Chega de ataques ao Metrô e caos na CPTM! A saída é greve unificada!

Diego Vitello – Diretor do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP

O Governador Tarcísio quer acelerar o projeto de privatização dos serviços de transporte em São Paulo. Declarou, nas últimas semanas, que, até o final de 2025, quer privatizar o Metrô, a CPTM e a SABESP. No dia 11/09, lançou um edital que terceiriza mais de 90% dos serviços prestados pelos metroviários nas estações. Um ataque brutal, que vai preparando o terreno para a venda da empresa. Combinado a isso, a categoria enfrenta um edital que terceiriza a manutenção de trens da Linha 15 – Prata e também a luta para reverter três demissões de Operadores de Trem da Linha 15, demitidos injustamente para encobrir uma falha no sistema causada pela empresa privada Alstom.

Junto a isso, vimos dias de caos nas linhas geridas pela Via(I)mobilidade na ferrovia. A empresa terceirizada S&G, responsável pelas bilheterias, não pagou os salários de seus trabalhadores e esses funcionários corretamente abandonaram seus postos de trabalho no turno de serviço. Para responder esse caos gerado pela privatização e terceirização, a “saída” do governo de extrema direita foi forçar – à base de assédio moral – os trabalhadores da CPTM para trabalhar na bilheteria de uma empresa privada!

Privatizações para aumentar o lucro dos capitalistas

Desde os anos 90, diversas empresas foram privatizadas no Brasil e no Mundo. Aqui vimos a Vale, CSN, diversas companhias telefônicas, bancos estatais, como o Banespa, Aeroportos, grandes parcelas da Petrobras, entre outras. Mais recentemente, vimos Bolsonaro privatizar a Eletrobras, que já vem gerando graves problemas, como um apagão nacional no final de agosto. Também vimos, em março de 23, Lula assinar a privatização do Metrô de BH. Há que ressaltar que em todos os governos, seja tucanos, petistas, Temer ou Bolsonaro, houve privatizações.

Esse movimento dos governos se deu por conta da crise do capitalismo. Ao não conseguir mais manter suas taxas de lucros só com suas empresas privadas, os grandes empresários tiveram uma “grande ideia”: comprar empresas públicas por menos de 5% do seu valor. Sim, na ampla maioria das privatizações feitas no Brasil, os grandes empresários não pagam nem essa quantia ao Estado. Para esse movimento, compraram o apoio de políticos e da imprensa, que difundiu a ideia absurda de que o privado é “mais eficaz” que o público.

Parceria Público-Privadas: criadas no governo Lula 1

No caso brasileiro, em 2004, uma lei piorou ainda mais a situação. Pelas mãos de Haddad, na época ministro de Lula, foi criada a Lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Essa lei, além de colocar nas mãos da iniciativa privada a gestão de serviços públicos, garante um lucro mínimo extraordinário para as empresas privadas. Como exemplo, temos as linhas privadas do Metrô de SP, em que o estado garante o pagamento de uma tarifa de R$6,06 para as empresas privadas. A tarifa custa R$4,40 e o restante é coberto pelo estado de São Paulo, que tira dinheiro que poderia ser investido em melhorias dos serviços públicos para a população para colocar diretamente no bolso dos acionistas da CCR (conglomerado empresarial que gere as linhas 4 e 5 em São Paulo).

Construir a greve unificada para barrar as terceirizações e privatizações

Os trabalhadores do Metrô, CPTM e SABESP têm dado grande exemplo de unidade. Lançaram em conjunto um Plebiscito Contra as Privatizações (ver pág.7) e têm feito semanalmente diversas atividades em conjunto. Acreditamos que é muito importante que essas categorias se unifiquem.

A partir dos últimos ataques aos metroviários e ferroviários, combinados com o leilão das linhas 7 e 10, que está marcado para novembro deste ano, a saída é a construção de uma greve unificada, entre os trabalhadores e trabalhadoras das três empresas públicas ameaçadas de privatização. Para o dia 19/09, estão marcadas assembleias de todos os sindicatos que representam essas categorias. Em nossa opinião, é fundamental que nessas assembleias se encaminhe o dia da greve unificada. Defendemos que isso seja construído com assembleias democráticas, em que todas e todos possam ser ouvidos; reuniões por locais de trabalho; comandos de greve com trabalhadores de base e piquetes. Além disso, a construção de uma assembleia unificada para organizar a greve será imprescindível. Exigimos que a CUT, CTB, UGT, Força Sindical e demais movimentos convoquem um dia de luta com atrasos, paralisações e protestos do conjunto da classe trabalhadora nesse mesmo dia em SP.

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