Novos episódios da catástrofe climática no RS

O colapso climático capitalista segue fazendo vítimas em nosso país. Junto ao calor, que piora a qualidade de vida do povo trabalhador em seu cotidiano e chegou a vitimar a estudante Ana Benevides em um evento artístico no RJ, há o problema das fortes tempestades, que desabrigam pessoas e causam apagões elétricos. O estado do Rio Grande do Sul tem sofrido com esses problemas o ano inteiro, desde as secas no verão passado até às fortes chuvas e enchentes no inverno e na atual primavera.
Agora, a semana iniciada no domingo, 19 de novembro, foi marcada pelo impacto de novas chuvas e enchentes nas cidades gaúchas. Segundo os dados oficiais divulgados pela Defesa Civil do RS até o momento de escrita desta nota, 158 cidades foram afetadas, mais de 13 mil pessoas foram desalojadas e quase 4 mil desabrigadas. Em Porto Alegre, capital do estado, o Lago Guaíba aumentou tanto o seu nível que bateu o recorde do ano de 1941, o que exemplifica como estamos diante de eventos graves e históricos.
Nós, da CST, como socialistas revolucionários, viemos insistindo que as catástrofes resultantes das mudanças climáticas são culpa do capitalismo, que, em sua sanha pelo lucro, saqueia e destrói o planeta, a humanidade, a fauna e a flora sem se importar com as consequências. Fazem discursos “verdes” da boca pra fora enquanto seguem carregando nosso planeta na quinta marcha rumo ao abismo. Além disso, chama a atenção que os governos burgueses falham até mesmo para realizar medidas urgentes de socorro às vítimas. Em Porto Alegre, por exemplo, governada pelo prefeito Melo (MDB), tem se denunciado que mesmo os parcos auxílios financeiros votados pela Câmara de Vereadores às vítimas das catástrofes não têm chegado às mãos que deveriam. Nesta última enchente, mesmo o instituto meteorológico tendo alertado sobre os riscos, o poder público não se movimentou para fazer a informação chegar ao povo dos locais vulneráveis e ajudar na sua proteção. Sendo assim, precisamos compreender essas duas coisas: 1) o capitalismo é o responsável geral pela destruição do planeta no mundo todo e 2) seus governos burgueses estão tão ocupados em governar para os grandes empresários que nem sequer prestam atenção nas necessidades mínimas do povo trabalhador.
De nossa parte, seguiremos denunciando esse sistema capitalista e seus governos, como Eduardo Leite no estado do RS e Melo na cidade de Porto Alegre, e prestamos nossa solidariedade às vítimas das catástrofes no Rio Grande do Sul. Defendemos que, em primeiro lugar, a classe trabalhadora e seus sindicatos, junto à juventude e movimentos sociais, empenhe-se na construção de uma campanha de solidariedade material às pessoas que necessitam. Centrais sindicais como a CUT e CTB, assim como partidos como o PT, PCdoB e PSOL precisam organizar manifestações para protestar contra o descaso dos governos e exigir soluções, pois o povo trabalhador não pode mais esperar. Essa é uma movimentação que deveria se dar nacionalmente, inclusive, já que os problemas não afetam somente o estado do RS. Nessa luta, defendemos medidas emergenciais e urgentes para auxiliar na resolução dos problemas estruturais causados pelo descaso capitalista, como:

– Expropriação dos imóveis vazios destinados à especulação imobiliária. Disponibilização dessas moradias para o povo desabrigado.

– Destinação de auxílios financeiros no valor do salário mínimo do DIEESE para as vítimas das catástrofes (cerca de 6 mil reais) atualmente.

– Planejamento coordenado entre os órgãos do poder público ligado ao meio ambiente, institutos meteorológicos e organizações da classe trabalhadora e das comunidades para prevenir novas catástrofes, com um plano de obras públicas que seja capaz de suprir as demandas da pauta ambiental.

– Fortalecimento financeiro e material de todos os órgãos ambientais públicos, com realização de concursos.

– Taxação das grandes fortunas e não pagamento da dívida pública para disponibilizar os recursos que sejam necessários para a resolução dessas demandas.

Por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, que ponha fim à destruição capitalista

Ao lado desse plano de ação emergencial contra os impactos atuais das mudanças climáticas e a destruição ambiental, temos de exigir mudanças profundas e construir uma alternativa da classe trabalhadora e do povo pobre, que lute pela expropriação das multinacionais petroleiras, mineradoras e do agronegócio, estatizando-as sob controle de seus trabalhadores, que, ao lado de cientistas comprometidos com a defesa do meio ambiente e das próprias comunidades afetadas, poderão colocar em prática um plano de transição energética efetivo e medidas que nos tirem do rumo da catástrofe ambiental imposta pelos capitalistas. Consideramos que esse objetivo só pode ser realizado através de um governo da classe trabalhadora, sem patrões, no caminho de um Brasil socialista.

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