechaço à administração tucana e a crise desse partido no estado são sintomas do péssimo governo que fez Zenaldo Coutinho: em oito anos de mandato, ele abandonou a cidade aos alagamentos em tempos de chuva, ao transporte público precário e caríssimo, às ruas esburacadas e ao desemprego e subemprego.

A saúde pública, que já estava extremamente precária antes da pandemia, entrou em colapso poucos dias depois dos primeiros casos de COVID-19, com UPAs e PSM fechando as portas e pessoas morrendo na rua por falta de atendimento.

Também é responsável por esse caos o governador do estado, Helder Barbalho, que aplicou, junto a Zenaldo, a reabertura do comércio, bares e diversos serviços não essenciais em meio à alta de casos. Ambos são agentes da política genocida de Bolsonaro e cada um deles terá um candidato à prefeitura de Belém: o tucanato apresentará o playboy Thiago Araujo (Cidadania); Helder virá com seu primo Priante; e Bolsonaro deve apostar em alguma das opções dos partidos do centrão. Qualquer um desses, se eleito, vai estar a serviço da política de retirada de direitos e de reformas antipovo de seus padrinhos.

É para derrotá-los que o PSOL precisa se apresentar com um programa verdadeiramente alternativo, que enfrente o ajuste, a dívida pública e seja trincheira de oposição a Helder, Bolsonaro e sua reforma administrativa.  É em defesa desse programa que vamos com Edmilson Rodrigues, pautando a necessidade de saúde 100% pública e do fim dos contratos com Organizações Sociais (OSs), de transporte público seguro e de qualidade, do passe livre para estudantes e desempregados rumo à tarifa zero, do não retorno das atividades presenciais nas escolas até que haja condições sanitárias para isso, da geração de emprego e renda.

 

Belém para a classe trabalhadora: batalhar contra o vale tudo eleitoral e o rebaixamento de programa.

Em Belém se conformou uma ampla aliança com PT, PCdoB, REDE, PV e PDT. Fomos contra essa composição com tais partidos que fazem todo tipo de coligação só para se manter no aparato estatal.  PT e PCdoB, por exemplo, fazem parte do governo burguês de Helder Barbalho. Por isso, durante a reunião do Diretório Nacional que aprovou essa aliança, questionamos: a que política vão responder os secretários do PT na administração do Edmilson? Ao programa do PSOL ou ao programa do Helder Barbalho?

Com respostas evasivas, a direção do PSOL garantiu que o programa do partido não corria o menor risco.

No entanto, o que temos visto é que os partidos da Frente Ampla vão batalhar cotidianamente para transformar a campanha do PSOL em algo palatável para a burguesia e setores de direita em Belém.

A fala do presidente estadual do PT e deputado federal, Beto Faro, no ato político de lançamento das candidaturas, expressa bem o vale-tudo eleitoral para o qual o PT quer nos arrastar: “Precisamos dialogar com outros segmentos, às vezes até com candidatos a vereadores que estão em outra sigla mas sabem que você é o melhor para Belém […] Vamo tá dialogando com gente do meio empresarial, com trabalhadores, com amplos setores”. A fórmula apresentada pelo deputado como “novas ideias” é, na verdade, a velha conciliação de classes que só resulta em derrotas. Sem ir muito longe, temos PCdoB e PDT em uma chapa encabeçada por MDB e PSDB nas eleições de Ananindeua.

A busca por conciliar interesses e governar para todos gera todo tipo de rebaixamento de programa:  com que candidatos e setores empresariais o PT quer dialogar? Com pastores bolsonaristas? Com a base fisiológica do MDB? Com a máfia do transporte público? Com os donos de supermercados que expõem seus funcionários à COVID-19 enquanto alugam jatinhos com UTI para se tratar nos hospitais privados do sudeste?

Por isso, dizemos categoricamente: Edmilson não tem que governar para todos. Ele tem que governar para os trabalhadores e trabalhadoras, para a juventude, povos quilombolas e indígenas, para a comunidade LGBT, para os servidores públicos. Por isso é preciso dar um pontapé rumo a uma campanha radicalizada, apontando os inimigos a serem combatidos, desafiando os interesses genocidas do empresariado e dos setores conservadores.

Para concretizar essa batalha, é necessário que todos aqueles e aquelas que estão engajados/as na campanha de Edmilson Rodrigues porque querem mudança de verdade exijam do PT e PCdoB que rompam com o governo Helder Barbalho e abandonem seus cargos, pois a mudança que Belém realmente precisa não se dará sem que enfrentemos também o governador e o presidente.

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