Os desafios do movimento feminista frente ao governo Milei

Escreve Mercedes Trimarchi, parlamentar eleita (CABA) – Izquierda Socialista / FIT – Unidad

O governo reacionário e de extrema-direita de Javier Milei, junto com Victoria Villaruel, tomou posse anunciando o plano motosserra contra o povo trabalhador. Tal como afirmado no discurso de posse, o ajuste “inevitável” será feito nas áreas da educação, da saúde e do trabalho, para pagar o FMI. O movimento feminista tem que se preparar para enfrentar de forma unitária o que está por vir e para defender os direitos conquistados.

O fechamento do Ministério das Mulheres, de Gêneros e da Diversidade foi uma ameaça levantada por Milei durante a campanha eleitoral. O rebaixamento para secretarias dos ministérios da Educação e da Saúde também. Basta lembrar do vídeo que viralizou, dele sacando papéis gritando “fora”. A maioria das pessoas que trabalha nas áreas da educação e da saúde é de mulheres, muitas delas precarizadas. Isto quer dizer que existe uma crueldade especial do governo contra as trabalhadoras. Ele quer que sejamos demitidas, aumentando as fileiras do desemprego. Portanto, o movimento feminista deve abraçar cada uma das lutas em defesa da educação, da saúde pública e de todos os seus empregos.

A misoginia de Milei também é conhecida. Ele nega a existência da disparidade salarial entre homens e mulheres e da violência de gênero como problema social e é contra o direito ao aborto. Portanto, serão as mulheres e as dissidências que deverão estar na linha de frente, enfrentando cada um de seus ataques às nossas conquistas. Devemos estar à altura da situação e desenvolver um movimento feminista poderoso, que detenha a reação patriarcal.

Que a força das meninas e dos meninos derrote as forças do céu

Nós, da Isadora e da Izquierda Socialista – FIT – Unidad, temos promovido ao longo de todos esses anos a mobilização das mulheres e das dissidências com independência em relação aos governos e ao FMI. Exigimos sempre um orçamento maior para o combate à violência de gênero, para o pleno cumprimento do direito ao aborto, para garantir a igualdade salarial e para viabilizar as quotas de gênero nos empregos, entre outras reivindicações.

Infelizmente, as organizações que se reivindicam como do feminismo popular começaram a ocupar posições dentro dos ministérios, abandonando a mobilização de rua como um motor insubstituível de qualquer luta. Posicionamento político que enfraqueceu o poder do movimento feminista para enfrentar qualquer ataque às nossas conquistas.

Agora, Milei invocou “as forças do céu” para executar o seu plano motosserra contra o povo trabalhador e, em particular, contra as mulheres e as dissidências. Diante disso, dizemos que é com a força das meninas e dos meninos nas ruas que devemos enfrentá-lo. Convidamos você a lutar com a Isadora e a Izquierda Socialista – FIT – Unidad, porque não é hora de se acomodar. Pelo contrário, é hora de nos organizarmos para enfrentar de modo unitário o que virá e defender cada um dos direitos conquistados.

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