Dia internacional do orgulho das diversidades sexual e de gênero. Há 54 anos da revolta de Stonewall

No dia 28 de junho de 1969 em um bar de Stonewall Inn em Nova Iorque, acabou terminando em um levante de travestis, transsexuais, lésbicas e gays, majoritariamente de origem latina e negros, marginalizados, pobres, desabrigados e profissionais do sexo contra a brutal repressão policial. Durante três noites, centenas de pessoas sairam as ruas para lutar contra a criminalização e perseguição decretada pela polícia, a ordem sexual existente, a monogamia imposta pela igreja, a patologização das orientações sexuais e identidades de gênero. Desde então, a nível internacional, se celebra o dia do orgulho da diversidade sexual e de gênero, que reforçaram as lutas que já vinham acontecendo em outras partes do mundo.

A luta contra o sistema capitalista e patriarcal, onde a discriminação e expulsão nas escolas,  casas, ambientes de trabalho, eventos públicos e as condições econômicas precárias do nosso meio, se combinam com crimes de ódio. A violência corretiva termina em abusos, estupros e no pior dos casos, a morte. Ainda hoje essas lutas, seguem sendo diárias, apesar de muitas conquistas.

No contexto de agudizacão da crise capitalista mundial, se agrava o sofrimento desssa comunidade no mundo. Em alguns países ainda com o avanço da extrema direita, como o VOX na Espanha ou Meloni na Itália. Juntamente com governos reacionários que impulsionam e promovem políticas de discriminação e marginalização social, e com outros que se colocam como progressistas, estes surfam nas lutas desses movimentos, cedendo a pressão e otorgando diretos arrancados pela mobilização ainda assim são insuficientes para garantir uma vida digna e plena dessas minorias.

O sistema capitalista-imperialista na agudizacão da sua crise, acaba com menos força frente a ascensão de protestos e mobilizações causadas pelo aumento da miséria e pelos ajustes dos governos e do FMI, e que ainda pretende continuar surfando sobre o movimento de minorias. Tratam de captar o movimento para o consumo e como fonte de lucros, com o chamado “Pinkwashing” e o “capitalismo arco-íris”, tentando eliminar o conteúdo político e social de nossa luta.

Crescem as lutas no mundo contra os planos de ajuste, saques e repressões dos governos e o FMI, com grandes rebeliões de trabalhadores, setores populares, trabalhadores do campo, juventude e mulheres, apoiamos as reivindicações das minorias, como as do Irã contra o véu e a repressão, como as no Perú contra a repressão assassina de Dina Boluarte, ou os massivos protestos na França contra a reforma da previdência de Macron. São lutas que atravessam de forma transversal o movimento de minorias em sexualidade e gênero, a qual são parte e incorporam as pautas do coletivo.

A 54 anos da revolta das minorias em Stonewall seguimos nos organizando contra todos os governos e suas políticas de ajuste, saques, repressão e todo tipo de discriminação no mundo inteiro. Nós da UIT-CI fazemos um chamado internacional a unidade e organizações de minorias, o movimento feminista e todes os oprimides com o conjunto da classe trabalhadora que se levantam contra os governos e o FMI. Para acabarmos com esse sistema capitalista e héterocispatriarcal, para conseguirmos de uma vez por todas a verdadeira liberdade sexual e de gênero, necessitamos lutar por um governo das trabalhadores e pelo socialismo, para viver em um mundo sem exploração nem opressões.

Seguimos mobilizados e cobrando:

  • Fim dos ajustes dos governos e do FMI;
  • Basta de travesticidios, transfemicídios, transhomicídios e crimes de ódio;
  • Aparição com vida de Tehuel;
  • Liberdade e absolvição de Estéfano, defenser-se não é crime!;
  • Basta da criminalização de nossas identidades, basta de repressão policial;
  • Por um governo da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres, da diversidade sexual e de gênero.

Unidade Internacional das Trabalhadoras e Trabalhadores-Quarta Internacional (UIT-CI)

28 de junho de 2023

Traduzido por Naziel Kalil

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