“Fomos para a Ucrânia apoiar a resistência”

“Fomos para a Ucrânia apoiar a resistência”

 

por Juan Carlos Giordano, deputado nacional na Argentina pela Izquierda Socialista/FIT-Unidade

 

A UIT-QI acaba de realizar uma bem-sucedida viagem para a Ucrânia. Nossa organização internacional fez essa viagem para levar apoio material e político para a esquerda e a resistência. Foram entregues 50 kits de primeiros socorros, um material essencial para aqueles que estão sofrendo com a invasão criminosa da Rússia. Durante a viagem, conversamos com representantes do sindicalismo combativo e dirigentes políticos, com quem realizamos debates e diversos eventos. A seguir, apresentamos um relato do que vivemos e de nossas principais conclusões, chamando a redobrar a campanha de solidariedade com a resistência ucraniana.

Foram cinco dias muito intensos na Ucrânia. Cumprimos com o objetivo. Fomos com uma delegação da UIT-QI, na qual tive o orgulho de integrar em nome da Izquierda Socialista, da Argentina, junto de militantes da Luta Internacionalista, do Estado espanhol (Marga Olalla, Marc del Alcázar e Josep Lluís del Alcázar, este também membro de nosso Secretariado Internacional). Partimos no dia 1º de Maio, de Barcelona, em direção à Polônia e chegamos de ônibus na cidade de Lviv (oeste da Ucrânia) no dia 2. Durante a noite, pegamos o trem para encararmos 10 horas de viagem até a capital Kiev. Quando retornarmos para a Polônia, no dia 7, abraçamo-nos todos, festando pela tarefa cumprida.

Realizamos essa viagem para prestar a nossa solidariedade internacionalista. Entregamos na sede da Operação Solidariedade, em Kiev, os materiais de primeiros socorros para a esquerda ucraniana que está na primeira fileira da resistência. O material foi comprado com a contribuição financeira solidária de trabalhadores, jovens e mulheres.

Depois conversamos com destacados dirigentes sindicais e organizações de esquerda. O dirigente ferroviário Aleksandr Skiba, do Sindicato Livre das e dos Trabalhadores Ferroviários da Ucrânia, fez um chamado aos ferroviários e ao conjunto dos trabalhadores do mundo para que apoiem a resistência ucraniana.

No dia 5, participamos da conferência organizada pela Rede Europeia de Solidariedade com a Ucrânia, realizando nossa saudação. Puderam falar nesse eventos diferentes dirigentes de sindicatos, com destaque para ferroviários, mineiros, de centrais nucleares, da saúde e da construção civil, entre outros. No evento não apenas se refletiu a heroica batalha da classe operária contra Putin, mas também contra as terríveis consequências do plano de ajuste que vem sendo aplicado pelo governo de Zelensky, que retirou direitos trabalhistas ao invés de tomar medidas contra os oligarcas e capitalistas. Estavam presentes representantes da esquerda europeia e deputadas e deputados da Polônia, Finlândia, Dinamarca, Suíça e Argentina, com nossa bancada da Izquierda Socialista. O ato foi aberto por dirigentes do Movimento Social, que impulsionam um novo partido que se reivindica socialista, uma tarefa complicada em um país que viveu décadas de desastres stalinistas.

Com nossa delegação, constatamos que há todo um povo mobilizado resistindo à invasão e que importantes setores da esquerda – tenha a língua materna ucraniana ou russa – uniram-se para fazer parte dos que vão à frente, na Defesa Territorial e no voluntariado solidário.

A UIT-QI, com seus partidos e seções, vem impulsionando a campanha solidária desde o primeiro dia com consignas nítidas: Fora as tropas de Putin; Apoio à resistência do povo ucraniano; Não à OTAN e a qualquer ingerência imperialista na Ucrânia. Somos conscientes de que a autodeterminação da Ucrânia e o combate aos seus males capitalistas somente serão conquistados expulsando o invasor e implementando um governo das e dos trabalhadores e o socialismo com plena democracia operária, em uma luta independente do governo de Zelensky, da OTAN e dos governos imperialistas da União Europeia e dos Estados Unidos.

Rechaçamos tanto a política de correntes burguesas, burocráticas e da “falsa esquerda”, como as recentes e vergonhosas declarações de Lula, do PT do Brasil, para a revista Time, ou de Maduro da Venezuela, Ortega da Nicarágua, Evo Morales e setores da esquerda europeia, entre outros, que justificam e apoiam Putin.

Essa primeira entrega solidária que realizamos é parte de uma campanha que deverá continuar com outras futuras, semeando laços solidários com dirigentes sindicais e políticos que se dignem de seguir apoiando a esquerda e a resistência ucraniana.

Chamamos as e os trabalhadores, sindicatos, organizações sociais, políticas, estudantis, em defesa do meio ambiente, feministas e de direitos humanos a seguir apoiando a resistência ucraniana com atos, debates de divulgação e contribuições econômicas, resoluções de assembleias e/ou distintas iniciativas com o mesmo fim. Nós, da Izquierda Socialista, como parte da UIT-QI, seguiremos fazendo isso junto de toda a nossa militância na Argentina e no mundo.

 

 

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Sergei Movchan: “Obrigado por virem”

 

Sergei é jornalista e porta-voz da Operação Solidariedade, uma rede voluntária de lutadores antiautoritários, antifascistas e de esquerda. A Operação Solidariedade vem impulsionando uma campanha para que a esquerda e as organizações operárias apoiem a resistência contra a invasão de forma independente do governo Zelensky. Concretamente, lutam para providenciar todo o material necessário para os e as que estão na linha de frente do combate, assim como ajudar, sempre que possível, outros que estejam em necessidade.

Sergei recebeu os materiais de primeiros socorros por parte da UIT-QI dizendo o seguinte: “Muito obrigado, companheiros. Obrigado por seu apoio, por sua campanha. Sem vocês, sem a solidariedade internacional, tudo isso seria impossível. Toda a nossa resistência seria realmente impossível sem vocês, sem a solidariedade internacional. Obrigado por virem. Vocês podem ver o que fazemos e a situação em que estamos. Por favor, ajudem na divulgação, compartilhando com nossos companheiros no mundo. Necessitamos realmente que toda a esquerda mundial esteja do nosso lado da barricada”.

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