Pelo fim dos bombardeios e do cerco criminoso a Gaza! Todo o apoio ao heróico povo palestino!

UIT-QI – 14/10/2023

Israel desencadeou um novo ataque genocida contra a Faixa de Gaza, chamado de operação “Espadas de Ferro”. Aviões de guerra e o exército do Estado sionista estão bombardeando a Faixa de Gaza. Até o momento, estima-se que mais de 2.000 palestinos e palestinas foram mortos, 6.500 feridos e mais de 340.000 expulsos das suas casas. Número que aumenta com os milhares de deslocados do Norte de Gaza. Tais cifras estão crescendo hora a hora.

A magnitude da ação brutal de Israel é atestada pelo fato de que, numa semana, foram realizados mais de 2.000 bombardeios, despejando cerca de 6.000 bombas com um peso total de 4.000 toneladas (dados da AFP, EFE AP e Clarín, da Argentina). Netanyahu prometeu deixar a Faixa de Gaza, um território com apenas 43 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura, “em ruínas”, dizendo à população sitiada para “sair de lá”, embora saiba que não podem fazê-lo.

O Ministro da Defesa de Israel, vangloriando-se, disse: “Decidimos cortar o fornecimento de água, eletricidade e combustível em Gaza”, numa nítida violação do direito internacional de guerra, aumentando assim o bloqueio aéreo, terrestre e marítimo contra Gaza, transformada desde 2007 na “maior prisão a céu aberto do mundo”. Lá vivem espremidos 2.300.000 palestinos, cercados há décadas pelo exército do Estado sionista de Israel. Por isso, pode-se dizer que o que está acontecendo seria semelhante ao bombardeio do campo de concentração de Auschwitz ou do Gueto de Varsóvia, durante a Segunda Guerra Mundial. Um novo extermínio racista, mas agora do povo palestino.

As cenas são horripilantes. Os habitantes de Gaza, especialmente meninos e meninas, estão sendo assassinados com o lançamento de mísseis, bombas e armas sofisticadas do sionismo israelense, liderado pelo facínora Netanyahu e pelo seu chamado “governo de unidade nacional”. Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) apontaram que a aviação israelense está atacando ambulâncias e que uma elevada porcentagem dos pacientes na Faixa de Gaza: “são crianças entre os 10 e os 14 anos, isto porque a maioria dos feridos são mulheres e crianças, que muitas vezes estão nas casas que são bombardeadas” (Aymar Al Djaronucha, coordenador dos MSF, 12/10/2023, Clarín, Argentina). Os alvos do sionismo são hospitais, bairros populares, universidades e centrais eléctricas. Tudo isso está provocando uma verdadeira crise humanitária.

Até o secretário-geral da ONU denunciou o cerco a Gaza e pediu o seu fim

Israel declarou “guerra total” contra a Palestina, convocando 350 mil reservistas e ameaçando uma invasão militar por terra. O sionismo tem o apoio do imperialismo norte-americano e da União Europeia, entre outros governos capitalistas.

Joe Biden contatou Netanyahu e confirmou que “Israel terá tudo o que precisa para se defender”. O governo dos Estados Unidos anunciou o envio de navios, aviões de combate e um porta-aviões nuclear para o Mediterrâneo oriental, para apoiar Israel na sua ofensiva contra o povo palestino.

Joe Biden, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o secretário-geral da OTAN disseram hipocritamente que Israel “tem o direito de se defender”. Desta forma, fazem de Israel uma vítima e justificam os seus atuais ataques genocidas, quando na verdade o Estado sionista foi estabelecido em 1948 com a usurpação da histórica terra palestina. Israel não é uma “democracia” na região, como afirmam falsamente seus apologistas. Tem aplicado até hoje uma política de colonização, apartheid e limpeza étnica, através de crimes contra a humanidade.

Quem tem o “direito de se defender” de atrocidades é o povo palestino! Até agora, neste ano, 250 palestinos foram assassinados por colonos e pelo exército israelense, incluindo 44 crianças. O regime sionista tem mais de 4.500 prisioneiros palestinos, muitos deles com penas de 25 a 30 anos. Desde 1967, estima-se que 750 mil palestinos passaram pelas prisões sionistas.

Colonos armados e apoiados pelas forças de segurança matam e atacam propriedades palestinas, enquanto a limpeza étnica avança sem parar, com a expulsão de palestinos, que têm suas casas demolidas. Dezenas de colonos de Israel, apoiados por organizações de extrema direita e ultrarreligiosas, entraram repetidamente e à força na mesquita de Al-Aqsa, na Jerusalém Oriental ocupada. A mesquita é o terceiro lugar mais sagrado do mundo para os muçulmanos.

Neste contexto, ocorreu a ofensiva palestina a partir de Gaza, liderada pelo Hamas, no sábado passado, 7 de outubro. Foi uma reação desesperada de um povo sufocado e subjugado, uma expressão do direito legítimo do povo palestino de se defender contra o crime e o genocídio.

Lamentamos a morte de civis israelenses, de mulheres e de crianças. Mas quem é o responsável por tal guerra? Não é o Hamas nem os palestinos. É o Estado sionista e de apartheid de Israel que, apoiado pelos Estados Unidos, oprime o povo palestino. Esta guerra não começou no sábado, 7 de outubro, com o avanço da resistência palestina. Começou há 75 anos, com a ocupação de terras e casas pelo sionismo, apoiado pelos Estados Unidos. Eles são os responsáveis pela guerra e pelas vítimas civis israelenses e palestinas.

Nós, socialistas da UIT-QI, defendemos incondicionalmente a resistência palestina, mas não damos apoio político ao Hamas e ao seu governo em Gaza. Por outro lado, denunciamos a traição permanente da Autoridade Palestina, dirigida pelo Al-Fatah/OLP e chefiada por Mahmoud Abbas, na Cisjordânia. Porém, o Hamas está agora no campo daqueles que enfrentam o sionismo. Temos grandes diferenças com o Hamas, na medida em que são uma corrente burguesa-islâmica, que apoia o Irã, o Catar e quer substituir Israel por um Estado palestino religioso e teocrático. Lutamos pela substituição do apartheid de Israel por um único Estado palestino, laico, democrático e não racista no território histórico da Palestina, em que árabes, judeus, cristãos e adeptos de outras religiões possam coexistir plenamente.

Para além dessas diferenças com o Hamas, todos fazemos parte do grande movimento de resistência palestina. É por isso que apoiamos incondicionalmente tal resistência e apelamos à solidariedade internacional com tal movimento.

Hoje, mais do que nunca, para derrotar a ofensiva criminosa de Israel sobre Gaza e o povo palestino, devemos sair às ruas de todo o mundo, exigindo o fim dos bombardeios e do cerco genocida à Faixa de Gaza. O ultimato do exército israelense, ordenando que quase um milhão de palestinos se retirem do Norte de Gaza, sabendo que não existem condições para isso, é outro exemplo da sua política colonial e de limpeza étnica. O povo palestino sabe disso e está denunciando uma nova “Nakba” (catástrofe), como foi chamada a limpeza étnica que ocorreu na fundação do Estado sionista de Israel em 1948. Por outro lado, significa a ameaça de uma nova invasão militar terrestre de Gaza.

Estão ocorrendo grandes mobilizações em solidariedade ao povo palestino nos países do Oriente Médio, especialmente no Líbano e na Tunísia, com milhares de manifestantes; nos EUA, na Inglaterra, no Estado espanhol, na Turquia, na América Latina e em muitas outras partes do mundo. Em Paris, apesar da proibição do reacionário e racista Macron, milhares de manifestantes desafiaram a repressão para expressar a sua solidariedade com a Palestina. Nas marchas em Nova Iorque, em apoio ao povo palestino, foi surpreendente a presença de jovens judeus com cartazes que diziam: “Judeus contra o Apartheid”, “Descendentes judeus de sobreviventes do Holocausto contra o Apartheid israelense”, “Não em nosso nome” e “Basta de armas para Israel.”

Devemos dobrar a aposta nesse caminho em todo o mundo. Os povos precisam exigir dos seus governos: ruptura de todos os acordos econômicos, políticos e militares com Israel; não ao envio de armas para Israel; basta da ajuda financeira e militar dos Estados Unidos para Israel; que a frota ianque se retire das vizinhanças de Israel e do Oriente Médio; que os povos dos países árabes, com a sua mobilização, exijam que os seus governos apoiem a resistência palestina com tudo o que ela necessita e que, especialmente no caso daqueles países que reconheceram Israel (como o Egito, o Marrocos e os Emirados Árabes Unidos), rompam relações com o Estado sionista agora; toda a solidariedade ao povo palestino!

Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), defendemos a realização de mobilizações unitárias para barrar a escalada genocida de Israel.

Pelo fim do bombardeio criminoso contra Gaza! Chega de cerco genocida!

Rompimento das relações diplomáticas com Israel!

Libertação dos/as prisioneiros/as palestinos/as!

Todo apoio à resistência palestina!

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)

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