Chacina da Candelária no Rio de Janeiro completa 30 anos! Chega de assassinatos de crianças e jovens Negros e pobres!


Escreve Bruno Coelho Executiva Conlutas RJ

Em 23 de julho de 1993, oito jovens que dormiam sob uma marquise de um edifício próximo da igreja da Candelária forma brutalmente assassinados a tiros por policias militares, com concluíram depois da investigação, as Vítimas eram crianças e jovens Negros pobres em situação de rua.
Os nomes dos oitos mortos foram inscritos em uma cruz de madeira, erguida na época em frente à Igreja: Paulo Roberto de Oliveira -11 anos, Anderson de Oliveira Pereira -13 anos, Marcelo Cândido de Jesus -14 anos, Valdevino Miguel de Almeida -14 anos, “Gambazinho” -17 anos, Leandro Santos da Conceição – 17 anos, Paulo José da Silva -18 anos e Marcos Antônio Alves da Silva -19 anos.
Mas, a impunidade se confirma como regras nos assassinatos cometidos pelas forças policiais no Brasil. Na época dos assassinatos denunciavam-se grupos de extermínios da polícia contra a população em situação de rua. Os três policiais militares envolvidos no crime foram condenados cumpriram pena de prisão, porém algum tempo depois todos acabaram mesmo ficando em liberdade. Seis policias foram absolvidos apesar dos fortes indícios de envolvimento.
A chacina da Candelária aconteceu um ano depois do Estatuto da Criança e do Adolescente entrar em vigor. Nesse mesmo ano de 1993, 4.782 crianças e adolescentes foram assassinados no país, segundo o Mapa da Violência. E durante os 25 anos que se passaram, as únicas políticas públicas propostas pelas autoridades e políticos brasileiros foram à redução da maioridade penal e a escola sem partido. Enquanto isso, as chacinas e execuções cometidas por policiais continuaram sendo uma marca da violência no Rio de Janeiro. Segundo o Observatório da Intervenção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, no período dos cinco meses de intervenção militar no Rio de Janeiro, as chacinas aumentaram 80% e as mortes em chacinas (três pessoas mortas ou mais) dispararam 128%.
Em 2021, Segundo Rede de observatórios de segurança, Negros são a maioria dos mortos em ações policias. Pelo menos 5 pessoas negras foram mortas por dia em ações policias.
O relatório Pele Alvo: a Cor que a Polícia Apaga, divulgado, em 17/11/22 foi elaborado a partir de dados das secretarias de Segurança e foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Foram 3.290 mortes em operações policiais em 2021 na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Dessas, 2.154 vítimas (65%) eram negras – utilizando como referência o critério do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que considera negros a soma de pardos e pretos. (https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-11/negros-sao-maioria-dos-mortos-em-acoes-policiais)
O Rio de Janeiro registra no período avaliado em 2021, o maior número de absoluto de vítimas, 1.060 pessoas negras mortas.
De acordo com o relatório, o Rio registra duas mortes de pessoas negras assassinadas pela polícia por dia e é o estado com maior total de chacinas. Dos 57 registros policiais com três vítimas ou mais, 30 deles apresentam totalidade de vítimas negras. Ao todo, foram 155 vítimas e 138 delas eram pretas ou pardas.
Rio de Janeiro e São Gonçalo são os municípios que mais matam pessoas negras no estado, seguidos por outros cinco da Baixada Fluminense: Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Japeri e Nova Iguaçu. Na capital, as três áreas integradas de segurança mais letais para negros são Costa Barros, Jacarezinho/Méier e Realengo/Bangu.
O sistema capitalista a nível internacional com seus distintos governos aplica seus planos de ajuste, no Brasil segue a mesma política de ataque aos diretos da classe trabalhadora, aprofundando o desemprego, fome, miséria para garantir o lucro da burguesia, piorando as condições de vida do povo negro e pobre.
30 anos se passaram da chacina da Candelária, violência policial, chacinas e o encarceramento do povo negro aumentaram consequentemente levando milhares de jovens nas periferias terem suas vidas ceifadas pelo Estado.
Outro aspecto importante é o desmonte dos serviços públicos saúde, educação saneamento básico que penaliza o povo negro.
A guerras as drogas é parte de processo de criminalização da juventude negra e pobre. A violência policial, é o instrumento utilizado pelo Estado para assassinar negro e pobre todos os dias nas periferias do país, além de política de encarceramento da juventude negra.
É necessário organizar uma ampla unidade de sindicatos, partidos de esquerda, movimentos sociais para criar uma rede de solidariedade nacional e internacional para fortalecer as lutas dos moradores das favelas e periferias, apostando no processo de mobilização para pôr fim à violência do estado contra o povo preto e pobre.
Chega de assassinatos de crianças, jovens negros e pobres!
Política públicas para a população em situação de rua.
Abaixo a violência e o abuso policial!
Pelo fim da polícia militar
Pela punição dos crimes cometidos por policias

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