Todo apoio à greve da FASUBRA! Unificar as lutas nas ruas!

Auditório lotado. Uma caixinha de som e um velho microfone é utilizado para apresentação de propostas e informes do “comando local”. Alguns, principalmente jovens, preenchem fichas de filiação. Perto da mesa do café, a conversa é sobre “carreira” e “reajuste”. Na entrada do evento uma faixa do Sindicato afirma “ZERO, EU NÃO TOLERO”. Cenas semelhantes a essas da UFF se repetem do PA ao RS.

É a greve!

Esta edição está voltada ao apoio aos grevistas. O movimento inicia com adesão de 52 universidades e 4 IFs (ver páginas centrais). Recentemente uma plenária nacional da Combate Sindical agrupou ativistas da UFF, UFPA, UFRA, UFRJ, UFMG, Unirio, UFRGS, Unifesspa, UFOPA, UFPB e Unifesp. Muitos desses estão envolvidos na redação e distribuição deste jornal, que está a serviço da organização da greve. Você pode usá-lo para leitura com seus colegas de setor e distribuí-lo aos seus amigos e vizinhos.

O que está se enfrentando?

A greve enfrenta a política econômica do governo Lula/Alckmin. O congelamento salarial, a ausência de real recomposição orçamentária e nenhuma reestruturação na carreira expressa no Arcabouço Fiscal (novo teto de gastos). Ele impede o investimento nas áreas sociais para beneficiar banqueiros e multinacionais. Cerca de 46% do orçamento federal vai para o pagamento da dívida externa e interna perante o sistema financeiro. Por isso faltam recursos para educação, saúde, emprego, ações efetivas contra a catástrofe climática e a epidemia de dengue. Enfrentar essa política econômica interessa ao conjunto da classe trabalhadora, o que torna a greve muito justa.

O governo Lula não é nosso governo

A greve está motivando reflexões. Conversamos com colegas que se perguntam “por que Lula nos esqueceu?” e “como ele trata os servidores assim?”. Outros se questionam por que Lula “mantém os reitores interventores do governo Bolsonaro”. São questões legítimas. Em nossa opinião, o governo fez isso por conta do seu projeto político. A aliança com os patrões expressa na frente ampla, o governo comum de Lula com a burguesia, não beneficia a classe trabalhadora. O projeto é dos empresários. Os patrões querem lucrar via “reformas administrativas”, PPPs, investimentos federais para privatizações como as que ocorrem em SP. O governo Lula não é o nosso governo, ele é capitalista e implementa uma política de traição de classe contra nós. Por isso não podemos apoiar e nem depositar confiança nele. Precisamos nos organizar e confiar em nossas próprias forças e união para vencer.

Uma governabilidade conservadora

Há dirigentes sindicais do PT, PCdoB e PSOL que dizem que devemos ter cuidado para não fortalecer a extrema direita. Sem dúvida, devemos combater a extrema direita. Estaremos nas ruas dia 23/03 (ver página ao lado). Mas a verdade é outra: nossa greve questiona a política econômica atual, o Arcabouço Fiscal, que foi apoiado por Bolsonaro e pelo golpista Campos Neto (presidente do Banco Central). O certo é que a frente ampla de Lula não combate de verdade a extrema direita. O PT e o PL fizeram um acordo que levou Nikolas Ferreira à presidência da Comissão de Educação na Câmara Federal; o MEC segue sob controle da Lemann e o NEM não foi revogado. Lula governa com o centrão de Lira, golpistas como Múcio, ministros como Fufuca, lideranças do agronegócio como o ministro Fávaro, além de realizar pactos com governadores ultrarreacionários como Tarcísio Freitas. Não é por acaso que se destina 52 bilhões para as Forças Armadas golpistas e se concede aumentos para a PRF (tropas do 8J).

A luta tem que ser com independência do governo

A greve da FASUBRA ou de outros setores precisa ocorrer de forma independente do governo. Os dirigentes atrelados a Lula preferem defender o governo e não organizam a fundo as lutas. Isto é visível nas direções majoritárias do FONASEFE, da CUT e da CTB, cujas cúpulas são formadas por PT, PCdoB, PSB e PSOL, que estão no governo. Justamente por isso o FONASEFE não construiu até agora uma greve unificada.
Enquanto visitamos as bases e apoiamos outros movimentos, como a greve da educação municipal e estadual de SP e municipal de Contagem-MG, exigimos um plano nacional de luta desses dirigentes para fortalecer a greve da FASUBRA, cobrar unificação do FONASEFE e unir o conjunto da classe trabalhadora e dos setores populares.

Exigir da CUT, UNE, UBES e MTST uma jornada nacional

Exigimos da CUT, CTB, UNE, UBES e MTST que joguem seu peso em apoio à greve das universidades por reajuste de salário, recomposição orçamentária e reestruturação das carreiras. Propomos a construção de uma jornada nacional de lutas que unifique as greves e campanhas salariais com as pautas unitárias: pela revogação das contrarreformas bolsonaristas (previdenciária, trabalhista, NEM, privatização da Eletrobras e Instruções Normativas, já), por 10% do PIB para a educação conforme a deliberação da Conferência Nacional de Educação. Pela redução do preço dos alimentos (arroz, feijão, cenoura e frutas), dos aluguéis, combustíveis e tarifas de transporte.

Um Brasil Socialista

Ao lado da luta unificada, temos de construir a independência política da classe trabalhadora. A CST é uma organização socialista e revolucionária independente, que batalha por isso. Não compomos a frente ampla e nem somos lulistas. Defendemos um governo da classe trabalhadora, sem patrões, que rompa com o imperialismo, imponha o não pagamento da dívida, a taxação dos bilionários e estatize as multinacionais e setores estratégicos para atender nossas demandas. Contra o sistema capitalista, defendemos um Brasil Socialista. Precisamos de sua participação para fortalecer esse projeto. Seja militante! Participe de nossas reuniões, ajude a distribuir e financiar nosso jornal!

(((arte da greve fasubra e abaixo, Disponível em @cst_uit))

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