Rechaçamos a proposta de federação partidária do PSOL com a Rede Sustentabilidade! Por uma reunião nacional dos que rejeitam a REDE!

 

 Rosi Messias, DN nacional do PSOL e coordenação da CST

Denis Melo – Executiva Estadual do PSOL RJ e Coordenação da CST

 

Está em curso uma proposta da direção majoritária do PSOL de fazer uma Federação com o partido da Rede Sustentabilidade. Nós, da CST, consideramos tal proposta um profundo erro e, caso seja aprovada, significará uma mudança profunda no partido, visto que a REDE é um partido burguês, financiado pelo sistema financeiro do Banco Itaú. Chamamos as correntes de Oposição a seguirem a posição de Glauber Braga e rejeitarem essa federação com um partido burguês.

 

O que é uma Federação Partidária?

 

A federação partidária é a junção de partidos políticos já existentes, construindo um estatuto e um programa comum e obrigando uma atuação em bancada dos parlamentares da federação criada por, no mínimo, quatro anos.

Em resumo, é a ante-sala para a construção de um novo partido político, permitindo, no entanto, que coexistam dentro deles distintas visões e correntes políticas, desde que todos estejam submetidos a um mesmo programa e estatuto construído.

Por isso, a federação partidária é muito mais profunda que uma coligação eleitoral, porque exige um vínculo orgânico de funcionamento em comum e que não se desfaz ao término das eleições, mas permanece na atuação comum no parlamento e nos governos conquistados por essa federação.

Durante anos, desde as mudanças mais profundas ocorridas em 2017 na legislação eleitoral, nenhum ato público sobre o tema; nenhuma campanha de verdade foi impulsionada, especialmente pelos menores partidos, incluindo os que se reivindicam de esquerda.

Nesse caminho, o PCdoB, que depois de anos sendo apêndice do PT e perdendo seu único governador eleito, resolveu costurar uma negociação para a criação de um instituto jurídico chamado federação partidária e assim fugir da cláusula de barreira e manter o aparato e as migalhas de aparição pública.

 

É preciso que a militância se rebele contra a federação do PSOL com a Rede

 

A Rede é um projeto burguês, sustentado por banqueiros, como a herdeira do Itaú, Maria Alice Setúbal. No auge da crise do governo Dilma, nas eleições de 2014, a Rede declarou apoio a Aécio Neves. É o partido da Marina Silva e do senador Randolfe Rodrigues, que no Amapá tem relações estreitas com o DEM.

Caso confirmada a federação, o PSOL muda seu programa, seu caráter de classe da fundação e que está expresso em seu estatuto. Caminhará a passos largos para ser mais um partido da ordem, cuja legenda eleitoral serve a qualquer oportunista de plantão e será um enorme prejuízo na construção de uma verdadeira alternativa política para a classe trabalhadora.

No final do ano passado, o PSOL votou em sua executiva a abertura de diálogo para a construção de uma federação com o PCdoB e com a Rede Sustentabilidade. A votação, ainda mais pressionada pela saída de Marcelo Freixo e o anúncio de afastamento de David Miranda, era vendida como a única solução possível para não ir para a marginalidade política.

A política da Federação com a Rede é parte da mesma estratégia da direção majoritária de apoiar o projeto burguês da candidatura de Lula-Alckmin e, dessa forma, pretendem acabar com o perfil de oposição do PSOL. Algo que devemos combater com medidas contundentes, pois não podemos aceitar uma federação com um partido de patrões, banqueiros e empresários. Uma ruptura com a fronteira de classe que um partido de esquerda e socialista deve ter.

 

MES deve rever sua posição!

 

Infelizmente, os companheiros do MES, que constroem o campo de oposição da pré-candidatura de Glauber Braga, até aqui se posiciona a favor dessa aliança. Os companheiros do MES não podem se somar à direção majoritária do partido, enfraquecendo o campo das oposições, votando a favor da Rede.

A maioria da direção do PSOL utiliza esse expediente da federação para transformar definitivamente o PSOL num projeto eleitoreiro a serviço da conciliação de classes e amarrado aos capitalistas da Rede. Acabar formalmente com um programa e um estatuto de esquerda e socialista, para se diluir com as falsas alternativas do capitalismo verde e com “rosto humano”.

 

Nas próximas semanas, o PSOL pode votar a sua integração com a Rede Sustentabilidade numa federação partidária. Trata-se de um passo e uma mudança muito profunda no PSOL. Corretamente, o camarada Glauber Braga segue firme contra essa federação com a Rede.

 

Por isso, chamamos a militância a se rebelar contra esse acordo de cúpulas e fazemos um chamado especialmente ao MES, para que reveja sua política de apoiar a proposta de federação da majoritária do PSOL e ajude no combate à essa degeneração que significa uma federação partidária com um partido burguês.  Do mesmo modo, propomos aos camaradas da Resistência, que ainda não expressaram uma posição oficial sobre o tema, que se somem à luta contra a federação, numa unidade de ação por esse tema específico (enquanto seguimos debatendo nossas diferenças em relação à frente ampla de Lula).

Propomos uma reunião nacional de todas as forças e dirigentes que se negam a submeter-se à federação com a Rede e que desejam desobedecer essa votação para traçar planos conjuntos.

Nós, da CST, defendemos a construção de uma federação dos partidos de esquerda, que não aceitam a conciliação de classes; defendemos que o PSOL deveria impulsionar uma federação com PCB, UP e PSTU.

(Publicado na edição n° 146 do jornal Combate Socialista)

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