Greve Geral em SP para barrar as privatizações de Tarcísio

Quem ganha com a conciliação de Lula com o centrão?

O mês de novembro começou com uma nova paralisação nacional de servidores federais (ver pág. 3). O governo Lula transforma a mesa nacional de negociação em mesas de enrolação e não atende às reivindicações da categoria. Segue retirando verbas das áreas sociais. Sim, o discurso de Lula e outras figuras do PT, sobre as “metas fiscais”, é para “inglês ver”. A verdade é que os pactos do governo Lula/Alckmin com o centrão têm levado a que demandas dos servidores não são respeitadas pelo governo e só serão arrancadas com muita luta.

A política econômica do governo não favorece a classe trabalhadora

A dura realidade é que o governo Lula/Alckmin realizou dois cortes orçamentários, reduzindo mais de R$ 3 bilhões do atual orçamento. A educação e a saúde estão entre as áreas mais atacadas, perdendo mais de 700 milhões. É um exemplo de que o Arcabouço Fiscal atende apenas aos interesses os banqueiros e empresários. A população trabalhadora sai perdendo para que o pagamento dos juros e amortização da dívida externa e interna siga religiosamente. A dívida pública, cujos principais beneficiados são os banqueiros e grandes empresários, leva hoje quase a metade do orçamento do país. É por isso que você fica um tempão para conseguir um atendimento no posto de saúde, que sua escola ou universidade não tem climatização ou elevador funcionado, que o salário dos servidores está achatado e os órgãos de fiscalização ambiental estão à míngua. Veja: isso é assim porque não é possível conciliar os interesses avarentos de lucro dos patrões com os interesses coletivos e sociais da classe trabalhadora e setores populares. Só aumenta o lucro deles com o aumento de nossa exploração. Só avançam as pautas sociais, o salário e direitos e o combate à destruição ambiental capitalista reduzindo o lucro deles. Então a luta do serviço público federal é justa e nós a apoiamos ativamente.

A governabilidade conservadora só serve ao centrão

A reforma tributária acaba de ser votada (ver a página ao lado). Ela não taxa os bilionários parasitas que aumentaram suas fortunas durante a pandemia enquanto centenas de milhares morriam sem vacina. Nem taxa os bancos e as multinacionais, que têm lucros recordes e apoiaram o genocídio bolsonarista. Mas, para conseguir maioria parlamentar, para votar esse e outros projetos de seu interesse, novamente o governo Lula/Alckmin fortalece o centrão e Arthur Lira (os mesmos que sustentaram o governo Bolsonaro). Na presidência da CEF (Caixa Econômica Federal), um dos bancos federais estratégicos, acaba de assumir um indicado por Lira e pelo centrão. É o Carlos Antônio Fernandes, que pertence ao PP. E pior: enquanto fechamos esta edição, ocorrem negociatas que afetam os povos indígenas. O mesmo centrão, cheio de reacionários que apoiam o Estado Sionista de Israel, que, neste momento, massacra os palestinos (veja as páginas 10-11).

Seguir o exemplo de luta de São Paulo

Outros ataques à classe trabalhadora e aos setores populares são as privatizações. No momento presente, o principal projeto de destruição do patrimônio público está concentrado em São Paulo (ver páginas centrais). O governador Tarcísio (Republicanos), partido que tem ministro no governo Lula/Alckmin, pretende vender o Metrô, Trens e a Sabesp. Para isso até demitiu metroviárias e metroviários que lutam contra as privatizações (em nossas redes sociais você pode se somar à campanha pela reintegração). No dia 3/10 ocorreu uma forte greve. E outra greve estadual está indicada para o dia 28/11. Nós batalhamos para que essa greve seja construída pela base, com assembleias democráticas, piquetes nos locais de trabalho e em unidade com os setores populares e a juventude. Exigimos que a CUT, CTB, UGT, Força Sindical e MTST transformem essa data numa greve geral estadual e num dia de luta nacional do conjunto da classe trabalhadora em todo o país. Um dia também para exigir do governo Lula o fim do Arcabouço Fiscal e do plano de desestatização do sistema ferroviário federal, a reversão do corte de verbas, a revogação das medidas bolsonaristas (reforma da previdência, trabalhista, privatização da Eletrobras e NEM), taxação dos bilionários e das multinacionais e o não pagamento da dívida.

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