Punir os golpistas de 64 e do 8J Chega de impunidade aos militares e torturadores! Ditadura nunca mais!

Punir os golpistas de 64 e do 8J

Chega de impunidade aos militares e torturadores! Ditadura nunca mais!

No dia 31/03/1964, as forças armadas brasileiras, junto da burguesia nacional e com apoio da Casa Branca, realizaram um golpe militar que iniciou uma ditadura que durou 21 anos, marcada por perseguição, tortura, assassinatos e desaparecimentos forçados contra opositores. Os sindicatos foram fechados, as ligas camponesas destruídas e a sede da UNE incendiada. As principais lideranças do movimento operário, popular e democrático foram exterminadas ou tiveram de se exilar. Não se podia exigir reajuste de salário ou mais verbas para educação e nem sequer havia o direito mínimo de eleger o presidente da República.

Coordenados com outras ditaduras latino-americanas alinhadas com os EUA, os militares e seus empresários apoiadores realizaram uma brutal entrega do país para multinacionais e grandes empresários. Houve um novo genocídio contra os povos indígenas e contra o povo negro e intensificação das violências contra as mulheres e repressão a população LGBTQIA+.

A ditadura militar de 64 deixou um legado de violações de direitos e institucionalização da violência. Tal legado é visível ainda hoje nas chacinas policiais contra o povo negro nas favelas e periferias, no assassinato de camponeses, nos feminicídios, na invasão das terras e violência contra povos indígenas, na repressão as greves e manifestações, em nossos baixos salários, longas jornadas para a classe trabalhadora e precariedade de nossa educação e saúde pública, bem como a imensa dívida externa e interna. Situação não solucionada pelos distintos governos civis que vieram após o fim do regime militar.

A impunidade concedida aos militares golpistas e torturadores com a lei da anistia é um entulho autoritário que precisa ser destruído. Do contrário eles seguiram atuando contra a classe trabalhadora e os setores populares. Um exemplo disso foi a intentona golpista de 08/01/2023, quando Bolsonaro e extrema direita tentaram, sem sucesso, dar um golpe de estado para instalar a extrema-direita no poder, com conivência ou apoio direto das forças armadas e da burguesia reacionária. Apesar de que Bolsonaro se encontre no banco dos réus, a extrema-direita golpista continua em posições de poder, realizando atos de rua impunemente. Com a extrema direita não há diálogo. Eles precisam ser esmagados nas ruas através das lutas, greves, manifestações da classe trabalhadora e do povo.

Criticamos que a frente ampla não seja consequente e não faça essa batalha nas ruas. Repudiamos que em ministérios do governo Lula-Alckmin existam figuras ultrarreacionárias e golpistas como o Ministro José Múcio. Ou que se entregue bilhões ao agronegócio via plano safra, setor financiador do 8J. É absurdo que a cúpula militar não seja punida pelas ações do 8J.

Para enfrentar a extrema direita, exigimos que as grandes centrais sindicais, CUT e CTB, assim como as estudantis, UNE e UBES, e os movimentos sociais, como MTST, mantenham a luta na rua após as positivas manifestações do dia 30. Que se convoque uma plenária de organização das lutas populares e se vote um plano de luta com assembleias nos locais de trabalho, moradia e estudos para manter a luta de pé. Além de incorporar as reivindicações da classe trabalhadora por reajuste de salário, fim da escala 6×1, fim das privatizações, apoio as reivindicações dos entregadores e petroleiros, o fim do arcabouço fiscal e do plano safra. Um calendário nacional de lutas pela prisão de Bolsonaro e seus aliados, pela punição da cúpula militar e dos torturadores de 64, sem anistia, e com o confisco de seus bens e apropriação das empresas que financiaram o 8J.